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Há exatos 50 anos, o Recife estava preparado para receber a visita de monarcas europeus. A capital pernambucana seria a última parada no giro brasileiro do rei Balduíno e da rainha Fabíola, soberanos da Bélgica. No dia 14 de novembro de 1965, o Diario já antecipava a expectativa trazendo a manchete “Reis belgas amanhã no Recife: visita de três dias no Nordeste”.  A foto era do rei Balduíno em desfile em carro aberto no Rio de Janeiro.

Como o jornal não circulou no dia 16 por causa do feriado de 15 de novembro,  o jornal de 17 de novembro trazia uma triste informação para quem queria bater palmas para os nobres visitantes. Por causa do estado de saúde da rainha Elizabeth, avó de Balduíno, os monarcas belgas partiram às pressas, riscando o Nordeste no mapa. Como consolo, a foto da rainha Fabíola inaugurando uma escola no Rio.

Era a hora de contabilizar os prejuízos. Somente o Hotel São Domingos havia preparado um jantar de 35 talheres, orçado em um milhão de cruzeiros. Na Sudene, a questão era o pagamento de horas extras de servidores que passaram o fim de semana preparando o local. Até fardas novas foram compradas. Tristeza também no Cariri cearense. As cidades do Crato e Juazeiro do Norte estavam estavam ansiosas em ver reis tão de perto.

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Mas o pernambucano nunca perde a majestade. Se não tinha os belgas, o Diario trouxe na mesma edição do dia 17 de novembro de 1965 outra rainha, Maria Lia, soberana do Bloco Batutas de São José, cuja foto da coroação saiu na mesma página em que se falava dos colegas europeus. O Batutas homenageava o Diario pelos seus 140 anos de história. Acabou entrando em mais uma delas.

Três anos depois, os recifenses puderam ver uma rainha de perto. A visita da britânica Elizabeth II, em 1968, já foi contada aqui no blog. Basta clicar aqui.