A proporção dos autodeclarados negros no ensino superior aumenta a cada ano, mas, em alguns cursos, a participação ainda é limitada. Em Pernambuco, apenas 2,5 em cada 10 estudantes de medicina são negros.
O dado foi apurado pelo Quero Bolsa, principal plataforma de inclusão no ensino superior com bolsas de estudo, ao analisar as informações da edição 2019 do Censo da Educação do Ensino Superior do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Para isso, foram considerados os cursos com pelo menos 1 mil matriculados no estado.
A taxa de inclusão de negros é inferior à média geral de cursos no estado, 44,8%. Se analisamos os cursos, PE está com a média superior a nacional, cuja proporção é de 25,47%.
Já agronomia é o curso com maior proporção de negros no ensino superior de Pernambuco, com 94,46%. A média nacional para o curso é de 37,19%.
Entre 2010 e 2019, porém, a presença do negro passou de 33.499 para 132.383 estudantes em instituições de ensino superior no estado, com alta de 295%. Eles representavam 15,84% dos alunos, no início da década, e agora são 44,8%. No país, os negros são 38,2% dos universitários.
O salto ocorrido entre 2013 e 2016 deve-se à implantação da lei de cotas, realizada de forma progressiva no período. Em 2013, a proporção de negros era de 16,57% e chegou a 32,95% em 2016.
Entretanto, a taxa ainda é bem menor do que a proporção de negros na sociedade que, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é de 61,9% em Pernambuco.
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