As mudanças e o processo de reformulação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb) foram os temas da palestra on-line apresentada pelo coordenador-geral de Exames para Certificação do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Eduardo Carvalho Sousa. O encontro virtual foi promovido pela Associação Nacional de Educação Católica do Brasil (Anec), nessa quarta-feira (11).
A partir de 2021, os estudantes do ensino médio terão uma nova oportunidade de ingressar na educação superior, por meio do Novo Saeb. Esta é uma das inovações a serem implementadas na avaliação, que completa 30 anos em 2020.
Com a reformulação do Saeb será possível a implementação do Enem seriado. Na nova versão as avaliações serão anuais. Ao fim do ensino, cada aluno terá seu desempenho calculado com base nas notas do Saeb dos últimos três anos. Com a pontuação final, ele chegará a uma nota que poderá ser usada no processo seletivo de universidades do país inteiro e em algumas instituições do exterior.
De acordo com Eduardo Carvalho, a ideia é acrescentar direitos. “O aluno que fizer o Enem seriado em 2021 também pode fazer o Enem regular. As duas provas não serão na mesma data, para que o aluno possa concorrer a uma vaga por meio dos dois processos seletivos”, explicou.
A implementação será feita de maneira gradual. Em 2021, a prova será aplicada, em formato digital, na 1ª série do ensino médio, para todos os alunos das redes pública e privada. A aplicação ocorrerá nas escolas e a matriz de prova será baseada nas disciplinas de língua portuguesa e matemática, em função dos currículos do Novo Ensino Médio. Com o início da implementação em 2021, os participantes poderão concorrer a uma vaga no ensino superior, em 2024.
“O Enem seriado será totalmente digital. Vamos precisar trabalhar o aluno para responder provas no ambiente digital. Questões de múltipla escolha serão apenas uma parte da prova. É preciso começar a desenvolver habilidade complexas nos estudantes”, destacou o coordenador-geral de exames do Inep.
O novo modelo também possibilita que docentes, diretores e gestores revejam ou reforcem estratégias, planos de aula e programas de ensino. A perspectiva do Inep é aplicar o Saeb ao fim do ano e realizar a devolutiva pedagógica até o fim de fevereiro, antes do início do período letivo, para que as condutas sejam revistas ou aperfeiçoadas em um tempo mais curto. “A cada ano, a gente vai promover devolutivas para o sistema de ensino e conseguir comparar e mostrar para as escolas como elas estão se saindo em relação a outras escolas do Brasil. Estamos falando de um sistema em larga escala, em que fazemos um recorte da matriz e avaliamos”, explicou.
Com a reformulação do exame, a matriz de prova do Enem será substituída pela do Novo Ensino Médio. O Ministério da Educação (MEC) e o Inep articulam a elaboração da nova matriz, juntamente com entidades educacionais, como a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) e o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed).
Enem – Realizado anualmente pelo Inep desde 1998, o Exame Nacional do Ensino Médio avalia o desempenho escolar ao final da educação básica. A estrutura do exame conta com uma redação e 45 questões em cada prova das quatro áreas de conhecimento: linguagens, códigos e suas tecnologias; ciências humanas e suas tecnologias; ciências da natureza e suas tecnologias; e matemática e suas tecnologias. As provas da edição 2020 do exame estão marcadas para os dias 17 e 24 de janeiro de 2021 (versão impressa) e 31 de janeiro e 7 de fevereiro de 2021 (versão digital).
Saeb – Realizado desde 1990, o Sistema de Avaliação da Educação Básica é um processo de avaliação em larga escala, realizado periodicamente pelo Inep. O Saeb oferece subsídios para a elaboração, o monitoramento e o aprimoramento de políticas com base em evidências, permitindo que os diversos níveis governamentais avaliem a qualidade da educação praticada no país. Por meio de testes e questionários, a avaliação reflete os níveis de aprendizagem demonstrados pelo conjunto de estudantes. Esses níveis de aprendizagem estão descritos e organizados de modo crescente, em escalas de proficiência de língua portuguesa e de matemática, para cada uma das etapas avaliadas. Os resultados de aprendizagem dos estudantes, apurados no Saeb, juntamente com as taxas de aprovação, reprovação e abandono, apuradas no Censo Escolar, compõem o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).
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