A Newsweek, revista semanal norte-americana com quase 80 anos de existência, anunciou nesta quinta-feira que irá deixar de circular no papel e, a partir de 2013, existirá apenas na internet, nos tablets, nos smartfones e nas tecnologias móveis que surgirem pelo mundo afora. Sim, pelo mundo afora não é maneira de falar. A estratégia da revista é tornar-se, cada vez mais, “mundial”. A ideia fica clara no comunicado oficial da Newsweek Global, como será chamada a publicação digital, ao dizer que “será uma edição destinada a uma audiência móvel e líder em opiniões que quer ficar por dentro de eventos mundiais em um contexto sofisticado. A Newsweek Global será financiada por assinaturas pagas e estará disponível por meio de leitores eletrônicos tanto para web quanto para tablets, com conteúdo selecionado do The Daily Beast“.
Pelas declarações de Tina Brown, editora-chefe do The Daily Beast e da Newsweek, e Baba Shetty, CEO do grupo The Newsweek Daily Beast Co. deu para perceber que a transição tem sido dolorosa.“Deixar o impresso é um momento extremamente difícil para todos nós que amamos o clima romântico do papel e a camaradagem única uma vez por semana, nas horas antes do deadline, na sexta à noite. Mas, quando
chegamos perto do 80º aniversário da Newsweek, no ano que vem, devemos manter o jornalismo que dá à revista o seu propósito – e adotar o futuro somente digital”.
Mesmo dolorosa, a mudnaça tornou-se inevitável. Com o ciclo semanal ficando ultrapassado, Newsweek teve que se adaptar à era da internet e estabelecer uma presença digital, enquanto enfrentavam queda em circulação e anunciantes. Comparando os dados, entende-se a opção feita pela revista:
Papel:
– Em 2001, a Newsweek tinha uma circulação paga de 3.158.480 exemplares.
– Em junho de 2012 caiu para 1.527.157.
– Prejuízos com a revista são estimados em US$ 40 milhões ao ano.
Online:
– Mais de 15 milhões de visitantes únicos por mês, um aumento de 70% no último ano
– Cerca de 40% dos americanos dizem que acessam as notícias por uma fonte online
– A previsão é que os EUA tenha 70 milhões de usuários de tablets até o fim do ano
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