Por Tainá Andrade/Correio Braziliense
Um estudo feito pelo Observatório da Violência Política e Eleitoral, da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), publicado nesta segunda-feira (11/7), mostra que houve um aumento de 23% nos casos de violência política no primeiro semestre deste ano em comparação com o mesmo período de 2020, quando ocorreram as eleições municipais.
A base para o levantamento são as notícias em veículos de comunicação, que são posteriormente checadas pela equipe de pesquisadores que compõe o Grupo de Investigação Eleitoral (Giel). São consideradas violências desta natureza as cometidas contra lideranças, ameaças, agressões, homicídios, atentados, homicídios de familiar, sequestros e sequestros de familiar.
O aumento já tinha sido registrado desde o primeiro trimestre deste ano, com 113 casos ocorridos — 28% a mais que em 2020. No segundo trimestre, foram 101 ocorrências, totalizando 214 casos no primeiro semestre de 2022.
Quanto à natureza da violência, nos últimos três meses foram registrados 37 ocorrências de ameaças, 27 casos de agressão, 19 de homicídios, nove atentados, cinco homicídios de familiares e dois sequestros.
A violência política ganhou ainda mais destaque após o assassinato do tesoureiro do PT, Aloizio Arruda, morto por um apoiador de Jair Bolsonaro (PL), em Foz do Iguaçu. O crime ocorreu enquanto a vítima comemorava o aniversário de 50 anos, no último sábado (9/7), em uma festa temática do ex-presidente Lula. Após o crime, várias frentes estão se mobilizando para evidenciar o perigo eminente que está se formando nesta eleição em torno da incitação ao ódio causado pela polarização.