Hoje é fácil votar. Basta apertar botões e esperar o resultado no mesmo dia, poucas horas depois. Mas nem sempre foi assim. Antes da implantação gradual da urna eletrônica há 20 anos (em 1996), o voto em Pernambuco era no papel e a apuração chegava a demorar dias. Em 15 de novembro de 1986, por exemplo, Pernambuco escolheu governador, senadores e deputados federais e estaduais no velho formato. Compareceram 2.967.362 eleitores. Com 60,91% dos votos válidos, Miguel Arraes (PMDB) derrotou Múcio Monteiro (PFL).
Nas fotos do arquivo do Diario, o passo a passo da votação naquele ano. A conferência dos eleitores era feita de forma manual. No final do dia, as urnas eram colocadas em sacos e transportadas sob forte esquema de segurança. Os votos eram conferidos um a um, na presença dos fiscais dos partidos, que às vezes não resistiam ao cansaço. As fichas devidamente preenchidas e assinadas eram encaminhadas ao Serpro, onde digitadores transferiam a informação para computadores hoje considerados rudimentares.
Para os repórteres e fotógrafos do Diario, a “grande festa da democracia” era sinal de muito trabalho, principalmente de plantões no Tribunal Regional Eleitoral. Conhecidos os vencedores, era hora de cobrir a festa da vitória e de fazer as primeiras apurações sobre as futuras equipes de governo. Agora, tudo se resolve praticamente no domingo, com exceção dos novos secretários. Ainda bem que sobra alguma coisa.