O título do post é uma alusão à famosa frase de um assessor de Bill Clinton sobre o que realmente importa numa eleição: “É a economia, estúpido…”. Política é sempre um assunto polêmico e delicado. Para alicerçar uma manchete em cima do tema é preciso muita segurança e habilidade, além – e principalmente – de uma retaguarda forte (no caso, uma boa editoria de Política).

Nas últimas semanas, o Diario vem publicando várias manchetes políticas, principalmente devido ao imbróglio entre PT e PSB envolvendo a escolha do candidato à Prefeitura do Recife. Nas últimas duas edições, a editoria emplacou duas manchetes consecutivas. Não é comum. O trabalho incessante dos repórteres e editores, que se envolvem na cobertura de corpo e alma, tem dado frutos. Para cravar o nome de Geraldo Júlio como o candidato escolhido do governador Eduardo Campos à Prefeitura do Recife (sem ter a confirmação oficial do mesmo) é preciso muita competência, confiança em boas fontes e trabalho duro.

Na primeira página, a decisão de dar a manchete foi baseada em dois fatores fundamentais: o primeiro, óbvio, a relevância do fato. O segundo, nem tão visível ao leitor, é a total confiança da equipe responsável pelo fechamento na informação passada pelos editores de Política. O jornal assumiu um risco: se Eduardo não confirmasse a informação no outro dia, estaríamos dando uma enorme barriga (notícia falsa, no jargão jornalístico). Mas veio a confirmação do governador e da competência da nossa equipe de Política.

Para esta sexta-feira, a aposta natural seria a carta divulgada pelo PSB e enviada aos partidos da Frente Popular confirmando a indicação de Geraldo Júlio. Mas a notícia já estava na internet o dia todo (a da indicação de Geraldo Júlio não havia sido sequer ventilada na web no dia anterior). Cabe então ao jornal sair desse factual. Como? Apostando em análise e jogando para frente. O questionamento sobre o futuro da aliança entre PT e PSB na capital é o que está em jogo agora.

Mais uma vez entra em ação a equipe de Política. Bem amparados pela boa cobertura, só resta aos editores da primeira página discutir a manchete. A carta e o nome de Geraldo Júlio já são notícias velhas. A capa de amanhã não poderia ser outra, senão esta.

Até outubro, muitas outras virão.