Por Ananda Barcellos
Neste domingo (24), aconteceu o segundo, e último, dia do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) 2020. A avaliação encerrou a rodada de provas com uma abstenção de 55,3% no Brasil e 52,2% em Pernambuco, segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). A ausência neste segundo domingo foi maior do que a do primeiro dia de prova (17), que teve 51,5% de faltas, batendo, novamente, o recorde de abstenção no exame.
Por conta da pandemia, diversos protocolos de segurança foram sugeridos para evitar o aumento de casos da Covid-19 entre os participantes da prova. A máscara foi obrigatória durante todo o período do exame e o álcool em gel foi recomendado para todos. Outra medida foi aumentar o número de prédios da prova em cerca de 84%, assim a quantidade de pessoas em cada sala ficou menor. A edição do Enem em Pernambuco contou com 584 prédios, e a de 2020 teve 1.076 locais de aplicação de prova.
A prova de hoje contou com 90 questões, 45 de matemática e 45 de ciências da natureza. Docentes do Colégio Núcleo comentaram sobre a prova de hoje. Para o professor de química, Gilton Lyra, a prova foi muito boa. “Hoje fomos contemplados com uma avaliação muitíssimo bem feita”, destacou. O professor também afirmou que o Enem foi fácil para “quem sabia” e dominava o conteúdo. Para Gilton, a prova teve uma sensibilidade para o momento de pandemia. “Foi justa e sem perder o grau de dificuldade comparada com os anos anteriores”, comentou.
“Em um ano tão difícil, os elaboradores agraciaram quem se dedicou”, concordou Betânia Melo, professora de química. “Essa prova teve questões que foram realmente de interpretação, não fácil, mas pelo texto e pelo conhecimento dava para responder”, ponderou a professora. “Interpretação aliada ao conhecimento do conteúdo”, completou Gilton.“Eu achei uma prova altamente justa diante do que nós vivenciamos, beneficiou o aluno que não desistiu e não colocou a pandemia como escudo para a aprendizagem”, afirmou Betânia.
“A sensação é de dever cumprido”, comentou o professor de biologia Ricardo Lobo, que esteve presente na prova e afirmou que é um exame muito cansativo. “É uma prova que cansa bastante, não é brincadeira fazer 90 questões, não é uma coisa simplória, por isso eu queria salientar a importância dos simulados para essa preparação mental e física”, comentou. Segundo o professor, os alunos do Núcleo fizeram simulados em vários finais de semana, tendo até questões que caíram de maneira similar na prova do Enem. Quanto à pandemia, Ricardo afirmou a segurança que sentiu em seu local de prova. “O local que eu fiz estava muito tranquilo, salas tranquilas, janelas abertas e todos de máscara”, comentou.
Outro professor de biologia, Alan Barros, comentou sobre a dinamicidade da prova nesta edição. “Cada vez mais a gente percebe que não há mais tempo para compartimentar o conteúdo”, destacou. “A gente chega ao final do Enem com essa sensação de tranquilidade”, disse.
A prova de física também recebeu comentários semelhantes. O professor Rogério Andrade ressaltou a importância não só do conteúdo estudado, mas também da habilidade de cada estudante de interpretar. “Não é uma prova de conteúdos, é de habilidades e competência, não se estuda isso, se desenvolve, claro que está atrelado aos conteúdos”, comentou.
Rogério também ressaltou a importância de um equilíbrio emocional bem estruturado para a realização do exame. “Precisa ter uma compreensão ampliada do desenvolvimento do que foi estudado”, concluiu. O professor também afirmou ter usado conteúdos do cotidiano, reportados no Diario, para a formulação de algumas de suas questões para o simulado.
O professor Isaac Soares concordou sobre a importância dos simulados, além de elogiar o conteúdo da prova. “O Enem foi muito justo, percorreu pelo edital dos conteúdos, dando prioridade aos alunos que se prepararam”, destacou. O professor comentou que não é o momento de olhar gabarito. “Vira a chave, foca no SSA e bola para frente, se você não vai fazer seriado, vai descansar, o ano não foi fácil.”
“Aquela sensação de que a prova foi a nossa cara, isso é algo sensacional”, comentou o professor de matemática Valdemar Santos. Para o docente, não houve nenhuma surpresa em relação aos assuntos. “Tenho certeza que os alunos gostaram bastante da prova”, comentou. O professor Fernando Sanchez, também de matemática, concordou com os colegas de outras matérias e afirmou a felicidade com o conteúdo aplicado. “Foi uma prova excelente”, ressaltou. “O fator decisivo foi a questão da interpretação do texto, tinha que ler o texto todo”, comentou. “Hoje a prova do Enem exige uma aplicação do dia-a-dia, não é mais aquela prova engessada”, concluiu.
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