Pioneiro na utilização de bondes a vapor, o Recife foi a segunda cidade do país, atrás do Rio de Janeiro, a andar nos trilhos ainda em 1867, com a linha Porto-Apipucos. Porém, quando chegou o século 20, a capital pernambucana quase perdeu o bonde da história. Das grandes capitais brasileiras, foi a última a aderir ao transporte eletrificado. Em 1914, os bondes abandonaram os burros. Na década de 1920, o Recife já possuía o terceiro maior sistema de bondes urbanos do Brasil. As composições vinham da Inglaterra, desembarcavam no Porto do Recife e recebiam o tratamento para circular pelos bairros. As imagens do acervo do Diario, sem crédito e sem data, mostram exatamente este processo. Por causa da segunda guerra mundial, a importação ficou mais difícil e os trilhos passaram a ser cobertos pelo asfalto. Ter carro era símbolo de prestígio. O transporte público foi para a privada do desenvolvimento. Nós, passageiros, ficamos a ver navios. Sem bonde nenhum passar.