A capa do Diario de Pernambuco deste domingo apresenta quatro abordagens onde o passado, o presente e o futuro do Recife se entrelaçam, com resultados não muito animadores, mas ainda com possibilidades de mudanças. A manchete, da editoria de Local, aborda um fenômeno que lentamente se consolidou no histórico bairro de São José e que agora está mais visível com o aumento do número de chineses presos por contrabando e outros delitos. Nos últimos três anos e quatro meses, 60 chineses foram indiciados e 28 detidos pela Polícia Civil pernambucana acusados de abastecer o mercado com falsificações baratas. As autoridades policiais já reconhecem a existência de uma máfia que opera nas sombras, controlando uma comunidade fechada em si mesmo.
Outro bairro histórico, o da Boa Vista, o preferido dos judeus ainda na época da Colônia, enfrenta um processo de decadência dos seus imóveis, ocupados há cinco décadas atrás por artistas e intelectuais. Em página dupla assinada pelo repórter Felipe Torres, as características peculiares do local são apresentadas a partir de extenso levantamento feito pelo pesquisador e economista Jacques Ribemboim em parceria com Wilton de Souza.
O tema da semana da seção Curiosamente, publicada no Viver e produzida pelo repórter Ed Wanderley, é o metrô que o Recife merecia e que nunca saiu do papel. Do centro histórico seria possível se deslocar para todos os lugares, mas a ideia, baseada na estrutura implantada em Nova York, nunca passou por estudos de viabilidade técnica ou financeira.
Na editoria de Economia, a revelação, através do texto do editor assistente do Viver, Diogo Carvalho, de que o terminal de passageiros no Porto do Recife, entregue em 2013 e que custou R$ 28 milhões, vai ficar literalmente a ver navios a partir do próximo ano, com a decisão das operadoras de não mais investirem em cruzeiros no litoral brasileiro. Não teremos turistas de outros países para circular pelos bairros conservados de São José e da Boa Vista e nem para pegar o metrô e desembarcar no Poço da Panela. Talvez em outro momento mais à frente. Quando merecerá outras manchetes do Diario.