ERIC FEFERBERG/ AFP

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Era um dia 1º de maio, também no domingo. Em 1994, a prova de Fórmula 1 matinal era a de Ímola, na Itália. Para os brasileiros, ela acabou na sétima volta, quando Ayrton Senna da Silva, 34 anos de idade, não conseguiu fazer a curva “tamburello” e chocou a sua Williams no muro de proteção a 280 quilômetros por hora.

Quem já tinha idade suficiente há 22 anos, sabe exatamente o que fazia naquele momento em que a TV mostrou o corpo inerte do piloto antes de ser levado de helicóptero para um hospital. A namorada Adriana Galisteu disse que Ayrton não queria disputar a prova. Estava com mau pressentimento depois da morte do piloto austríaco Roland Ratzenberger no sábado.

Foi uma morte imediata. O impacto no muro corresponderia a uma queda de uma altura de 130 metros, o equivalente a um prédio de 40 andares. O Diario de Pernambuco dedicou a capa do jornal do dia 2 de maio a esta tragédia, que causou grande repercussão no exterior. A cobertura se estendeu por mais quatro páginas. Ainda havia a possibilidade do avião da Varig que traria o corpo de Ayrton Senna de fazer uma escala no Aeroporto dos Guararapes.

Era uma edição histórica, que trazia ainda como destaques o casamento de Pelé no Recife com a pernambucana Assíria Seixas e o lançamento da candidatura do também pernambucano Lula à Presidência da República, após convenção do PT. O Brasil perdia um dos seus maiores ídolos de todos os tempos. Os outros, com o passar do tempo, tiveram seus acidentes de percurso. Alvo de devoção ainda hoje no Japão, Ayrton Senna tem suas manobras eternizadas em vídeo. E também no Diario. Como novamente agora.