A requalificação da Orla de Olinda voltou ao noticiário, mas as notícias não são nada boas. Será criado um novo grupo de trabalho para se voltar a pensar em como tornar aquele trecho do litoral pernambucano novamente em cartão-postal. Os moradores estão no limite da paciência. A beira-mar da primeira capital de Pernambuco mudou muito ao longo dos séculos. O avanço das ondas destruiu casarões e forçou, em 1961, a prefeitura a tomar uma atitude drástica. No Diario de Pernambuco de 13 de julho de 1961, uma foto-legenda trazia o sugestivo título de “Mar desfaz história”. O texto reproduzo abaixo:
Enquanto pedras e escombros de antigas casas substituem os banhistas em três quilômetros das praias de Olinda, o prefeito Barreto Guimarães reivindica dos poderes federais o pagamento das verbas para prosseguimento das obras de enrocamento, e diz à reportagem que a determinação do presidente Jânio Quadros (estudos dentro de 45 dias) é uma “pilhéria que provocou nos olindenses o mais profundo sentimento de frustração. Na foto, trecho da praia dos Milagres, onde o mar, depois de derrubar as casas da orla, destrói a primeira rua paralela e avança para os monumentos históricos.
No dia 3 de janeiro de 1965, o Diario voltaria a destacar a orla de Olinda, desta vez para anunciar que as obras de contenção do avanço do mar, iniciadas em 29 de novembro de 1959, estavam finalmente concluídas. Foram utilizadas 400 mil pedras nos espigões verticais nas praias dos Milagres, Carmo e São Francisco. A foto mostra o engenheiro Lourival de Almeida Castro no meio da obra. Parecia que era o fim de todos os problemas. Só que ainda não.