A frota de veículos de passeio registrada no Recife, segundo o Detran, chegou à marca de 406.692 em fevereiro deste ano. Na Região Metropolitana, se somados todos os tipos de ciclomotores (caminhões, ônibus, motos…), o número alcança impressionantes 1.284.955. É muito carro para pouco asfalto. Agora desembarque deste engarrafamento e volte 90 anos no tempo. Você está no Recife em 1925. Verá circular pelas ruas 841 carros de passeio e 245 autos-caminhões, de várias capacidades. Isto mesmo. A frota total naquela época era de apenas 1.086 automóveis.

Os números foram divulgados na extinta Revista de Pernambuco, na edição de maio de 1925, a partir de consulta do livro de registro da Inspetoria Municipal de Veículos. “Agora chegou a vez de dizer sobre o automóvel, o incomparável meio de transporte que, nestes últimos tempos, tem concorrido para que o intenso momento das nossas artérias apresente a importância daqueles que se observam nos grandes centros civilizados do mundo”, destacava a publicação.

Há 90 anos, o Recife procurava tornar-se moderno, com grandes obras urbanas que depois acabariam sendo modificadas por causa da necessidade de mais ruas para a crescente frota. Os carros apresentados no infográfico são do ano de 1924 e seriam os que estavam cruzando o Recife quando o levantamento foi divulgado. O Ford modelo T era o campeão entre 14 marcas, com 386 unidades. Sua velocidade máxima era 75 quilômetros por hora. Estados Unidos e países europeus disputavam este crescente mercado.

Se o século 20 foi considerado o do automóvel, o 21 apresenta outras possibilidades. É preciso ver novamente o que se observa nos grandes centros civilizados. Se é para pegar carona, que seja de forma consciente.