Brasília – “Em um futuro muito próximo ninguém sairá mais de sua residência para comprar uma camisa, uma televisão ou mesmo um automóvel. Todos esses produtos chegarão à casa do cidadão por mala direta, como já está ocorrendo, pelo telefone, pela própria televisão ou através de um microcomputador pessoal. Esses equipamentos fornecerão ao consumidor todas as características do produto desejado, que poderá ainda ser produzido a partir do pedido, a milhares de quilômetros de distância”.
A frase, dita em 1984, foi publicada no Diario de Pernambuco no dia 9 de setembro daquele ano, na página de Últimas Notícias, disputando espaço com incríveis outros onze assuntos. O norte-americano do título era Alvin Toffler, que figurava em uma das duas únicas fotos da página – o outro “agraciado” era o teólogo Leonardo Boff, que havia ido ao Vaticano conversar com o “inquisidor” Joseph Ratzinger, que num futuro próximo se tornaria o papa Bento XVI.
Toffler era uma das personalidades mais famosas da década de 1980, principalmente pelo livro Terceira Onda (1980), onde expunha novos conceitos de desenvolvimento. A primeira onda foi quando a humanidade se dedicava à agricultura, a segunda surgiu há 300 anos, a partir da revolução industrial e a terceira, a que vivemos hoje, começou nos anos 1970, a partir do domínio do desenvolvimento dos computadores. O autor estava em Brasília para falar com lojistas. Quem se preparou para o futuro da venda online se deu bem. Quem não, perdeu a onda.