Por Tainá Andrade/Correio Braziliense
A Câmara dos Deputados pode aprovar, hoje, a PEC das Bondades, que cria benefícios em pleno período eleitoral, maior aposta do presidente Jair Bolsonaro para melhorar seu desempenho nas pesquisas de intenção de votos. O presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), em conjunto com a base governista, tem trabalhado para não repetir a frustração da quinta-feira passada, quando o projeto deixou de ir a voto por falta de quorum qualificado — 308 votos, no mínimo.
Na avaliação do deputado Marcelo Ramos (PSD-AM), apesar da tendência pela aprovação da matéria, um novo obstáculo poderá atrapalhar os planos do governo, que corre contra o tempo para viabilizar o pagamento dos benefícios o mais rapidamente possível: o impedimento dos repasses das emendas de relator (RP9), conhecidas como orçamento secreto.
“Depois do dia 2 de julho, Arthur perdeu muito do poder dele, porque não pode mais chantagear os deputados com as RP9. Não pode mais acontecer o repasse voluntário pela União, é crime eleitoral com cassação da candidatura”, disse o parlamentar.
Segundo Ramos, também há o risco de a oposição repetir a estratégia da semana passada e obstruir a votação. “Na quinta, corria o risco de não alcançar [o quórum], e acho que isso pode se repetir amanhã (hoje).”
Deputados aliados de Bolsonaro acreditam que o apelo social do texto — que concede aumento ao Auxílio Brasil, de R$ 400 para R$ 600, regulamenta o vale-gás e cria o voucher para caminhoneiros, o valor de R$ 1 mil por mês – fará com que o Parlamento se mobilize para atingir o quórum desejado.
“Não existe, neste momento tão difícil, a menor possibilidade de nenhum deputado votar contra. Aquele que votar contra, com certeza, pagará um alto preço pela sua postura de não querer ajudar o povo”, assegurou o deputado Coronel Tadeu (PL-SP).