Marta, a missionária que fugiu do casamento arranjado

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Há seis anos na Obra de Maria em Luanda, a angolana Marta Kiaza Tchicolomuenho, 23 anos, é um exemplo de jovem africana que fugiu dos casamentos arranjados. Há pouco mais de um mês, um tio, irmão da sua mãe, tentou negociá-la com um homem bem mais velho, morador da Província de Uíge, a 345 quilômetros de Luanda, terra natal da família. Seus pais morreram quando ainda era uma bebê.

Criada pela avó materna, depois pela irmã da avó, Marta conheceu a obra aos 15 anos por meio de uma amiga. Somente dois anos depois, ingressou na comunidade. “Minha família não aceitou inicialmente, pois achava que não poderia mais ajudar nas despesas de alimentação. Mesmo assim, sem a aprovação, entrei na comunidade”, falou. Marta é a caçula da família. Tem mais três irmãos, uma moça e dois rapazes. Quando perdeu os pais e precisou sair do lugar onde nasceu, ela lembra que a família teve muitas dificuldades. “Passamos fome, mas mesmo com todos os problemas, segui em frente”, disse.

Marta comentou que para ajudar com as despesas da casa da irmã e da avó tinha que vender água mineral na rua e picolé de saquinho. “Sofri muito, eu não tive colo de mãe para me amparar e chorar. Nem refúgio algum. Aprendi a me virar sozinha. Meus irmãos me ensinaram a me sustentar e sustentar minha família”, desabafou Marta, informando que é a única dos irmãos que não se casou. “Todos já têm até filhos”, completou.

Mas ela garante que depois que entrou na Comunidade Obra de Maria encontrou a felicidade plena. “Me dedicando a quem precisa mais do que eu, minha vida passou a ter outro sentido e sou mais feliz”.

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