Fluxo de caminhões com os carros da Jeep se torna lento por conta da falta de condições físicas das rodovias. Foto: Peu Ricardo/Esp. DP
Teste de paciência na estrada
Falta de mobilidade é um dos entraves para o escoamento da fábrica da Jeep em Goiana. Veículos enfrentam buracos e engarrafamentos
O relógio mal marcava 7h quando surge a primeira carreta saindo do Polo Automotivo Jeep, em Goiana, Zona da Mata Norte pernambucana. Pouco tempo depois, vieram outras. Pelo menos quatro. Todas carregadas de Fiat Toro e Jeep Renegade, os veículos fabricados na planta pernambucana. Os destinos eram distintos e o Diario acompanhou o trajeto de uma delas para ver o desempenho dos veículos de grande porte nas estradas pernambucanas.
Apesar do horário não ser de pico no sentido Goiana/Recife, não se andou muito até que a primeira retenção acontecesse. Logo na entrada de Abreu e Lima, um congestionamento. O fluxo de veículos se tornou lento devido aos buracos na rodovia. Ao perceber que estavam sendo gravandos, muitos motoristas mandavam recados. “Todo dia é isso.” “O problema é um buraco lá na frente.” “Aqui não tem hora para o trânsito.”
De fato, era um buraco. Os carros que transportavam os veículos vindos da Jeep faziam uma verdadeira manobra para ultrapassá-lo. “Um teste de paciência”, como disse um dos motoristas presos no congestionamento. Foram 35 minutos entre a entrada da fábrica e Abreu e Lima. A partir daí, mais 30 minutos seguindo lentamente pela BR-101 até as imediações da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
Acontece que, quando decidiu construir uma montadora em Goiana, a Fiat Chrysler Automobiles (FCA) sabia dos problemas de mobilidade mas, na época, a saída foi a construção do chamado Arco Metropolitano, rodovia que ligará a BR-101 Norte, em Igarassu à BR-101 Sul, no Cabo de Santo Agostinho. O problema é que o projeto hoje está a cargo do governo federal e sem previsão de sair do papel. Por isso, o tema mobilidade se tornou recorrente nas reuniões realizadas entre os diretores da FCA e do governo do estado.
“Abreu e Lima é um trecho urbano. Os dez quilômetros que passam por lá complicam todo o percurso. Por isso estamos trabalhando vias alternativas até que o miniarco (rodovia de 14km que será construída no local por meio de uma concessão) entre em operação”, disse o secretário executivo e Transportes de Pernambuco, Antônio Cavalcanti Júnior.
Construção do Arco Metropolitano foi a saída prometida para que houvesse mobilidade, mas projeto não andou
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