Com R$ 346,5 milhões em 3 anos, Caixa ativa ações promocionais e sinaliza 2017

Ativação de patrocínio da Caixa Econômica Federal com o Sport. Crédito: divulgação

No triênio 2014-2016, a Caixa Econômica Federal injetou R$ 346,5 milhões nos times brasileiros. De longe, a maior patrocinadora do futebol no país. Aos poucos, a instituição bancária vai sinalizando a manutenção do aporte para a temporada 2017, após um período de incertezas acerca do investimento. Clubes como Fluminense, Botafogo e Santos, que firmaram acordos pontuais no fim deste ano, já negociam a renovação – de R$ 12 mi para os cariocas e R$ 18 mi para o time paulista. Paralelamente a isso, faltando apenas um mês para o fim dos contratos (o do Leão da Ilha, por exemplo, vai até 19/01), a empresa pública ativou ações promocionais com seus principais clubes. Através das redes sociais oficiais de cada patrocinado, uma postagem convidando o torcedor a criar modelos de camisas. Nos quatro exemplos citados aqui, ideias à parte de Adidas (Sport e Flamengo), Nike (Corinthians) e Dry World (Atlético Mineiro).

Confira a postagem original do rubro-negro pernambucano clicando aqui.

“A camisa do Leão é o símbolo máximo da paixão pelo clube. Cada detalhe tem um significado especial. Conta pra gente: se você pudesse criar a #CamisaDosSonhos, como ela seria?” 

Após o boom em 2014, a Caixa anunciou o arrocho em 2016, que seria, em tese, o pior momento neste segmento. Tanto que iniciou com apenas dez clubes, a menor quantidade, mas aos poucos foi cedendo aos pedidos (haja política) e assinando contratos mais curtos. A lista passou do dobro, chegando a 21 times, incluindo o Náutico, num acordo de quatro meses. O Nordeste conta com cinco clubes, com outros três fortes postulantes (e negociações antigas): Santa, Ceará e Fortaleza. A resposta oficial, de Brasília, sai em meados de janeiro.

Ranking de patrocínio da Caixa em 2016 (entre parênteses, a média mensal)
1º) Corinthians – R$ 30 milhões (R$ 2,50 milhões)
2º) Flamengo R$ 25 milhões (R$ 2,08 milhões)

3º) Cruzeiro – R$ 12,5 milhões (R$ 1,04 milhão)
3º) Atlético-MG – R$ 12,5 milhões (R$ 1,04 milhão)
5º) Vasco* – R$ 9 milhões (R$ 750 mil)

6º) Sport – R$ 6 milhões (R$ 500 mil)
6º) Vitória – R$ 6 milhões (R$ 500 mil)
6º) Atlético-PR – R$ 6 milhões (R$ 500 mil)
6º) Coritiba – R$ 6 milhões (R$ 500 mil)
10º) Chapecoense – R$ 4 milhões (R$ 333 mil)
10º) Figueirense – R$ 4 milhões (R$ 330 mil)
12º) Santos – R$ 2 milhões, por 3 meses (R$ 666 mil)
12º) Bahia* – R$ 2 milhões, por 6 meses (R$ 333 mil)

12º) Atlético-GO* – R$ 2 milhões (R$ 166 mil)
15º) Goiás* – R$ 1,5 milhão, por 5 meses (R$ 300 mil)
16º) Fluminense – R$ 1,4 milhão, por 2 meses (R$ 700 mil)
17º) Náutico* – R$ 1,2 milhão, por 4 meses (R$ 300 mil)

18º) Botafogo – R$ 1 milhão, por 2 meses (R$ 500 mil)
18º) CRB* – R$ 1 milhão (R$ 83 mil)
20º) Paysandu* – R$ 600 mil, por 4 meses (R$ 150 mil)
21º) Avaí* – R$ 400 mil, por 4 meses (R$ 100 mil)
* Disputaram a segunda divisão, influenciando no valor do patrocínio

Investimento da Caixa nos clubes brasileiros
2014 – R$ 111,9 milhões (15 clubes)
2015 – R$ 100,5 milhões (12 clubes)
2016 – R$ 134,1 milhões (21 clubes)

Ativação de patrocínio da Caixa Econômica Federal com Flamengo, Corinthians e Atlético-MG. Crédito: divulgação

A definição das 14 vagas internacionais do Brasil a uma rodada do fim da Série A

Libertadores e Sul-Americana, os principais torneios da Conmebol

Com a oficialização do título da Chapecoense na Copa Sul-Americana e do pentacampeonato do Grêmio na Copa do Brasil, a definição das vagas internacionais do Brasil, para a temporada 2017, ficou restrita à rodada final do Brasileirão, em 11 de dezembro. Ao todo, o país será representado por 14 times nos dois principais torneios da Conmebol, sendo 8 na Libertadores e 6 na Sul-Americana. Após a classificação da Série A na 37ª rodada, ainda estão em jogo 2 vagas na Liberta e 3 na Sula. Vamos às chances de cada um.

Clubes classificados ou que ainda disputam vagas em 2017
1º) Palmeiras (Libertadores)
2º) Flamengo (Libertadores)
3º) Santos (Libertadores)
4º) Atlético-MG (Libertadores)
5º) Atlético-PR (Pré-Libertadores a confirmar ou Sul-Americana)
6º) Botafogo (Pré-Libertadores a confirmar ou Sul-Americana)
7º) Corinthians (Sul-Americana a confirmar ou Pré-Libertadores)
8º) Grêmio (Libertadores)
9º) Chapecoense (Libertadores)
10º) Ponte Preta (Sul-Americana)
11º) São Paulo (Sul-Americana)
12º) Fluminense (Sul-Americana)
13º) Cruzeiro (Sul-Americana a confirmar)
14º) Coritiba (Sul-Americana a confirmar)
15º) Vitória (Sul-Americana em disputa)
16º) Sport (Sul-Americana em disputa)

Jogos que podem decidir as vagas internacionais
Vitória x Palmeiras (Barradão, Salvador)
Cruzeiro x Corinthians (Mineirão, Belo Horizonte)
Grêmio x Botafogo (Arena do Grêmio, Porto Alegre)
Atlético-PR x Flamengo (Arena da Baixada, Curitiba)
Ponte Preta x Coritiba (Moisés Lucarelli, Campinas)
Sport x Figueirense (Ilha do Retiro, Recife)

TAÇA LIBERTADORES

Fase de grupos (6 times)
Todas as vagas já estão preenchidas. O Brasil tem direito a cinco vagas diretas, com o G4 da Série A (Palmeiras, Fla, Santos e Galo já definidos a uma rodada do fim) e pelo campeão da Copa do Brasil (Grêmio). Já o sexto time é a Chape, que conquistou o seu lugar através do inédito título da Sula. 

Fase preliminar (2 times)
Após os classificados à fase de grupos, mais duas vagas, para o 5º e o 6º colocados, na etapa preliminar (mata-mata). Três clubes brigam por duas vagas.

Possibilidades para a Pré-Libertadores
Atlético-PR (56 pts) – vitória, empate (com tropeço do Botafogo ou derrota do Corinthians) ou derrota (com derrota do Botafogo ou tropeço do Corinthians)
Botafogo (56 pts) – vitória, empate (com derrota do Atlético-PR ou tropeço do Corinthians) ou derrota (com tropeço do Corinthians)
Corinthians (55 pts) – vitória (com tropeço de Atlético-PR ou Botafogo)

COPA SUL-AMERICANA

1ª fase (6 times)
Inicialmente seriam oito vagas, seis no Brasileiro. Já em dezembro, as duas vagas nos regionais (Nordestão e Copa Verde) foram cortadas pela Conmebol, que manteve a classificação via Série A. Três clubes já estão garantidos na Sula (Ponte, São Paulo e Flu). Mais acima na tabela, três podem ganhar a vaga como consolação após a perda da Pré-Liberta. Abaixo, além da fuga do descenso (caso do Leão da Ilha, naturalmente), a classificação internacional como bônus, com a lista de classificados aos torneios da Conmebol indo até o 14º lugar! Ao todo, sete clubes postulam as três vagas restantes.

Possibilidades para a Sul-Americana
Atlético-PR (56 pts) – empate (com vitórias de Botafogo e Corinthians) ou derrota (com empate/vitória do Botafogo e vitória do Corinthians)
Botafogo (56 pts) – empate (com empate/vitória do Atlético-PR e vitória do Corinthians) ou derrota (com empate ou derrota do Corinthians)
Corinthians (55 pts) – vitória (com vitórias de Atlético-PR e Botafogo), empate ou derrota
Cruzeiro (48 pts) – vitória, empate ou derrota (caso Coritiba e Vitória tropecem)
Coritiba (46 pts) – vitória, empate (caso Vitória e Sport tropecem) ou derrota (caso Vitória perca e Sport tropece)
Vitória* (45 pts) – vitória (com empate de Coritiba) ou empate (com derrota do Coritiba e tropeço do Sport)
Sport* (44 pts) – vitória (com tropeços de Coritiba e Vitória)
* Vitória (derrota) e Sport (empate ou derrota) ainda podem ser rebaixados

O ranking de títulos nacionais de elite, com 91 estrelas douradas no Brasil

Ranking de títulos nacionais de elite no Brasil de 1959 a 2015. Arte: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

O Palmeiras se consolidou como o maior campeão brasileiro, chegando ao “enea” na era unificada, enquanto o Grêmio tornou-se o primeiro pentacampeão da Copa do Brasil. O fim de 2016 é marcado pelas festas do alviverde e do tricolor gaúcho, há bastante tempo entre os maiores vencedores no futebol do país. Por sinal, é a hora de atualizar a lista de campeões nacionais, levantada há bastante tempo pelo blog. O Verdão, cada vez mais líder, abriu quatro títulos de diferença para a segunda colocação, dividida entre três clubes.

O ranking soma três torneios extintos, a Taça Brasil (1959/1968), o Torneio Roberto Gomes Pedrosa (1967/1970) e a Copa dos Campeões (2000/2002), e as vigentes Série A (1971/2016) e Copa do Brasil (1989/2016). Além da chancela, a relevância das cinco competições está na indicação dos campeões à Libertadores (observações sobre outros torneios na lista de comentários). 

Ao todo, existem 22 campeões nas 91 disputas organizadas pela CBF e por sua precursora, a CBD. Antes de qualquer discussão sobre o Campeonato Brasileiro de 1987, vale ressaltar que a lista do blog aponta os vencedores reconhecidos pela entidade responsável e pela Justiça (até o momento), independentemente da visão de outros jornais com critérios paralelos ao objeto oficial. Naturalmente, cada torneio tem um peso distinto no cenário nacional, em história, dificuldade etc. Entretanto, em vez de definir um valor específico (o que seria subjetivo, Série A à parte), o blog optou por diferenciar os clubes com o mesmo número de títulos de acordo com último troféu, com vantagem para o mais antigo.

13 – Palmeiras (A: 1972, 1973, 1993, 1994 e 2016; R: 1967 e 1969; CB: 1998, 2012 e 2015; TB: 1960 e 1967; C: 2000)
9 – Santos (A: 2002 e 2004; R: 1968; CB: 2010; TB: 1961, 1962, 1963, 1964 e 1965)
9 – Flamengo (A: 1980, 1982, 1983, 1992 e 2009; CB: 1990, 2006 e 2013; C: 2001)
9 – Corinthians (A: 1990, 1998, 1999, 2005, 2011 e 2015; CB: 1995, 2002 e 2009)
8 – Cruzeiro (A: 2003, 2013 e 2014; CB: 1993, 1996, 2000 e 2003; TB: 1966)
7 – Grêmio (A: 1981 e 1996; CB: 1989, 1994, 1997, 2001 e 2016)
6 – São Paulo (A: 1977, 1986, 1991, 2006, 2007 e 2008)
5 – Vasco (A: 1974, 1989, 1997 e 2000; CB: 2011)
5 – Fluminense (A: 1984, 2010 e 2012; R: 1970; CB: 2007)
4 – Internacional (A: 1975, 1976 e 1979; CB: 1992)
2 – Bahia (A: 1988; TB: 1959)
2 – Botafogo (A: 1995; TB: 1968)
2 – Sport (A: 1987; CB: 2008)
2 – Atlético-MG (A: 1971; CB: 2014)
1 – Guarani (A: 1978)
1 – Coritiba (A: 1985)
1 – Criciúma (CB: 1991)
1 – Juventude (CB: 1999)
1 – Atlético-PR (A: 2001)
1 – Paysandu (C: 2002)
1 – Santo André (CB: 2004)
1 – Paulista (CB: 2005)

Legenda: Série A (A), T. Roberto Gomes Pedrosa (R), Copa do Brasil (CB), Taça Brasil (TB), Copa dos Campeões (C).

Classificação da Série A 2016 – 37ª rodada

A classificação do Brasileirão 2016 após 37 rodadas. Crédito: Superesportes

A penúltima rodada do Brasileirão terminou nesta segunda-feira, com o Vitória praticamente assegurando a sua presença na Série A de 2017 ao vencer o Coritiba fora de casa. Agora, só uma tragédia rebaixaria o time baiano (detalhes abaixo). Por sinal, esta rodada foi péssima para o Sport, que perdeu a 3ª chance de permanecer ao ficar no empate com o América, em Belo Horizonte.

Como os dois concorrentes diretos venceram, agora o Leão terá que vencer na última rodada o rebaixado Figueirense (mas estimulado por mala branca) para não correr risco. Para quem chegou a ter apenas 1% de chance de cair, o cenário tornou-se perigoso. Ou seja Já o Santa Cruz, que vem cumprindo tabela, fez uma bela despedida do Arruda, ao golear o Grêmio. Sem chance de permanência, os corais vão à última rodada, no próximo domingo (contra o São Paulo, no Pacaembu), com o objetivo de transformar Grafite em artilheiro. O camisa 23 tem 13 gols, um a menos que Fred, do Galo.

Chance de rebaixamento, via UFMG
86,7% – Inter
12,7% – Sport
0,6% – Vitória

Os jogos decisivos da 38ª rodada:
04/12 (16h00) – Sport x Figueirense (Ilha do Retiro)
04/12 (16h00) – Fluminense x Internacional (Maracanã, Rio)
04/12 (16h00) – Vitória x Palmeiras (Barradão, Salvador)

Para a permanência do Vitória
1) Empate ou vitória contra o Palmeiras
2) Em caso de derrota, torce para o que Sport não vença (por qualquer placar) ou para que o Inter não ganhe, tirando uma diferença de 6 gols no saldo

Para a permanência do Sport
1) Vitória sobre o Figueira
2) Em caso de empate, torce para que o Inter não vença ou para o que Vitória perca por uma diferença de 8 gols (improvável)
3) Se perder, só ficará na elite caso o Inter não vença

Para a permanência do Inter
1) Vitória sobre o Fluminense e tropeço (empate ou derrota) do Sport ou derrota do Vitória (desde que tire 6 gols de diferença no saldo)

A seleção do blog para a votação do Campeonato Brasileiro de 2016

A seleção do blog de Cassio Zirpoli para a premiação oficial da CBF sobre o Brasileirão 2016

Apesar de o Campeonato Brasileiro ter sido criado em 1971, a CBF só foi organizar uma festa com os melhores da competição em 2005, quando o argentino Carlos Tévez, do Corinthians, foi eleito o craque, com folga. Para o Prêmio Brasileirão 2016, a entidade que comanda o futebol nacional habilitou 12 mil profissionais de imprensa de todo o país para a votação. Incluindo o blog, que apresenta aqui o registro do voto computado através de e-mail.

A votação vai até o dia 29 de novembro, com a cerimônia marcada para o dia 1º de dezembro, na sede da confederação, no Rio – portanto, antes da última rodada. Até hoje, na premiação oficial, apenas um jogador atuando em Pernambuco foi eleito. Vestindo a camisa do Náutico, o uruguaio Acosta fez 19 gols na edição de 2007, compondo o ataque. Por sinal, apesar das diversas formações possíveis, a eleição ainda segue a escalação padrão, 4-4-2.

Vamos aos votos do blog…

Dos onze titulares, dez estão presentes no G4. A exceção é Diego Souza, que, apesar de atuar como meia, chega à reta final como vice-artilheiro (13 gols).

Seleção
Vanderlei (Santos); Jean (Palmeiras), Vítor Hugo (Palmeiras), Réver (Flamengo) e Fábio Santos (Atlético-MG); Renato (Santos), Tchê Tchê (Palmeiras), Moisés (Palmeiras) e Diego Souza (Sport); Robinho (Atlético-MG) e Gabriel Jesus (Palmeiras)

Craque – Gabriel Jesus (Palmeiras)
Revelação – Vitor Bueno (Santos) 

Técnico – Cuca (Palmeiras)
Técnico revelação – Jair Ventura (Botafogo)

Probabilidades de título, Libertadores e permanência a 5 rodadas do fim da Série A

Faltando apenas cinco rodadas para o encerramento do Brasileirão, o blog traz as probabilidades calculadas por duas fontes tradicionais no quesito. O Infobola, com dados de Tristão Garcia, professor de engenharia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), através do seu departamento de matemática. O Chance de Gol, outro canal popular em probabilidades, não atualizou os seus dados até agora.

Com a classificação atualizada após 33 rodadas, vamos aos três principais pontos para definição da Série A 2016: chances de título (nas mãos do Palmeiras), de vaga na Libertadores (anteriormente, os sites calculavam o “G4”, mas se adaptaram ao “G6” após a ampliação oficializada pela Conmebol) e permanência na elite (ainda sem clubes matematicamente rebaixados).

Na briga para evitar o descenso, o Sport ganhou fôlego após vencer a Ponte e contar com tropeços dos concorrentes diretos, oscilando agora entre 90% e 92%. Quase lá. Já o Santa, em último lugar, aparece com no máximo 1%. 

Em relação à disputa pela Liberta, o Leão aparece com o 14º (e último) percentual de chance, ainda que seja irrisório (0,004%). De forma, também há chance de o G6 virar G7 após a Copa do Brasil, cuja final reúne Grêmio e Galo. Além de um possível título da Chapecoense na Sula, que abriria outra vaga. Apenas curiosidade, pois a luta é a do parágrafo anterior…

Pesquisas de torcida do Ibope no Brasil (1969), Pernambuco (1969) e Recife (1971)

Pesquisas de torcida realizadas pelo Ibope em Pernambuco (1969) e Recife (1971). Arte: Cassio Zirpoli/DP

A metodologia atual das pesquisas de torcida realizadas no Brasil considera o interesse por um clube em qualquer lugar (Flamengo no Recife, Náutico no Rio etc), além de registrar o percentual de pessoas à parte do futebol, sem preferência alguma. Isso foi estabelecido em 1983, pelo Gallup. Entretanto, bem antes, o Ibope já havia realizado incursões no tema, passando inclusive por Pernambuco, duas vezes. E os percentuais são bem diferentes dos dados atuais. Vamos às pesquisas, num achado do historiador paulista Clayton Silvestre, com o blog recuperando as reportagens do Diario de Pernambuco.

Começou em 1969, numa pesquisa encomendada pelo jornal carioca O Globo. O resultado foi divulgado em março no Diario, em dois momentos, com os dados nacionais no dia 4 (Santos de Pelé com quase metade do país!) e os dados locais, de onze estados, no dia 9. Se desde 1983 o Sport fica à frente de todas as pesquisas, catorze anos antes não foi assim. Longe disso. Em 1969, a liderança pernambucana era dos rivais. Náutico e Santa Cruz reunem preferências do torcedor, diz pesquisa feita pelo Ibope, estampou o Diario, com a reportagem sobre todos os locais pesquisados (Bahia e Ceará inclusos).

No questionário do Ibope foram feitas duas perguntas a cada entrevistado:
1) No seu entender, qual o clube de futebol mais querido em todo o Brasil?
2) No seu entender, qual o clube de futebol mais querido de seu estado? 

Atualmente, a pergunta é feita da seguinte forma:
Para qual clube de futebol você torce? (direta e sem distinção de localidade)

A explicação é necessária, pois a soma dos nove clubes no ranking nacional chega a 100%, assim como no local, com apenas três times. Ou seja, dá a entender que na pesquisa havia a preferência local e um segundo time de preferência nacional. Neste estudo não há detalhes sobre a quantidade de entrevistados ou mesmo a margem de erro. Em relação à dianteira alvirrubra, ainda que empatada, o Diario escreveu o seguinte: “A posição do Náutico (….) é uma decorrência da série de conquistas durante anos a fio, no futebol pernambucano, o que levou o clube dos Aflitos a se tornar até líder de arrecadações, como aconteceu no campeonato passado (1968)”. Hexa.

Já a segunda pesquisa, de 1971, ocorreu em sete municípios do Grande Recife, sob encomenda da Federação Pernambucana de Futebol (cujo último pedido do tipo data de 2008, ao Opine). Aqueles dados só foram divulgados no jornal em 18 de janeiro de 1972. Na ocasião, o título foi Nosso futebol visto pelo torcedor, pois também trouxe questionários como mobilidade (pela ordem, ônibus, carro particular, táxi e ônibus elétrico) e a dificuldade no acesso aos estádios (já naqueles tempos!). Tricampeão estadual, o Santa ficou na liderança graças à imensa maioria nas classes D/E, reforçando a aura popular. Também chama atenção a faixa etária coral, envelhecida, o que denota uma liderança anterior.

Para projetar as torcidas absolutas em cada pesquisa, o blog utilizou os dados do censo do IBGE de 1970, uma vez que naquela época não havia a atualização anual de estimativas – ou seja, dados antes, só em 1960, e depois, em 1980.

Ibope / Brasil 1969
Período: janeiro e fevereiro de 1969
Público: n/d (em 11 capitais e cidades vizinhas)
Margem de erro: n/d
População estimada (IBGE/1970): 94.508.583

1º) Santos – 49% (46.309.205)
2º) Flamengo – 20% (18.901.716)
3º) Corinthians – 14% (13.231.201)
4º) Vasco – 5% (4.725.429)
5º) São Paulo – 3% (2.835.257)
5º) Botafogo – 3% (2.835.257)
5º) Palmeiras – 3% (2.835.257)
8º) Fluminense – 2% (1.890.171)
9º) Atlético-MG – 1% (945.085)

Ibope / Pernambuco 1969
Período: janeiro e fevereiro de 1969
Público: n/d (dentro da pesquisa do Brasil)
Margem de erro: n/d
População estimada (IBGE/1970): 5.253.901

1º) Náutico – 36% (1.891.404)
1º) Santa Cruz – 36% (1.891.404)
3ª) Sport – 28% (1.471.092)

Ibope / Grande Recife 1971
Período: 15/04 a 16/05 de 1971
Público: 400 entrevistados (7 cidades*)
Margem de erro: n/d
População estimada (IBGE/1970): 1.664.865
* Recife, Jaboatão, Olinda, Cabo, São Lourenço, Paulista e Moreno

1º) Santa Cruz – 39% (649.297)
2º) Sport – 34% (566.054)
3º) Náutico – 24% (399.567)
4º) América – 2% (33.297)
5º) Central – 1% (16.648)

Ibope / Recife 1971
Período: 15/04 a 16/05 de 1971
Público: n/d (dentro da pesquisa do Grande Recife)
Margem de erro: n/d
População estimada (IBGE/1970): 1.060.701

1º) Santa Cruz – 35% (371.245)
2º) Sport – 33% (350.031)
3º) Náutico – 29% (307.603)
4º) América – 3% (31.821)

Dados da pesquisa de 1971 por classe social, idade e localidade…

Pesquisa de torcida realizadas pelo Ibope no Grande Recife em 1971. Arte: Cassio Zirpoli/DP

Classificação da Série A 2016 – 27ª rodada

A classificação da Série A 2016 após 27 rodadas. Crédito: Superesportes

Em duelos contra alvinegros, o Sport venceu o Santos, no sábado, na Ilha, e o Santa Cruz perdeu do Figueirense, em Florianópolis. Enquanto o rubro-negro respirou um pouco, numa rodada onde concorrentes também venceram, os corais afundaram de vez no Brasileirão, vendo a ameaça até da lanterna, hoje nas mãos do América Mineiro (dois pontos).

Sobre o rebaixamento, a cada rodada o blog projeta dois cenários para evitar a queda, um com 46 pontos, a margem mínima com 100% de segurança (até hoje). O segundo considera a atual campanha do 16º, hoje o Figueirense. Ou seja, ao final de 38 rodadas, o aproveitamento, arrendondado, resultaria em 44 pontos, um a mais que a rodada passada. Veja o que é preciso para sobreviver…

As nove maiores probabilidades de rebaixamento após 27 rodadas

As probabilidades de rebaixamento na Série A 2016 após 27 rodadas

Probabilidades das pontuações finais para evitar o descenso após 27 rodadas

As probabilidades de rebaixamento na Série A 2016 após 27 rodadas

Sport – soma 33 pontos em 27 jogos (40,7%)

Para chegar a 46 pontos (margem segura):
Precisa de 13 pontos em 11 rodadas
…ou 39,3% de aproveitamento
Simulações mínimas: 4v-1e-6d, 3v-4e-4d, 2v-7e-2d

Para chegar a 44 pontos (rendimento atual do 16º):
Precisa de 11 pontos em 11 rodadas
…ou 33,3% de aproveitamento
Simulações mínimas: 3v-2e-6d, 2v-5e-4d, 1v-8e-2d  

Permanência: 85.0% (Infobola) e 83.8% (UFMG) 

Santa Cruz – soma 23 pontos em 27 jogos (28,4%)

Para chegar a 46 pontos (margem segura):
Precisa de 23 pontos em 11 rodadas
…ou 69,6% de aproveitamento
Simulações mínimas: 7v-2e-2d, 6v-5e-0d

Para chegar a 44 pontos (rendimento atual do 16º):
Precisa de 21 pontos em 11 rodadas
…ou 63,6% de aproveitamento
Simulações mínimas: 6v-3e-2d, 5v-6e-0d

Permanência: 5.8% (UFMG) e 6.0% (Infobola) 

A 28ª rodada dos representantes pernambucanos 

01/10 (11h00) – Fluminense x Sport (Giulite Coutinho, Rio de Janeiro)
Histórico no Rio pela elite: 4 vitórias leoninas, 4 empates e 11 derrotas

03/10 (20h00) – Santa Cruz x Palmeiras (Arruda)
Histórico no Recife pela elite: 3 vitórias corais, 3 empates e 5 derrotas

Podcast – Análise das vitórias de Náutico e Sport e da derrota do Santa Cruz

O sábado foi de vitórias para o futebol pernambucano, com o Alvirrubro somando três pontos em Curitiba, se mantendo firme na briga pelo acesso, e com o Leão surpreendendo o Peixe, integrante do G4 da Série A. No domingo, cenário adverso. Logo pela manhã, a 16ª derrota tricolor, num jogo crucial nas pretensões de permanência. No 45 minutos, analisamos as três partidas, com comentários sobre as formações, desempenhos individuais e as situações de cada um nas respectivas tabelas. Ao todo, 71 minutos. Ouça!

Paraná 1 x 2 Náutico (23 min)

Sport 1 x 0 Santos (21 min)

Figueirense 3 x 1 Santa Cruz (27 min)

Sport marca no começo, segura pressão do Santos e vence jogo importante na Ilha

Série A 2016, 27ª rodada: Sport x Santos. Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife

O Sport fez um ótimo primeiro tempo contra o Santos, um adversário qualificado, no G4 e com três vitórias seguidas até então. Forçando bastante, marcou na terceira tentativa de Rogério em dez minutos, e ainda teve três chances incríveis em cruzamentos rasteiros, duas com Gabriel Xavier e uma com Everton Felipe. Não ampliou, viu o adversário paulista chegar com perigo e no segundo tempo tomou um sufoco danado, suportando. A vitória por 1 x 0, “trocando” com o revés diante do Coxa, há uma semana, acalma o ambiente na Ilha do Retiro, com seguidas mudanças no time titular. Estamos no fim de setembro e o técnico Oswaldo de Oliveira ainda busca a formação ideal.

Mesmo sem Ricardo Oliveira, o Peixe envolveu o dono da casa, com Lucas Lima (sobretudo) e Copete criando bastante e exigindo boas defesas de Magrão. Mas vale destacar que o início desta pressão, na etapa complementar, surgiu numa jogada errada do Sport, com Everton Felipe tentando um passe de letra no campo defensivo. O adversário pegou a bola e segundos depois já estava na cara do gol. No rebote, numa bomba, a bola bateu no braço de Ronaldo Alves. Reclamação justa de pênalti, não assinalado. E o jogo continuou favorável ao Santos, com Rithely e Paulo Roberto (acionado no lugar de Neto Moura, após a mudança de intensidade) se desdobrando para desarmar. Enquanto isso, o Leão não conseguia encaixar contragolpes. Diego Souza, marcado, encontrava dificuldade para prender a bola, especialidade sua.

O sinal de vitória só começou a aparecer numa bobeira de Elano. O experiente meia de 35 anos conseguiu ser expulso com dois amarelos por reclamação em dez segundos. Com um a mais nos quinze minutos finais, o Sport passou a ter um pouco mais de posse, mas o nervosismo pelo resultado atrapalhou, com o alvinegro indo com tudo. Nos acréscimos, numa trama enfim bem articulada, DS87 conseguiu finalizar com perigo. Acredite, o contra-ataque desta jogada quase acabou em empate, expondo a dificuldade do jogo. Mas deu Sport, que voltou a terminar um jogo sem sofrer gols, sendo apenas a 5ª vez em 27 apresentações. Nada mais justo para Magrão, com a camisa 600 nas costas.

Série A 2016, 27ª rodada: Sport x Santos. Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife