Jornalista sempre está atrás de boas histórias. Nos tempos de internet, a busca de relatos e documentos foi enormemente facilitada, mas há quem prefira as bibliotecas, os arquivos públicos e os acervos preservados por famílias. É desta montanha de papel – principalmente de jornais – e fotografias que profissionais como Erik Larson constroem seus textos. No caso deste norte-americano, o jornalista se tornou escritor. Três de suas obras encontram-se disponíveis no Brasil, pela editora Intrínseca. Três best sellers de não ficção que surpreendem pela apuração. Dezenas de vidas que se interrelacionam com finais geralmente trágicos.
Para quem quer se aventurar na escrita, acompanhar a carpintaria de Erik Larson é um excelente exercício. Como dar encaminhamento a um volume grandioso de informação de forma que atinja o maior número de leitores sem perder a qualidade literária? No jardim das trevas – Intriga e sedução na Alemanha de Hitler (448 páginas), A última viagem do Lusitania (432 pp) e O demônio na cidade branca – Assassinato, magia e loucura na feira que transformou os Estados Unidos (448 pp) são boas surpresas pelo assunto e, principalmente, pela narrativa.
O primeiro livro da lista, lançado no Brasil em 2012, aborda a chegada em Berlim, no ano de 1933, da família do novo embaixador dos Estados Unidos, William E. Dodd. Professor universitário, elemento estranho no mundo da diplomacia, ele registaria a transformação da Alemanha pelos nazistas. Um testemunjo que, na época, não foi levado a sério, mas que por Larson ganha ares de um filme de espionagem, com direito a comunistas, perseguição a judeus, sexo e atos de heroísmo e desespero.
O segundo livro também aborda a relação conflituosa entre os Estados Unidos e Alemanha, desta vez pelo ataque de um submarino ao luxuoso transatlântico que saiu de Nova York com destino a Liverpool em maio de 1915. O torpedeamento de um navio de passageiros causou a morte de 1.195 pessoas. Larson narra a história a partir do ponto de vista de muitos passageiros e também do capitão do Lusitania, William Thomas Turner, e do capitão do Unterseeboot-20, Walther Schwieger. O que seria uma viagem tranquila tornou-se um terror que durou 18 minutos, o tempo em que uma das maiores embarcações da época levou para desaparecer na costa da Irlanda.
O terceiro livro vai ser transformado em filme com direção de Scorsese e Leonardo DiCaprio no papel de H. H. Holmes, um médico picareta que pode ser considerado um dos primeiros serial killers dos Estados Unidos, com 27 assassinatos declarados mas com mais de outros 200 desaparecimentos suspeitos, a maioria mulheres. A resenha desta história foi publicada no Diario de Pernambuco, com direito a uma reportagem sobre como o Recife foi influenciado pela Feira Mundial de Chicago. O material pode ser lido clicando na página abaixo.
Espetacular a informação sobre a livraria e editora Ramiro Costa. Repliquei em minha página no face e brindei com quatro novos postais complementando os já citados na reportagem.
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