Em 1964, o cangaço ganhou um toque de humor, com um sotaque de caipira paulista. No lugar de Lampião – morto na grota de Angicos, em Sergipe, 26 anos antes – entrava em cena Lamparina, interpretado por Mazzaropi, fenômeno de bilheteria de um Brasil que ainda mantinha um pé na fazenda. A história de Bernardino Jabá, um retirante vindo de Cabrobó, que chega à cidade de Sororóca, tendo que convencer cangaceiros de que era um deles, foi inteiramente filmada na Fazenda Santa, propriedade do próprio artista, no Vale do Paraíba, em São Paulo. O Lamparina foi um dos 34 filmes dirigidos e/ou interpretados por Amácio Mazzaropi, que faleceu há 34 anos, em 13 de junho de 1981. Seu passamento foi chamada de capa no Diario de Pernambuco do dia seguinte, onde o jornal o tratava como “o mais popular cômico do cinema brasileiro”.
Na página A-36, na seção últimas Notícias, a foto que ilustrava a matéria sobre a vida e obra de Mazzaropi é justamente ele interpretando Lamparina. Hoje praticamente ignorado pelas novas gerações, Mazzaropi soube entender o que o povo gostava e por isso as salas de cinema, no tempo em que eram ainda a maior diversão, ficavam lotadas a cada produção que lançava. Porque rir de si mesmo é o primeiro sinal de mudança. Para melhor.