Respeitar

Há um ano, no dia 27 de março de 2014, a redação do Diario de Pernambuco foi confrontada com o resultado de um levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) que mediu a tolerância social dos brasileiros aos casos de violência contra a mulher. Os números mostravam que mais da metade dos entrevistados (65%) concordava com a frase “Se as mulheres soubessem se comportar haveria menos estupros” e, mais grave, acreditava que aquelas que usam roupas sensuais “merecem ser atacadas”.

Os resultados alarmantes provocaram uma verdadeira operação de guerra a partir da capa do Diario em 28 de março, cuja manchete ganhou o adjetivo de “absurdo”. No dia seguinte à divulgação da pesquisa os profissionais do jornal criaram uma campanha de repúdio ao seu resultado denominada de #VaiTerQueRespeitar. Um trabalho que envolveu toda a redação e que rendeu números expressivos de aderência a campanha de toda a população no estado e fora dele. As postagens feitas na fan page do Diario tiveram, na época, um alcance de 1.289.145 pessoas.

O passo a passo desta campanha de sucesso foi narrado pela diretora da redação, a jornalista Vera Ogando, e você pode reler clicando aqui.

Respeitar colagem
Passada uma semana de polêmica, o Ipea pediu desculpas e disse que havia divulgado o resultado errado. Houve, na verdade, uma troca nos gráficos da pesquisa. O percentual correto era de 26%. Na época, o diretor de estudos e políticas sociais do órgão, Rafael Guerreiro Osorio, pediu exoneração do cargo.

A polêmica passou, mas o problema não. Ainda existe um quarto da população que disse sim à violência contra as mulheres, e, tantos outros que não responderam à pesquisa mas que pensam da mesma maneira. Por isso, nossa campanha continua firme. Independente de quanto tempo passe, todo mundo #VaiTerQueRespeitar.