Há 36 anos, a situação era trágica para os amantes da sétima arte no Recife. Os cinemas de subúrbio, que tanto fizeram a alegria de crianças e casais em décadas de funcionamento, estavam fechando as suas portas. No dia 24 de fevereiro de 1980, o Diario de Pernambuco publicou reportagem onde afirmava, já no título, que as salas para exibição de filmes longe do Centro marchavam para a extinção.

Os números não mentiam. Dos quase 40 cinemas de subúrbio que existiam no Recife, naquela data apenas o Eldorado (Afogados), o Albatroz (Casa Amarela) e o Guararapes (Areias) ainda resistiam. Este último já estava ameaçado a ter o mesmo fim do Boa Vista, Império e Rivoli, que encerraram as atividades entre dezembro de 1979 e janeiro de 1980.

Já circulava a notícia de que seria construído um cinema em Boa Viagem, mas a sensação era de perda. A culpa seria da televisão? Para uns, sim, mas para outros o pouco interesse dos frequentadores era devido aos filmes em cartaz. Os seriados e as aventuras deram lugar a produções com uma maior dosagem de sexo e pancadaria.

Hoje vivemos a era dos multiplexes em shoppings. Foi-se o tempo da obrigatoriedade da gravata. Outras histórias passaram a ser contadas.