Essa é da seção “Capas que fizeram sucesso”.  O Diario de Pernambuco dedicou grande espaço na sua primeira página do dia  26/10/2011  para algumas questões polêmicas sobre o Facebook. O assunto, apesar de relevante e afetar diretamente a vida de milhões de pessoas, geralmente não tem tanto destaque nos jornais.

Na época, percebi  um certo incômodo em muita gente com quem conversei aqui na redação. Descobri que grande parte das pessoas que estão ao meu redor (muitos usuários compulsivos do “face”) nunca haviam parado para refletir sobre a ferramenta que usavam (muitos, por sinal, ainda continua sem refletir). Sim, colegas: existe algo bastante complexo além do mundo da “curtição”.

No “lado oculto do Facebook”, como sugeriu a manchete do Diario, a privacidade parece ser a questão que gera maior desconforto. Mas por qual motivo? Por que algumas pessoas se preocupam tanto com a privacidade? Por que privacidade é importante?

No amplo espectro de respostas possíveis e imagináveis para estes questionamentos, gosto de pensar que controlamos nossa privacidade para nos tornarmos mais próximos das pessoas. Mais próximos, explicando melhor, das pessoas que queremos e escolhemos. A privacidade é, antes e acima de tudo, um processo seletivo, como definiu Eric Hughes. Escolhemos (ou deveríamos escolher) o que e  quanto cada pessoa deve conhecer de nós. Desta forma, controlamos o grau de intimidade que cada um tem conosco. Criamos nossos círculos. Nos tornamos especiais.

Sem privacidade, nos nivelamos afetivamente. Mas, se serve de conforto, nos tornamos mais “curtíveis”.