O pernambucano de Tacaratu queria ser da polícia, mas foi rejeitado, em 1927, pela baixa estatura. A navalha de barbeiro foi trocada de vez pelo mosquetão em 1935, em Santana do Ipanema (Alagoas), quando passou no teste de matar um homem, um coiteiro que teria traído o grupo de Virgínio, o cunhado de Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião. Cinco anos antes, a baiana de Curral dos Bois (hoje Paulo Afonso) já havia deixado a pequena fazenda dos pais, localizada no povoado de Arrasta-pé, para seguir os passos de Virgínio como sua mulher.
Pelos galhos tortos da caatinga nordestina, Moreno e Durvinha escreveram uma história de amor e sangue, com um final feliz a que o casal mais famoso do cangaço, Lampião e Maria Bonita, não teve direito. Moreno – um dos mais brutais cangaceiros – e Durvinha largaram as armas em 1940 e somente em 2005 divulgaram suas verdadeiras identidades para os filhos, que ganharam um irmão mais velho deixado em janeiro de 1938, com poucos dias de vida, para ser criado por um padre em Pernambuco.
O casal estrela documentário Os últimos cangaceiros, dirigido pelo diretor cearense Wolney Oliveira, que está em cartaz no Recife, no Cinema São Luiz. Entre 2006 e 2010, ele registrou os depoimentos de Moreno e Durvinha. Pronto em 2011, o filme esperou quatro anos para chegar às salas de exibição por falta de recursos para a sua distribuição. De 182 horas filmadas, o resultado final chegou a 79 minutos.
Em 2007, levantando material para a série de cadernos que seriam publicados no Diario de Pernambuco em 2008, para marcar os 70 anos da morte de Lampião, conheci Moreno e Durvinha em evento em Brasília promovido pela Sociedade Brasileira dos Estudos do Cangaço. O perfil deles foi publicado no Correio Braziliense, integrante dos Diários Associados, no dia 30 de novembro. Texto pode ser conferido na íntegra abaixo.