Os presidentes do Trio de Ferro que já conquistaram títulos oficiais no futebol

Camisas retrô de Santa Cruz, Sport e Náutico. Crédito: camisasdefutebolretro.com

Atualizado até 28/03/2018

Centenários, os três grandes clubes pernambucanos somam 100 títulos oficiais no futebol, sendo 48 do Sport, 31 do Santa e 21 do Náutico. Neste levantamento do blog, considerando as conquistas mais expressivas, entraram as seguintes competições: Estadual (1915-2017), Nordestão (1994-2017), Torneio Norte-Nordeste (1968-1970), Série C (1981-2017), Série B (1971-2017), Série A (1959-2017) e Copa do Brasil (1989-2017), com a discussão aberta sobre outros torneios, claro. Aqui, porém, o viés é sobre o presidente à frente em cada um desses títulos. Até hoje, 60 mandatários conseguiram títulos em suas gestões, à parte da análise administrativa, com ampliação estrutural e redução de dívidas (ou o contrário!). Alguns múltiplos campeões se beneficiaram de vários mandatos, enquanto outros conseguiram uma taça expressiva para a respectiva galeria mesmo com apenas um ano.

No Náutico está o maior campeão pernambucano. O nome não traz surpresa alguma: Eládio de Barros Carvalho, que há tempos empresta o nome ao estádio dos Aflitos. Foram seis campeonatos, e não exatamente o “hexa”, embora tenha comandado o timbu no início da sequência exclusiva. No Santa, curiosamente os presidentes executivos com mais títulos são os da década mais recente, quando o clube engatou uma série de cinco estaduais em seis anos e ainda conquistou os seus primeiros títulos oficiais fora do âmbito local. Sem contar o fato de ALN e Alírio terem tido mandatos maiores, uma vez que num período de 40 anos (1973-2013) somente um tricolor teve uma gestão superior a dois anos – José Neves, com três mandatos.

Já no Sport, quatro presidentes tem um histórico superior a três títulos, com o polêmico Lucano Bivar, que renunciou em 2011 e se licenciou em 2013, sendo o maior vencedor (entre todos listados abaixo), embora não tenha conquistado nenhuma das duas estrelas douradas – na verdade, ganhou a prateada.

Sport – 25 presidentes campeões

7 títulos
Luciano Bivar (PE em 1997, 1998, 1999, 2000 e 2006, NE em 2000 e Série B em 1990)

5 títulos
Wanderson Lacerda (PE em 1991, 1992, 1994 e 1996, NE em 1994)

3 títulos
Adelmar da Costa Carvalho (PE em 1955, 1956 e 1958) e Milton Bivar (PE em 2007 e 2008, Copa do Brasil em 2008)

2 títulos
Manoel José Guimarães (PE em 1916 e 1917), Hermenegildo da Silva Loyo (PE em 1923 e 1924), Luiz da Rosa Oiticica (PE em 1941 e 1942), Severino Pereira de Albuquerque (PE em 1961 e 1962), Jarbas Guimarães (PE em 1975 e 1977), José Antônio Alves de Melo (PE em 1981 e 1982), Homero Lacerda (Série A em 1987 e PE em 1988), Silvio Guimarães (PE em 2009 e 2010) e João Humberto Martorelli (PE em 2014 e NE em 2014)

1 título
Arnaldo da Silva Loyo (PE em 1920), Roberto Rabello (PE em 1925), Raphael Addobati (PE em 1928), José de Andrade Médicis (PE em 1938), Renato Silveira (PE em 1943), João Elysio de Lauria (PE em 1948), José Lourenço Meira de Vasconcelos (PE em 1949), José Dhália da Silveira (PE em 1953), Eduardo Cardoso (N-NE em 1968), José Moura (PE em 1980), Severino Otávio (PE em 2003) e Arnaldo Barros (PE em 2017)

Santa Cruz – 21 presidentes campeões

4 títulos
Antônio Luiz Neto (PE em 2011, 2012 e 2013, Série C em 2013)

3 títulos
Alírio Moraes (PE em 2015 e 2016, NE em 2016)

2 títulos
Carlos Afonso de Melo (PE em 1931 e 1932), Odivio Duarte (PE em 1957 e 1959), Aristófanes de Andrade (PE em 1969 e 1970), James Thorp (PE em 1971 e 1972) e José Neves (PE em 1986 e 1987)

1 título
Alcides Lima (PE em 1933), Virgílio Borba Júnior (PE em 1935), Jaime Galvão (PE em 1940), José Fulgino (PE em 1946), Edgar Beltrão (PE em 1947), Gastão de Almeida (PE em 1973), José Nivaldo de Castro (PE em 1976), Mariano Pedro Mattos (PE em 1978), Rodolfo Aguiar (PE em 1979), Vanildo de Oliveira Ayres (PE em 1983), Dirceu Menelau (PE em 1990), Alexandre Mirinda (PE em 1993), Luiz Arnaldo (PE em 1995) e Romerito Jatobá (PE em 2005).

Náutico – 14 presidentes campeões

6 títulos
Eládio de Barros Carvalho (PE em 1950, 1951, 1952, 1954, 1960 e 1963)

2 títulos
Luiz Carneiro de Albuquerque (PE em 1967 e 1968) e Josemir Correia (PE em 1984 e 1985)

1 título
Victorino Maia (PE em 1934), Aroldo Fonseca (PE em 1939), Neto Campelo Júnior (PE em 1945), Wilson Campos (PE em 1964), Fernando Wanderley (PE em 1965), Manuel Cesar de Moraes (PE em 1966), João de Deus (PE de 1974), Antônio Amante (PE em 1989), André Campos (PE em 2001), Sérgio Aquino (PE em 2002) e Ricardo Valois (PE em 2004)

Os maiores públicos do Náutico como mandante na Arena Pernambuco

Pernambucano 2018, semifinal: Náutico 1 x 0 Salgueiro. Foto: Mário Mawad/cortesia, via twitter (@mariomawad)

O público na semifinal do Estadual 2018, com 20 mil alvirrubros (o 6º maior)

O Náutico foi o primeiro mandante da história da Arena Pernambuco, literalmente, pois a inauguração foi marcada por um amistoso do timbu diante do Sporting de Lisboa, em 2013. Naquela mesma época, o clube assinou um contrato de 30 anos com o consórcio-operador, então existente, para mandar os seus jogos em São Lourenço. A parceria público-privada acabou em 2016, após decisão do governo do estado, devido ao alto custo, mas o alvirrubro seguiu mandando as suas partidas na arena até 2018. Por necessidade, já que o estádio dos Aflitos estava sem condições – tanto na questão estrutural quanto na legal. Portanto, entre idas e vindas por lá, foram seis temporadas do Náutico, até o retorno de fato para o já centenário Eládio de Barros Carvalho.

O período no palco da Copa do Mundo de 2014 foi marcado pela queda do clube da Série A para a Série C e também pelo fim do subsídio estatal nos ingressos através do ‘Todos com a Nota’. Ainda assim, num contexto frágil técnica e financeiramente, o clube conseguiu registrar públicos interessantes, – oito deles superiores aos Aflitos após a reforma, com 19.600 lugares.

Lista atualizada, com o público total, até 25/03/2018

Os maiores públicos do Náutico na Arena Pernambuco (+15 mil)
30.061 – Náutico 0 x 1 Sport, em 23/04/2014 (Estadual)
26.803 – Náutico 1 x 1 Sporting (POR), em 22/05/2013 (amistoso)
25.602 – Náutico 0 x 2 Oeste, em 26/11/2016 (Série B)
25.257 – Náutico 1 x 0 Ceará, em 01/10/2016 (Série B)
20.661 – Náutico 1 x 4 Cruzeiro, em 06/10/2013 (Série A)
20.446 – Náutico 3 x 2 Salgueiro, em 25/03/2018 (Estadual)
20.413 – Náutico 1 x 3 Ponte Preta, em 06/07/2013 (Série A)
19.997 – Náutico 0 x 0 Atlético-MG, em 10/08/2013 (Série A)
19.541 – Náutico 1 x 1 Sport, em 23/04/2017 (Estadual)
19.488 – Náutico 3 x 0 Internacional, em 28/07/2013 (Série A)
18.136 – Náutico 1 x 0 Afogados, em 18/03/2018 (Estadual)
16.774 – Náutico 0 x 2 Flamengo, em 15/07/2015 (Copa do Brasil)
16.583 – Náutico 0 x 1 Fluminense, em 17/08/2013 (Série A)
16.502 – Náutico (5) 1 x 0 (3) Salgueiro, em 13/04/2014 (Estadual)
15.683 – Náutico 3 x 5 Santa Cruz, em 23/03/2014 (Estadual)
15.596 – Náutico 1 x 2 Santa Cruz, em 24/04/2016 (Estadual)
15.003 – Náutico 0 x 0 Flamengo, em 22/09/2013 (Série A)

Caixa segue no Sport pelo 5º ano. Valor congelado evita correção de R$ 3,4 mi

Uniforme 3 do Sport na temporada 2017/2018. Crédito: Sport/divulgação

A Caixa Econômica Federal é a patrocinadora-master do Sport desde 2014. E continuará sendo ao longo de 2018, após a reunião em 13 de março, em Brasília, com a presença de outros clubes, como Bahia e Vitória – que recebem o mesmo valor que o leão pernambucano. Sobre a cota, aliás, a instituição manteve o aporte de R$ 6 milhões, o penúltimo nível proposto na Série A – onde o clube se manteve durante todo o acordo. Ou seja, são cinco anos consecutivos com a receita congelada, sem qualquer correção inflacionária , tendo, no máximo, a bonificação por títulos criada em 2017.

O patrocínio, que ainda será publicado no Diario Oficial da União, segue como uma das principais receitas do leão. No entanto, vem perdendo ‘força’ a cada ano. Justamente por causa do congelamento. Calculando a correção anual, através do Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M), é possível estimar o montante que o clube deixou de ganhar – vendo por este lado, uma vez que nada garante que o Sport conseguiria no mercado outro patrocinador deste porte. Sendo assim, a diferença absoluta já chega a R$ 3.473.133

Em 2017, a Caixa Econômica patrocinou 26 clubes das Séries A e B, distribuindo R$ 145 milhões. A tendência de congelamento é geral…

O aporte da Caixa no Sport (entre parênteses, a correção do IGP-M*)
2014 – R$ 6 milhões
2015 – R$ 6 milhões (R$ 6.134.521)
2016 – R$ 6 milhões (R$ 6.876.181)
2017 – R$ 6 milhões (R$ 7.246.576)
2018 – R$ 6 milhões (R$ 7.215.855)
* A partir de julho de 2014, comparando com fevereiro dos anos seguintes

R$ 30.000.000, o total em 5 temporadas
R$ 33.473.133, a projeção com a correção

1987: transitado em julgado (de novo)

Certidão do trânsito em julgado do caso do Brasileiro de 1987 no STF

A disputa judicial sobre o título de campeão brasileiro de futebol de 1987, após a vitória do Sport sobre o Guarani, na Ilha do Retiro, acabou às 10h41 de 16 de abril de 1999. A data precisa marca a baixa do processo de nº 00.0004055 no Tribunal Regional Federal da 5ª Região, com o trânsito em julgado. Ali, após onze anos nos tribunais, o rubro-negro pernambucano era confirmado como o único vencedor daquela conturbada competição.

Em 2011, como se sabe, o então presidente da CBF, Ricardo Teixeira, decidiu de forma administrativa, à parte da coisa julgada, declarar dois campeões de 87, Sport e Flamengo. E lá foi o leão ter que lutar mais uma vez pelos seus direitos, provocando novamente a justiça. Passados sete anos, com o caso indo da 10ª Vara da Justiça Federal até o Supremo Tribunal Federal, a esfera máxima, mais um caso termina transitado em julgado a favor do Sport, com a baixa dos autos no STF em 16 de março de 2018 (acima), um dia após o fim do prazo recursal aos cariocas sobre o recurso extraordinário de nº 881.864.

Na justiça brasileira, não há mais o que discutir acerca do título do Sport.

A lista oficial de campeões brasileiros (1959-2017)
9 – Palmeiras
8 – Santos
7 – Corinthians
6 – São Paulo
5 – Flamengo
4 – Cruzeiro, Fluminense e Vasco
3 – Internacional
2 – Bahia, Botafogo e Grêmio
1 – Atlético-MG, Atlético-PR, Coritiba, Guarani e Sport

A tabela detalhada da Série A de 2018, com a agenda da 1ª até a 12ª rodada

Sport no Campeonato Brasileiro da Série A. Arte: Cassio Zirpoli/DP (sobre imagem da CBF)

A CBF divulgou a tabela detalhada sobre as 12 primeiras rodadas da Série A, com datas, horários, locais e transmissões na tevê. Os jogos vão até 13 de junho, parando por um mês a partir do dia seguinte – data da abertura da Copa do Mundo na Rússia. Único representante do estado em 2018, o Sport estreia em Belo Horizonte às 11h de um domingo. Em relação às transmissões, neste primeiro recorte, o clube terá um jogo exibido na Globo Nordeste, na terceira rodada, diante do Paraná. Por outro lado, das cinco partidas do leão programadas para o SporTV, três terão sinal para o Recife.

Tabela do Leão (com os jogos com transmissão para o Recife*)
1ª) América-MG x Sport (15/04, 11h)
2ª) Sport x Botafogo (23/04, 20h) – SporTV (exceto PE)
3ª) Paraná x Sport (29/04, 16h) – Globo
4ª) Sport x Bahia (05/05, 21h)
5ª) Cruzeiro x Sport (13/05, 19h) – SporTV
6ª) Sport x Corinthians (20/05, 16h) – Globo (para SP)
7ª) Palmeiras x Sport (26/05, 19h) – SporTV
8ª) Sport x Atlético-MG (30/05, 19h30) – SporTV (exceto PE)
9ª) Internacional x Sport (02/06, 16h)
10ª) Sport x Atlético-PR (06/06, 21h)
11ª) Vasco x Sport (09/06, 19h) – SporTV
12ª) Sport x Grêmio (13/06, 19h30)
* À parte do pay-per-view, presente em todos os jogos

Confira a tabela básica da competição, com as 38 rodadas, clicando aqui.

Abaixo, as 120 partidas já programadas pela confederação.

Por R$ 9,8 milhões, Sport negocia André com o Grêmio. Pelo preço do mercado?

Pernambucano 2018, 4ª rodada: Sport 2 x 0 Pesqueira. Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife

Diante do Pesqueira, em 29/01, André marcou os últimos 2 gols pelo Sport

Ao repatriar André, em 5 de fevereiro de 2017, o Sport firmou um milionário contrato de cinco temporadas com o atacante – seriam R$ 19,5 milhões apenas em salários. No entanto, esta segunda passagem na Ilha do Retiro durou apenas um ano, devido ao desejo do jogador em atuar no Grêmio, que, após semanas de negociação, aceitou os termos do clube pernambucano. Se o valor da multa (60 mi) era irreal, a primeira oferta (6 mi) também não fazia o menor sentindo, considerando o rendimento técnico recente do jogador.

Por 2,5 milhões de euros (R$ 9,8 mi), o atual campeão da Libertadores conseguiu o seu camisa 9. Vale lembrar que o Sport detinha 70% dos direitos econômicos do atacante, após adquirir 50% junto ao Sporting de Lisboa e 20% com o Atlético-MG – o Corinthians manteve os seus 30%. Para isso, o leão desembolsou R$ 5,23 milhões, numa das maiores compras do Nordeste. Logo, o ágio – só com as transações – foi de R$ 4,6 mi. É interessante destacar que Diego Souza saiu por mais, mesmo sendo mais velho (32 x 27) e tendo menos anos de contrato (1 x 4). Venda boa ali ou modesta aqui? Ali.

Apesar da saída conturbada do centroavante, sobretudo nas negativas da Copa do Brasil, os números do camisa 90 foram excelentes no leão. Na Série A de 2017 foram 16 gols, ficando atrás apenas dos artilheiros Jô (Corinthians) e Henrique Dourado (Flu), ambos com 18 tentos. Por sinal, contando a passagem anterior, em 2015, André totaliza 29 gols em 62 partidas pelo Sport no Campeonato Brasileiro, com média de 0,46. É o terceiro maior goleador do clube na competição – abaixo de Diego Souza (38) e Leonardo (33).

Torcedor rubro-negro, o que você achou da saída de André? E a reposição?

André no Sport
2015: 34 jogos, 14 gols (média de 0,41) e 7 assistências
2017: 67 jogos, 27 gols (média de 0,40) e 3 assistências
2018: 5 jogos, 2 gols (média de 0,40) e 0 assistência

Total: 106 jogos, 43 gols (média de 0,40) e 10 assistências

André foi a 19ª venda milionária do Sport, a 36ª de PE e a 95ª do NE.

As maiores vendas do Sport no Plano Real, convertidas em dólar. Crédito: Cassio Zirpoli/DP

O último acórdão do STF sobre o título de 1987 a favor do Sport. Flamengo multado

Como costuma ocorrer, o Supremo Tribunal Federal demora algum tempo para publicar os acórdãos sobre as suas decisões. Contextualizando isso com o futebol, mais precisamente para o vasto Campeonato Brasileiro de 1987, já havia sido assim no julgamento de 18 de abril de 2017, sobre o “agravo regimental sobre o recurso extraordinário”, interposto pelo Flamengo, com o texto saindo seis meses depois. E agora foram quase três meses para o acórdão sobre a decisão de 5 de dezembro de 2017, acerca do “embargo de declaração com efeitos infringentes”, também através do Fla, com a possibilidade de mudar o resultado – para dois campeões nacionais.

Em ambos os casos a Primeira Turma do STF negou seguimento, mantendo o Sport como o único campeão. Então, confira a íntegra do último acórdão, com as justificavas utilizadas pelos ministros, além dos rápidos debates. O relator do caso, Marco Aurélio Mello, ainda determinou uma multa ao Flamengo.

“Tenho os embargos como protelatórios. Desprovejo-os e imponho ao embargante (Fla) a multa de 2% sobre o valor da causa devidamente corrigido, a reverter em benefício do embargado (Sport)”

Saiba mais sobre a decisões judiciais no Brasileirão de 1987 clicando aqui.

Um jogador de R$ 300 mil ou três de R$ 100 mil? Debatendo a formação do elenco

Guilherme Beltrão, vice-presidente de futebol do Sport em 2018. Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife

Ao assumir a vice-presidência de futebol do Sport, em 22 de fevereiro de 2018, Guilherme Beltrão trouxe uma análise necessária ao departamento do clube – algo que inexplicavelmente a direção anterior (destituída) ignorou, mesmo com o elenco se esvaindo tecnicamente. Porém, a abordagem do post vai para a opinião do dirigente sobre a (re) montagem financeira do elenco.

No twitter, fiz alguns comentários sobre o assunto, que amplio aqui no blog.

Sobre a visão de Guilherme Beltrão, de que é melhor três jogadores de R$ 100 mil do que um de R$ 300 mil, eu discordo. O que vale é o rendimento do jogador, ponto. Um clube do porte do Sport, com orçamento anual acima de R$ 100 milhões, não pode fechar a porta para oportunidades. Um patamar salarial mais elevado pode ser suplantado por campanha paralelas – como foi a da camisa 87, a mais vendida do clube desde 2014. Além da entrega de resultados, naturalmente. Sobre esse comparativo salário/rendimento, o de Wesley foi caríssimo. O meia, que hoje estaria bem acima do teto estipulado, teve um salário revertido em absolutamente nada no campo. Já Diego Souza, cujo vencimento era estimado em R$ 350 mil, marcou 21 gols em 2018, sendo o vice-artilheiro do time no Brasileirão e convocado à Seleção. No elenco atual de 2018, Pedro Castro pode ser considerado caro. Trata-se de um volante de rotação mínima e com histórico técnico bem questionável. Já o lateral-esquerdo Sander, um dos poucos achados da direção anterior, contribui no elenco – embora ainda seja uma peça substituível.

“O Sport vai ter um teto salarial. Não podemos gastar em dois jogadores o que poderíamos gastar em seis. O Sport tem de voltar às suas origens na questão do futebol coletivo”

Ainda que Beltrão não tenha citado nominalmente, falou de Diego Souza e André. Sem eles, o Sport dificilmente teria escapado do rebaixamento em 2017 – no caso de DS, há duas edições já. Portanto, caro foi o colombiano Lenis, com o leão bancando R$ 3,1 milhões numa aposta. Proporcionalmente, foi o Sport comprando Vinícius Júnior como o Real Madrid – que pagou R$ 164 milhões ao Flamengo. Só que o clube espanhol pode fazer isso. O Sport não podia. E a conta chegou, com o rubro-negro endividado dois anos depois. Mais: e se os tais três jogadores de R$ 100 mil não resolverem? Mesmo com esse preço, é algo recorrente na Série A, simplesmente porque não há embasamento para essa tese – nem mesmo a Chape, também há cinco anos na elite, mesmo com receita inferior. É de fato uma ideologia de gasto. Aí, ok. Também discordo, mas, neste ponto, entendo. Já a questão da coletividade é algo imperativo, sobretudo num time desconectado há tempos – e não é o status do atleta que mudará isso. Por fim, a recuperação do investimento. A venda de Diego Souza deixou R$ 10 milhões no clube e a de André deve deixar mais. Os outros deixaram quanto? Zero. Desconsiderar isso não existe.

Concorda? Discorda? Debate aberto, além de quantidade x qualidade…

As diferenças organizacionais nas Séries A, B e C de 2018, competitividade à parte

Os troféus das Séries A, B e C do Campeonato Brasileiro

Os regulamentos oficiais das três principais divisões do Campeonato Brasileiro foram publicados pela CBF. As normas envolvem 60 clubes em 2018, com algumas mudanças organizacionais, à parte da competitividade no futebol, naturalmente. Abaixo, as principais diferenças observadas pelo blog. Caso queira conferir os regulamentos, eis os links: Série A, Série B e Série C.

Série A
Nº de clubes: 20* (sendo 4 nordestinos)
Nº de jogos: 38 (para todos os times)
Duração da competição: de 14/04 a 02/12
Preço mínimo do ingresso: R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia)
Capacidade mínima do estádio: 12.000 lugares
Limite de jogadores inscritos: não tem
Prazo de inscrição de jogadores: até 04/09
Limite de jogos para transferência dentro da divisão: 6 por jogador 
Passagens e hospedagens: cada clube é responsável por sua despesa

* América-MG, Atlético-MG, Atlético-PR, Bahia, Botafogo, Ceará, Corinthians, Chapecoense, Cruzeiro, Flamengo, Fluminense, Grêmio, Internacional, Palmeiras, Paraná, Santos, São Paulo, Sport, Vasco e Vitória

Série B
Nº de clubes: 20** (sendo 4 nordestinos)
Nº de jogos: 38 (para todos os times)
Duração da competição: de 13/04 a 24/11
Preço mínimo do ingresso: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia)
Capacidade mínima do estádio: 10.000 lugares
Limite de jogadores inscritos: 40 atletas
Prazo de inscrição de jogadores: até 10/09
Limite de jogos para transferência dentro da divisão: 6 por jogador
Passagens e hospedagens: CBF banca até 30 pessoas a cada jogo fora

** Atlético-GO, Avaí, Boa Esporte, Brasil-RS, Coritiba, CRB, Criciúma, CSA, Fortaleza, Figueirense, Goiás, Guarani, Juventude, Londrina, Oeste, Paysandu, Ponte Preta, Sampaio Corrêa, São Bento-SP e Vila Nova

Série C
Nº de clubes: 20*** (sendo 8 nordestinos)
Nº de jogos: de 18 (para todos os times) a 24 (para os finalistas)
Duração da competição: de 14/04 a 23/09
Preço mínimo do ingresso: R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia)
Capacidade mínima do estádio: não tem (apenas na final, com 10.000)
Limite de jogadores inscritos: 35 atletas (sendo 5 do Sub 23)
Prazo de inscrição de jogadores: até 15/06
Limite de jogos para transferência dentro da divisão: 3 por jogador
Passagens e hospedagens: CBF banca até 30 pessoas a cada jogo fora

***ABC, Atlético-AC, Botafogo-PB, Botafogo-SP, Bragantino, Confiança, Cuiabá, Globo-RN, Joinville, Juazeirense, Luverdense, Náutico, Operário-PR, Remo, Salgueiro, Santa Cruz, Tombense-MG, Tupi, Volta Redonda e Ypiranga-RS

O regulamento da Série A de 2018, com 12 vagas internacionais e risco de punição de 3 pontos em caso de atraso salarial

O troféu da Série A. Foto: Lucas Figueiredo/CBF

A CBF divulgou o regulamento oficial do Brasileirão de 2018. O documento (íntegra abaixo) é relativamente simples, com 14 páginas e algumas mudanças acerca da Série A, que terá quatro nordestinos nesta edição: Sport, Bahia, Vitória e Ceará. Destaco sete pontos da fórmula votada no conselho técnico da competição, realizado no Rio de Janeiro. O sistema de disputa, lembrando, é o mesmo desde 2006, com vinte clubes e pontos corridos.

Confira a tabela do Brasileirão clicando aqui.

Artigo 5 – As doze vagas internacionais
Libertadores: 1º, 2º, 3º e 4º na fase de grupos; 5º e 6º na fase preliminar
Sul-Americana: 7º, 8º, 9º, 10º, 11º e 12º, todos na primeira fase 

Obs. Caso os possíveis campeões da Liberta, Sula e Copa do Brasil de 2018 terminem na zona de classificação internacional, a vaga via Série A será do clube seguinte, excluídos os assegurados nas copas da Conmebol, claro. Logo, há a possibilidade de até 15 times classificados (Liberta + Sula).

Artigo 10 – Transferências de jogadores: entre clubes da elite, atletas com no máximo 6 jogos disputados na competição. Por sinal, cada time só pode contratar até cinco jogadores oriundos da Série A, sendo no máximo três de um mesmo clube. À parte disso, só poderá obter reforços em outros mercados (Séries B, C e D, além das duas janelas internacionais, de 10/01 a 02/04 e de 20/06 a 20/07). O prazo de registro de contratos vai até 4 de setembro.

Artigo 13 – Critérios de desempate na classificação: 1) vitórias, 2) saldo, 3) gols pró, 4) confronto direto (somando ida e volta), 5) menos cartões vermelhos, 6) menos cartões amarelos, 7) sorteio. Obs. Nunca houve sorteio.

Artigo 16 – Preço mínimo do ingresso: R$ 40, inteira; R$ 20, meia-entrada (abaixo disso, só com autorização da CBF, como vem ocorrendo nos últimos anos). Ah, a renda líquida é do mandante, como frisa o artigo 14.

Artigo 19 – Punição por salário atrasado: 3 pontos por jogo caso atrase o pagamento da folha salarial a partir de 30 dias – execução da pena após a análise do STJD. Comprovada a dívida, o tribunal dará 15 dias para que o clube quite o débito com o jogador/elenco – visando a revogação da sanção.

Artigo 20 – A capacidade mínima dos estádios é de 12 mil espectadores. Portanto, os quatro nordestinos têm ao menos dois palcos à disposição em suas cidades: Sport (1º Ilha do Retiro, 30 mil; 2º Arena PE, 45 mil), Bahia (1º Fonte Nova, 50 mil; 2º Pituaçu, 32 mil), Vitória (1º Barradão, 35 mil; 2º Fonte Nova, 50 mil) e Ceará (1º Castelão, 63 mil; 2º Presidente Vargas, 20 mil).

Artigo 21 – Mudança de mando de campo: o clube só poderá jogar fora da jurisdição de sua federação estadual em até cinco jogos. No entanto, nas últimas cinco rodadas a mudança de estado é vetada.