A primeira menção do nome de Geraldo Vandré no Diario de Pernambuco surgiu na edição de 29 de abril de 1962, um domingo. Na verdade, tratava-se de um anúncio do programa de Bibi Ferreira na TV Rádio Clube, canal 6. Vandré seria um dos convidados da “Festinha na Casa de Bibi” ao lado de nomes sagrados da MPB como Orlando Silva, Ciro Monteiro e Agostinho dos Santos, e também de atores como Anselmo Duarte, Procópio Ferreira e Jô Soares. Em breve, o músico paraibano voltaria a ter um noticiário só seu, como no dia 4 de julho de 1965, quando a coluna Ronda dos Discos informava que ele havia recebido um adiantamento de 600 dólares (o equivalente a um milhão de cruzeiros) pela edição de sua obra em países de língua inglesa.Neste mesmo ano, em agosto, o primeiro álbum de Vandré era tratado como um lançamento sui generis, neste caso, um elogio.
Vandré surgiu no cenário musical em 1961 com a música Quem quiser encontrar o amor, de Carlos Lyra. Sua consagração veio dos festivais. Em 1966, vence com Porta-estandarte, de sua autoria e depois com Disparada, que dividiu o primeiro prêmio com A Banda, de Chico Buarque. Em 1968, fez todo o Maracanãzinho entoar como um hino, a célebre Pra não dizer que não falei das flores, depois proibida e que provocou seu exílio para a França, onde ficou até 1973.
Na volta ao Brasil, Vandré estava mudado. Desapareceu dos palcos. Aos 80 anos de idade, voltou às páginas do Diario de Pernambuco no último domingo, dia 6 de setembro de 2015, A repórter do Viver, Luiza Maia, resgatou a importância do artista através do depoimento de seus parceiros pernambucanos e conseguiu até uma rara entrevista do homem que não seguiu a própria canção. Um documento que merece o registro.