A imagem do deputado federal João Paulo com as duas mãos erguidas no centro entre Humberto Costa e Pedro Eugênio já diz tudo. Mesmo sendo o vice-prefeito da chapa encabeçada por Humberto, João Paulo tornou-se o centro das atenções na conveção do PT. Tornou-se também o fato novo para a política local e, claro, para o jornalismo. Antes mesmo da imagem chegar à redação, já não havia dúvidas de que estávamos diante da manchete deste sábado. E mais do que isso, de que a manchete deveria ser focada diretamente no deputado.A fotografia caiu como uma luva.

Definir uma manchete de política – assim como de futebol – não é fácil. Existe sempre o outro lado. Ou os outros lados. Uma palavra mal colocada pode gerar uma interpretação ainda pior. Buscar o equilíbrio então torna-se um desafio dos mais delicados.  Cogitamos  a manchete “João Paulo vai para o sacrifício”. No esporte, esta é uma expressão que remete a dedicação e a raça do jogador que vai para o jogo mesmo estando lesionado. Mas, na política, a palavra “sacrifício” pesa.

Ignorar o histórico de desencontros e as opiniões divergentes entre Humberto Costa e João Paulo seria um grave erro. Mas ao mesmo tempo não cabia uma manchete com uma carga negativa. A busca pela neutralidade nos remeteu ao dia do anúncio da candidatura de Geraldo Júlio pelo PSB – tornando-se o adversário principal do PT. A capa daquela quinta-feira, dia 21 de junho, trazia uma manchete direta: “O escolhido”, já que Geraldo era um dos quatro nomes pré-selecionados pelo governador do estado e presidente do partido, Eduardo Campos. Na balança jornalística e política, chegamos ao consenso (ou quase isso) da manchete “O convocado”.