Há 37 anos, os amantes do cinema em Pernambuco finalmente puderam assistir em tela grande, após sete anos de espera, à adaptação de Stanley Kubrick para A Clockwork Orange, um romance escrito em 1962 por Anthony Burgess. Lançado mundialmente em 1971, somente no dia 16 de setembro de 1978 foi que o cine Veneza começou a vender os ingressos para a estreia no estado de Laranja Mecânica. O fato foi devidamente registrado no Diario de Pernambuco, que na edição de domingo, dia 18 de setembro, abordava na coluna Imagem & Som, assinada pelo também cineasta Fernando Spencer, detalhes da obra polêmica.
A liberação do filme pela censura não foi uma vitória completa. O filme só foi exibido no Brasil com classificação para maiores de 18 anos e ainda com bolinhas pretas que acompanhavam as partes baixas dos atores nas cenas de nudez.
Depois de Laranja Mecânica, a censura brasileira começou a abrir as porteiras. Na mesma época, os cinéfilos puderam assistir também a Casanova de Fellini e 1900, de Bernardo Bertolucci, este último com três cortes, dois envolvendo sexo e outro sobre tóxicos. Estavam na lista para serem liberados O último tango em Paris, também de Bertolluci, com apenas um corte e ainda Emanuelle.