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Cinco de maio, desde 2009, é o Dia Internacional da Língua Portuguesa e da Cultura Lusófona. O Diario de Pernambuco, jornal mais antigo em circulação no mundo neste idioma que tem 260 milhões de falantes em 58 países, foi testemunha, ao longo dos seus 190 anos, de muitas reformas ortográficas. Resistiu a todas elas, apenas mantendo na sua marca a falta do acento que inexistia em 1825.
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Todos os dias, ao longo de mais de 61 mil edições, o jornal contribui para a divulgação do português, nas suas mais variadas formas. Cometemos erros, prontamente observados pelos leitores atentos, mas contribuímos para a discussão de ideias que ajudam a fazer uma sociedade melhor. No fim das contas, a boa linguagem é que nos garante a sobrevivência.

Para comemorar a data, o blog sugere três documentários e um livro para quem gosta da língua de Camões. O primeiro documentário é “Língua – Vidas em português”, dirigido pelo moçambicano Victor Lopes e filmado em 2001 em Portugal, Moçambique, Índia, França, Japão e Brasil. Em 90 minutos, traz depoimentos de Mia Couto, José Saramago, Teresa Salgueiro e Pedro Ayres Magalhães (Madredeus), João Ubaldo Ribeiro e Martinho da Vila.

Em 1997, uma parceria entre o cineasta Belisário França, o antropólogo Hermano Vianna e a TVE do Rio resultou na minissérie “Além-Mar”, filmada em película de 16mm. Em cinco programas, mostra a vida e a cultura de falantes do português em Málaca (cidade no litoral sul da Malásia), Goa (Índia), Maputo (em Moçambique) e Cingapura, além do Brasil e de Portugal.

O terceiro documentário é “Português, a Língua do Brasil”, dirigido em 2007 por Nelson Pereira dos Santos. Em 72 minutos, apresenta depoimentos de 16 membros da Academia Brasileira de Letras, entre eles o paraibano mais pernambucano do mundo, Ariano Suassuna.

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Já o livro é “Milagrário Pessoal”, do angolano José Eduardo Agualusa, publicado em 2010. Em 240 páginas, um velho e sua aluna percorrem o mundo lusófono em busca de neologismos, que podem ser tanto a ruína quanto a salvação de nossa língua. Para os pernambucanos, Agualusa transforma Olinda e seus quintais em personagens, citando também gente real e até a Bodega de Véio.