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Abril de 1961 foi um mês de grandes acontecimentos. Pela primeira vez um homem conseguia ficar em órbita (o soviético Iuri Gagarin) e os cubanos comandados por Fidel Castro impediam uma invasão patrocinada pela CIA na Baía dos Porcos.

Fatos desta magnitude atraíram a atenção mundial, preocupando os israelenses que haviam preparado cuidadosamente um show midiático para se apresentar perante o mundo. Com apenas 13 anos de fundação, o país começava o julgamento de Adolf Eichmann, o responsável direto pela morte de seis milhões de judeus pela SS nazista durante a Segunda Guerra Mundial.

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Capturado na Argentina em 11 de maio de 1960 por agentes do Mossad (o serviço secreto israelense), Adolf Eichmann seria apresentado mundialmente às câmeras para referendar o Holocausto. A transmissão do julgamento foi o primeiro em escala global, entrando para a história da televisão.

Disponível no Netflix, o telefilme The Eichmann Show (2015), uma produção da BBC, narra os bastidores desta aventura televisiva. O produtor Milton Fruchtman (Martin Freeman) e o diretor Leo Hurwitz (Antony LaPlagia) tiveram que correr contra o tempo para treinar a equipe e ocultar as câmeras a pedido dos juízes.

O crédito para o sucesso da transmissão deve-se a Leo Hurwitz, documentarista que criou o sistema  multicâmera onde comandava os cortes ao vivo. A ida a Israel foi a retomada da carreira, já que estava na lista negra das produtoras de Hollywood na época da caça aos simpatizantes comunistas pelo senado Joseph McCarthy.

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A retomada do interesse no julgamento de Eichmann se deveu aos depoimentos dos sobreviventes dos campos de concentração, que pela primeira vez conseguiam contar sua história sem despertar incredulidade. Ao mesclar imagens de época com a reconstituição de um momento chave para o jornalismo, The Eichmann Show cumpre seu papel. O de registrar para não esquecer. Nunca mais.

O trailer abaixo está com legendas em espanhol, mas no Netflix há a versão em português.