Imagem: Marcelo Camargo/Agencia Brasil

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Enquanto parlamentares pretendem ampliar benefícios na Proposta de Emenda Constitucional 1/2022, chamada de PEC Kamikaze pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, o chefe da equipe econômica faz voto de silêncio. Ele evita contrariar a estratégia do Planalto, que pretende dar uma cartada decisiva na corrida eleitoral.

A PEC Kamikaze tomou lugar da PEC dos Combustíveis e deve sofrer alterações, com previsão de mais gastos, na Câmara dos Deputados. A medida tem sido chamada de “pacote de bondades” — até mesmo pela oposição, que votou a favor da PEC no Senado —, mas os efeitos dessa articulação não serão nada positivos. Em 2023, o dólar tenderá a subir com a falta de perspectiva de um controle fiscal; a inflação continuará persistente; e o Banco Central será obrigado a manter os juros em dois dígitos no próximo ano, travando o crescimento econômico.

Nos bastidores do Ministério da Economia, a preocupação é grande. “É a farra do boi”, lamentou uma fonte da Esplanada, que pediu anonimato. Assessores próximos a Paulo Guedes afirmam que o ministro não vai comentar a PEC que joga por terra a agenda liberal do governo Bolsonaro. Ontem, ele cancelou o único compromisso público na agenda devido “a reuniões internas”.

Quando tinha mais poder e era mais respeitado pelo mercado, Guedes ameaçou deixar o cargo em razão de medidas bem menos prejudiciais às contas públicas do que a atual PEC. Mas, ao longo do mandato, cedeu à pressão da ala do governo que defende furar o teto de gastos. Ao longo desse processo de desgaste, vários integrantes favoráveis à austeridade fiscal deixaram o governo.

Fonte: Correio Braziliense

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