Minissérie de ficção mais vista na história da Netflix, O Gambito da Rainha já emocionou 62 milhões de pessoas em 92 países em apenas um mês depois de lançado. Os sete episódios narram a história de como o xadrez mudou a vida de uma garota nos Estados Unidos, na década de 1950. Em Pernambuco, cinco amigos que se tornaram professores usam tabuleiros e peças para preparar melhor os estudantes para os desafios da vida real. Esta história é tema de uma webconferência da Semana Universitária da Universidade de Pernambuco (UPE).
Na quinta-feira (26), das 14h às 16h, Gerson Henrique da Silva, Cláudio Roberto Barrozo da Silva, Reinaldo José de Lima, Emanuel Henrique Pereira e Esdras Jafet Aristides da Silva ministrarão a oficina “Xadrez na escola: uma ferramenta multidisciplinar”, dentro da programação online oferecida pelo campus Mata Norte da UPE. Professor de Estatística do curso de Matemática da instituição, Gerson pode não ser um mestre no jogo de reis, rainhas, bispos, cavalos, torres e peões, mas está conseguindo divulgar o xadrez entre os alunos da rede pública com o apoio da universidade. Seu projeto foi aprovado no primeiro semestre deste ano no Programa de Formação Acadêmica, recebendo uma verba de R$ 2,5 mil. O dinheiro foi revertido na compra de kits de xadrez (tabuleiros, relógios e livros) e na realização de oficinas, microcursos e competições.
Até a quarentena imposta pela pandemia da Covid-19, o projeto dos professores com formações diversas, como Física, Matemática e Ciências da Computação – atuando tanto em universidades como nas redes estadual e municipal – conseguiu atingir mais de cem pessoas em três cidades da Mata Norte: Carpina, Nazaré da Mata e Tracunhaém. Desde 2019, o objetivo do trio é convencer mais escolas a colocar o xadrez como disciplina eletiva. “O xadrez tem um valor educacional grande. É mais do que uma diversão. Ajuda o aluno a ter mais concentração, a se preparar para situações inesperadas. Reúne questões de probabilidade, estatística e álgebra que podem ser abordadas em sala de aula˜, afirma Gerson Brandão.
O projeto é voltado para escolas do 6° ano ensino fundamental até o 3° ano do ensino médio. Nas competições, os vencedores não recebem premiação em dinheiro, mas kits do próprio jogo para poderem aprimorar seus lances ousados, como o próprio gambito da rainha. Gerson ainda não viu a minissérie da Netflix. Estava ocupado demais com os detalhes da webconferência da Semana Universitária da UPE, que terá o professor Cláudio como palestrante principal e a realização de dois torneios online. Seus colegas de projeto já recomendaram e até devem falar de Beth Harmon e sua contribuição para tornar o jogo um dos temas mais procurados do Google atualmente. Ficção ou realidade, o xadrez sempre vencerá no final.
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