O jornalista norte-americano Sydney Schanberg, cujo relato da violenta chegada ao poder no Camboja do Khmer Vermelho foi adaptado para o cinema em “Os Gritos do Silêncio”, morreu nos Estados Unidos aos 82 anos, anunciaram um amigo e o jornal New York Times, para o qual ele trabalhou.
Enquanto os diplomatas e jornalistas fugiam do Camboja, Schanberg e seu assistente Dith Pran permaneceram no país para informar sobre o avanço do Khmer Vermelho, liderado pelo tirano Pol Pot, sobre sobre Phom Penh em 1975. A história inspirou o filme “Os Gritos do Silêncio”, de 1984, dirigido por Roland Joffé.
Sydney Schanberg, vencedor do prêmio Pulitzer, sofreu um ataque cardíaco na terça-feira e faleceu neste sábado em Poughkeepsie, no estado de Nova York, informou no Facebook Charles Kaiser, um amigo e ex-jornalista do New York Times. “Syd era um grande escritor, um repórter corajoso e um modelo importante a seguir para mim”, escreveu Kaiser.
O jornal New York Times descreveu Schanberg como um “correspondente estrangeiro quase ideal: um aventureiro que assumia riscos e desconfiava das autoridades, confiava em si mesmo nas zonas de guerra e escrevia vividamente sobre tiranos políticos e militares e o sofrimento e as mortes de suas vítimas, com paixão de uma testemunha da história”.
Kaiser também publicou uma declaração em nome da esposa de Schanberg, Jane Freiman, e suas duas filhas. “Nós vamos sentir falta de seu senso de humor, seu amor e seu estoque inesgotável de fatos incriminatórios sobre Donald Trump”. “O mundo nunca mais será o mesmo sem ele”. (Da Agência France-Presse)