No dia 1º de outubro de 1967, o Diario de Pernambuco publicou com destaque uma reportagem do correspondente de Maceió, Sampaio Rocha. Ele havia localizado, em Palmeira dos Índios, o menor homem do mundo, embora não citasse que fonte garantiria esta fantástica descoberta.

O leitor dominical entraria em contato com Manoelzinho, um simpático alagoano de 1,30 metro de altura e 9 quilos. O peso obviamente deve ter sido impresso errado, como supõe a imagem do entrevistado ao lado do seu pai adotivo.

Mais do que uma simples reportagem, repórter e personagem virariam parceiros. Manoelzinho se tornaria uma espécie de embaixador de Alagoas em uma campanha dos Diários Associados para divulgar as belezas do estado nordestino.

Quase cinco décadas depois, seria impossível repetir este tipo de ação. Com exceção do Guinness Book, que vive de fazer turnês para divulgar as exceções da natureza, os jornais do porte do Diario de Pernambuco se preocupariam mais em procurar ajudar o personagem, explicando cientificamente o problema e buscando orientação médica.

Manoelzinho foi tema de outras reportagens do Diario na época, dentro das caravanas de divulgação agendadas. Depois foi viver a sua vida em Palmeira dos Índios. Pelo que demonstra a reportagem transcrita abaixo quase na íntegra, saiu maior do que entrou. Pelo menos ele.

Menor homem do mundo vive em Palmeira dos Índios e fará excursão para divulgar Alagoas

“O Nordeste há pouco tomou conhecimento da existência da mais gorda e da mais alta mulheres do mundo e agora, surge, em Palmeira dos Índios, o menor homem do mundo, que vive pacatamente, como qualquer pessoa normal.

Sua pequena estatura será usada como atrativo para divulgação de Alagoas através do Brasil, numa promoção dos Diários e Emissoras Associados.

Manoel Araújo dos Santos nasceu no dia 13 de outubro de 1943, com 23 centímetros e 500 gramas. Tem 24 anos de idade, 9 (sic) quilos, 90 centímetros de altura, calça sapatos 19 e um grande bigode. Reside com o sr. José Alves, que o adotou, sendo considerado como membro da família.

Manoelzinho, como é conhecido, é figura popular. Bastante conhecido e estimado, aparece como figura obrigatória nos encontros de fim de tarde, no centro da cidade. Não tem complexos, é de conversa agradável e demonstra ser uma pessoa normal, psicologicamente.

O menor homem do mundo, informado de que um repórter estava à sua procura, não se fez de rogado e logo apareceu para conversar. Informado de que viajaria através do Brasil como divulgador de Alagoas, ficou satisfeito e adiantou: – Até que enfim serei útil ao meu Estado”.