21 de novembro de 2024

Foto: Rafael Vieira - ESP/ DP

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Renan Franza- Diario de Pernambuco

O ex-prefeito de Petrolina, Miguel Coelho (UB), fez uma sinalização um tanto quanto inesperada, ontem (20), durante entrevista à Rádio Jornal, dando a entender que tem encarado a Prefeitura do Recife como uma possibilidade nas próximas eleições. Em um tom de completa neutralidade, Miguel evitou críticas ao período inicial da gestão da governadora Raquel Lyra (PSDB) e apontou problemas no Recife, sem criticar diretamente o prefeito João Campos (PSB). 
Sobre o Governo de Pernambuco, o ex-prefeito disse que é preciso “dar tempo ao tempo” e que “Raquel tenta imprimir uma marca que ainda não conseguiu, o que é natural, pois superou um governo de 16 anos do PSB”.
Já em âmbito municipal, Miguel elencou problemas estruturais de mobilidade, saneamento, segurança e desemprego na capital. “Recife é uma das capitais mais pobres de todo o Brasil, então essas pautas merecem ser debatidas não só pela classe política, mas por toda a sociedade, em busca de um novo caminho e uma nova rota para melhorar”, pontuou.
Após trilhar o terreno, o ex-gestor de Petrolina deu o seu prognóstico a respeito das próximas eleições municipais, colocando o seu partido, o União Brasil, como peça fundamental na disputa.

“É um partido plural, grande e, portanto, tem uma responsabilidade não só a nível nacional, mas também a nível estadual. Temos três deputados federais, cinco deputados estaduais, uma boa quantidade de prefeitos e vereadores. Então, não podemos nos furtar dessa responsabilidade”, observou.
Foi aí então que o deputado federal Eduardo da Fonte (PP), que participava da entrevista, estimulou Miguel, ao sugerir que seu nome estaria sendo visto com bons olhos no Recife.

“A população do Recife está de uma certa forma impaciente, querendo resolver seus problemas, mas também quer alguém que traga bagagem política, administrativa e que faça a política do resultado, da melhoria da vida das pessoas”, disparou Coelho. 
JUSTIÇA ELEITORAL
A reportagem ouviu especialistas em direito eleitoral sobre a possibilidade de o ex-prefeito de Petrolina disputar a Prefeitura do Recife em 2024. O entendimento, por ora, seria de que não haveria impedimentos legais pelo fato de que o ex-gestor, quando da data do pleito, no próximo ano, vai estar fora do cargo de chefe do Executivo municipal há mais de dois anos. A justiça eleitoral tem vedado a figura do “prefeito itinerante”, mas o entendimento não se aplicaria a Miguel.
“O ‘prefeito itinerante’ é aquele que se desincompatibiliza do cargo, após reeleito, poucos meses antes de um novo pleito para disputar outro mandato, geralmente em cidades vizinhas e tendo destinando recursos a bairros e comunidades em áreas que fazem limite territorial com município que governa para se tornar mais conhecido e impulsionar a candidatura”, disse um especialista ao Diario.

“Esse não seria, portanto, o caso do ex-prefeito de Petrolina, que abdicou do mandato em março de 2022, ou seja, há mais de dois anos e meio das eleições de 2024”, completou.

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