“Em toda a minha escalada aprendi muita coisa, inclusive que para se ter sucesso é preciso a gente se cercar de bons elementos. Se escolho meus homens em todas as empresas é porque eles são iguais ou melhores que eu. Piores, nunca. Acho que tendo gente de alto gabarito trabalhando comigo, meu destino é subir mais, ser sempre bem-sucedido nos meus empreendimentos”.
Há 40 anos, Senor Abravanel revelava o segredo do seu sucesso ao Diario de Pernambuco, em entrevista publicada em 1 de agosto de 1976. Nascido em 1930 e mais conhecido pelo nome artístico de Silvio Santos, ele já comandava um império de 19 empresas e três mil funcionários – da venda de carnês e a criação de gado – e preparava-se para ter uma emissora de TV só sua. Enquanto a TVS – o embrião do SBT – operava de forma experimental no Canal 11 do Rio de Janeiro, Silvio Santos regressava à TV Tupi, onde já havia atuado por 12 anos.
Silvio Santos comandaria na rede de emissoras dos Diários Associados o programa recorde de audiência aos domingos, desta vez com uma novidade: a transmissão em cores. A fórmula da TV brasileira, para ele a segunda melhor do mundo (atrás apenas da norte-americana) seria a aposta no entretenimento e não na educação. “Acho que o povo brasileiro gosta muito de televisão para se divertir. O povo já tem muitos problemas e talvez não esteja predisposto a sentar diante de um programa de televisão para assistir a uma aula de história, por exemplo…”.
Em 1980, Silvio Santos aproveitou-se da falência da Tupi para criar a sua rede nacional, ajudado pela simpatia dos militares à sua proposta de programação. Mas manteve-se fiel até hoje aos seus princípios.