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Impresso, internet e TV. Três veículos integrados na divulgação do especial produzido pelos repórteres Ed Wanderley e Alice de Souza, o Viver mais, que traça um raio x do pernambucano a partir dos dados da primeira Pesquisa Nacional de Saúde, divulgada pelo Ministério da Saúde em dezembro de 2014. Os números globais foram dissecados e transformados em informações de fácil assimilação, já que o tema maior versava sobre os hábitos alimentares e suas consequências. As séries no papel (as primeiras páginas estão reproduzidas acima) e na web (para entrar, clique aqui) começaram no domingo e prosseguem com as atualizações até o dia 1º de fevereiro. Na TV Clube, o programa PE no ar, comandado por Isly Viana, repercute as informações desta segunda até a sexta-feira. Um trabalho que envolveu a participação de muitos profissionais, principalmente no design, nas equipes comandadas por Christiano Mascaro (editoria de arte) e Jaíne Cintra (multimídia). Com a palavra, Ed Wanderley e Alice de Souza.

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Nossa inacreditável noção de saúde

Ed Wanderley e Alice de Souza

Parece difícil de acreditar, mas uma entre cada 25 pessoas vivendo em Pernambuco nunca foi submetida à aferição de pressão arterial. Um dos mais básicos exames que se pode imaginar quando alguém não se sente bem e é atendido por um profissional de saúde simplesmente não faz parte do histórico de muita gente. Achou pouco?
Em Pernambuco, uma em cada nove pessoas jamais teve os índices de glicemia (“açúcar no sangue”) verificados. E pior, uma em cada sete, nunca teve informação sobre seus níveis de colesterol ou triglicerídeos. E não é um cenário de municípios pouco desenvolvidos, uma vez que este é o mesmo índice de homens que vivem no Recife, que jamais se submeteram ao exame – alerta mínimo e básico contra doenças cardíacas.

Viver mais quadro 3As informações são da primeira Pesquisa Nacional de Saúde, divulgada pelo Ministério da Saúde, em dezembro de 2014, e assustam porque dizem respeito à prevenção básica das chamadas “doenças crônicas não transmissíveis”, responsáveis por nada menos que sete entre cada 10 mortes registradas no Brasil. A grande ironia do estudo é revelar que mais da metade dos moradores do estado acreditam gozar de uma saúde boa ou “muito boa” e essa “certeza” só faz crescer quanto mais escolaridade a pessoa venha a ter.
É justamente a respeito desses dados que se dedica a série de reportagens “Viver Mais”, que o Diario publica até o dia 1º de fevereiro, desvendando a realidade do assunto no estado, em seu âmbito importante: no hábito e consciência de cada pessoa.
Bem distante do ambiente hospitalar, esse é o olhar mais básico que se pode ter sobre a saúde – aquela que começa com a qualidade de seu sono, passa pelo que você come e termina com as atividades que permitem o gasto suficiente de energia para que este consumo não se torne um problema ao mais precioso bem de todos nós: o corpo. Muito além de números intangíveis, apresentaremos a realidade de “ação e reação” ao qual nossos organismos são submetidos a cada dia.

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Parece incrível que tenhamos, por exemplo, ossos cuja resistência seja maior que as vigas que utilizamos em muitas construções, proporcionalmente; Ou um sangue que, em apenas seis segundos, é capaz de percorrer todo o nosso corpo. Numa reflexão mais racional, parece ainda mais inacreditável o desgaste e descuido sem iguais que oferecemos a máquinas tão engenhosas, nos “dadas de graça” para uso – e tamanho abuso, que nos faz encurtar naturalmente a própria vida.
Apenas para se ter uma ideia, um problema como a obesidade reduz em até nove anos a expectativa de vida. Outro ponto é que o estilo de vida na capital já representa uma realidade em que se diagnostica um caso de câncer em cada grupo de 55 pernambucanos.

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Reflita sobre seus hábitos. Desde o que come até a bebida do fim de semana ou aquele cigarro que você admite fumar passivamente enquanto conversa com um colega de trabalho ou membro da família. Há quem goste de gastar os dias como uma loteria, onde tudo vale e a regra é não seguir qualquer regra. Há quem queira viver por mais tempo e com mais qualidade. O convite é para aqueles que desejam – mais que em teoria – fazer parte desse segundo grupo, cuja concepção de cura tem início na palavra “prevenção”.