18/06/2014. Credito: Arquivo/DP/D.A Press. Jornalista Camila Souza.

O jornal tem seu ciclo de vida. Curto, para quem vive dele. As notícias cada vez mais urgentes. Reportagens, artigos, editoriais, notas, cartas, fotos, charges, infográficos competindo pela atenção do leitor nas menos de 24 horas de existência antes da chegada do novo exemplar. Porque no dia seguinte tem que se começar tudo de novo, a tinta no papel. É o nosso papel. E o que fica? O que fica são as pessoas. O jornal é feito das vidas das pessoas. Algumas delas, repórteres. Como Camila Souza. Começou no Diario de Pernambuco como estagiária da editoria Viver. Contratada assim que se formou, primeiro para o suplemento Gastrô, circulava por temas díspares na área cultural. Do brega ao chique, do erudito ao pop, não havia pauta que não pudesse ser transferida para páginas, às vezes duplas, do caderno. Do alto dos seus 24 anos de idade, às vezes não aceitava críticas, sugestões. Já era jornalista. Sabia, simplesmente, como fazer. O tempo iria mostrar a ela que estamos na vida para aprender. Sempre. Mas não houve tempo. Camila se foi nesta quarta-feira, dia 18 de junho de 2014 e a redação ficou mais triste. Uma profissão em que não se pode parar para chorar suas perdas. Cada palavra teclada, depois impressa no jornal desta quinta-feira, dia 19 de junho de 2014, terá um pouco de Camila. Estas também. Camila se foi depois de lutar por semanas contra um linfoma, descoberto no dia em que entrou de férias, as primeiras pelo jornal. Ficaram seus textos. A alegria de fazer o que gosta, ao lado dos seus. O ciclo da vida. Dia a dia. Diario.