No Diario de Pernambuco há 12 anos, o repórter do Viver Júlio Cavani especializou-se em cinema. Da cobertura de festivais, do acompanhamento de filmagens e da entrevista com artistas, diretores e produtores tirou lições para ele mesmo sair por aí com uma câmera na mão e uma ideia na cabeça. Agora Cavani está colhendo os frutos desta sua segunda vocação. Seu segundo filme, História natural, foi escolhido ontem para ser exibido no Festival de Clermont-Ferrand, na França, tido como a maior mostra de curtas-metragens do mundo e que será realizado de 30 de janeiro a 7 de fevereiro de 2015, com previsão de 100 mil espectadores.
História natural concorrerá na categoria Lab, que contempla títulos com grande foco nos quesitos sensoriais, como o uso de imagens e sons. Com apenas um personagem e sem falas, o enredo do curta de 12 minutos de Cavani gira em torno de um objeto orgânico encontrado no topo de uma árvore solitária que se destaca na paisagem de quem circula pela rodovia PE-060, no município de Ipojuca. O curta já ganhou o prêmio de Melhor Som no Festival de Gramado e foi realizado graças aos R$ 80 mil obtidos com a premiação do concurso de roteiros Ary Severo, uma das forma de patrocínio do Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura.
A primeira incursão de Cavani como diretor foi com Deixem Diana em paz (2013), uma animação com desenhos do pai, o artista plástico Cavani Rosas, que já foi ilustrador do Diario de Pernambuco. Mas a paixão pelo cinema vem desde o curso de jornalismo. Seu vídeo de conclusão na universidade chamou-se Fora da cena: filmes pernambucanos inacabados. Enquanto concilia o trabalho na redação do jornal e a participação nos festivais (e já foram 12 só com História natural), Cavani escreve agora o roteiro do seu primeiro longa. Ele adianta apenas que será uma animação. Em breve anunciada aqui mesmo no Diario.