Se hoje tudo é em tempo real, imagine como era trabalhar na divulgação de notícias há 80 anos. Pois naquela época, devidamente retratada pelo Diario de Pernambuco, comemorava-se “a prodigiosa rapidez com que se transmitiam de um canto a outro da Terra as informações fotográficas dos fatos culminantes do dia”. Era assim que iniciava reportagem em página dupla, publicada no dia 3 de fevereiro de 1935, sobre as proezas dos modernos repórteres.
“Para satisfazer, por meio da documentação ilustrada, a curiosidade sempre alerta de um público quase instantaneamente informado pelo telégrafo, telefone ou rádio do que se passa no mundo, os modernos repórteres e os operadores de cinema devem cometer proezas realmente heroicas”, ressaltava o texto na sua abertura.
Na verdade, tudo o que se ressaltava há oito décadas sobre os bastidores da notícia tem a sua validade até hoje, mudando-se apenas as plataformas. O repórter, antes e agora, é retratado como um abnegado com cada vez maior número de tarefas, um herói da informação rápida para satisfazer um público cada vez mais exigente e, principalmente, impaciente.
“A transmissão de uma reportagem escrita e o fato que ela se refere são hoje, com efeito, quase simultâneos e isso faz esquecer o difícil problema que se tem a resolver desde que se deseje juntar ao texto a sua imagem. A função do repórter, de alguns anos para cá, tornou-se, desse modo singularmente complexa, exigindo dos seus profissionais uma audácia, uma coragem e, sobretudo, um espírito de decisão acima de qualquer elogio”.