Atlanta, o dono da pelota no Recife

Clube Atlético Atlanta, em Vila Crespo, Buenos Aires. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

Buenos Aires – Aproveitando a folga na tabela da Copa América 2011, com o fim da primeira fase, o blog mergulhou na história do futebol pernambucano em plena capital argentina. Indo de metrô a partir da Florida, dez estações até a Villa Crespo, bairro do Atlanta.

Tudo começou com um buffet em 17 de dezembro de 1936. Fazendo valer o apelido de “boêmio”, o elenco do Atlanta fez uma despedida na calle Humboldt, em Villa Crespo. No dia seguinte, a delegação partiu do porto da capital iniciando uma longa viagem no vapor Monte Pascoal. Destino? Brasil. Pela primeira vez o Clube Atlético Atlanta jogaria no país vizinho. Ao todo, disputaria 13 partidas até março do ano seguinte.

Em janeiro, o navio argentino atracou no porto do Recife. Com a ajuda financeira da Confederação Brasileira de Desportos (atual CBF) para promover o esporte local, a técnica agremiação portenha enfrentaria adversários pernambucanos. De forma inédita, então, o futebol pernambucano receberia um time do exterior. Foram duas partidas no Campo da Avenida Malaquias, antigo estádio rubro-negro.

Clube Atlético Atlanta, em Vila Crespo, Buenos Aires. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

Bem superior, o Atlanta começou com um rotundo 10 x 6 sobre o Náutico. Na sequência, um 7 x 2 sobre o Sport. Sobre os jogos, Diario de Pernambuco publicou o seguinte em sua edição de 30 de janeiro de 1937:

“O Recife pode ter assistido a jogo de conjunto superior ao do Atlanta; não nos lembramos, porém, de quando teria acontecido tal fato.”

A elasticidade deixou claro o desequilíbrio entre o fim da era amadora do futebol local e o profissionalismo dos hermanos – o Atlanta havia acabado o Nacional em 6º lugar.

Já centenário, o Atlanta segue vivo, várias décadas depois de fazer história no gramado pernambucano. Em 2011, o time amarelo e azul conquistou o título argentino da terceira divisão – com direito a DVD! – e subiu para a “1ª divisão B Nacional”, coom é chamada a segundona. Na tabela da nova competição, o confronto contra o tradicional River Plate, rebaixado pela primeira vez em sua história, com o duelo agendado para 9ª rodada, no Monumental de Nuñez – outrora até comum. À parte do bairro distante, o clube costuma fazer a sua pré-temporada ocorre em San Luis.

O blog visitou o estádio León Kolbovsky – com arquibancada de madeira até 2006 – e mostra um pouco do Atlanta, fora da elite argentina desde 1984. A hinchada segue fiel.

4 Replies to “Atlanta, o dono da pelota no Recife”

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  2. O jogo Náutico x Chacarita Juniors, foi uma preliminar para o Clássico América x Sport, e segundo o livro a torcida do Sport ficou torcendo para o Chacarita, que abriu 2 x 0, mas depois o Náutico conseguiu empate, eu também já ouvi que o América até a década de 50 era o 2o maior rival do Náutico e que tinha mais torcida do quê o Náutico…

  3. Muito Legal, tinha lido num livro sobre o Náutico a história desse jogo, mas não sabia que o Atlanta tinha sido 6o lugar no campeonato argentino até então, pelo menos não perdemos pra qualque um, hehehe, o futebol argentino é muito bacana, as torcidas são fanáticas, tomara que o Huracan, que você fez o post citando o filme e o Atlanta voltem à elite, especialmente o Huracan que é um time tradicional e faz um clássico contra o San Lorenzo, e o maior rival do Atlanta é o Chacarita que enfrentou o Náutico em 1953, foi 2 x 2, o Velez Sarsfield também já enfrentou o Náutico, o Velez ganhou 3 x 2, li no livro: O Náutico- a bola e as lembranças. De Lucídio José de Oliveira

  4. A muito mais nesta conexão Recife/Argentina, Cassio… O América mesmo, já teve um da seleção argentina, chamado Alberto Salonni. Atuou pelo Mequinha em 1932! =)

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