Se no clássico o Alvirrubro sofreu três gols em 13 minutos, desta vez o aproveitamento foi inverso, assinalando dois tentos em 11 minutos.
Início forte, decidindo logo a partida, sim, pois não houve qualquer reação. E olhe que o Timbu ainda marcou mais um no finzinho da primeira etapa.
Souza, em mais uma belíssima cobrança de falta, e Derley, duas vezes, na raça. Fica nítido que os volantes trabalharam bem nesta noite…
Com o ataque desfalcado de Rogério e buscando uma nova identidade, a turma de trás acabou exercendo o papel.
Se a quarta-feira marcou uma partida com papéis invertido, o que dizer de Eduardo Ramos como um verdadeiro ala pelo lado esquerdo, no segundo gol?
Lance de técnica e força. Se redimiu do futebol apagado no domingo.
Nos Aflitos, o Náutico enfrentou um Ypiranga completamente esfacelado. Seis dispensas na véspera, com direito à saída do rodado Wilson Surubim.
Matou o jogo no primeiro tempo e utilizou o segundo para apertar a marcação, mas com o pé no freio, consciente de que a preparação para o Clássico das Emoções já havia iniciado no intervalo.
Ludemar ainda descontou, mas não impediu a boa vitória timbu, 3 x 1.
O dia começou com a especulação sobre a saída de Waldemar Lemos, com suposta insatisfação com a diretoria, e acabou em recuperação, diante de 11 mil presentes…
Nas mesas redondas nacionais em programas de televisão, quase sempre um comentarista no cantinho da bancada solta a seguinte pérola na hora da exibição dos gols dos campeonatos estaduais do Nordeste:
“As torcidas nordestinas são um espetáculo. Sempre lotam os estádios!”
Afirma de forma efusiva. Soa como um elogio…
No fundo, é a limitação do conhecimento do cidadão sobre o futebol jogado na região.
Uma área gigante, com 1,5 milhão de quilômetros quadrados, ocupada por nada menos que 53 milhões de habitantes. Se fosse um país, o Nordeste teria o 19º território do mundo, a 24ª população e a 35ª economia.
Ainda assim, a região parece viver em eterna luta por (re) conhecimento. Externo.
O post, obviamente, vai tratar do viés esportivo. Futebol, para ser mais exato.
Apenas três clubes da região vão disputar a primeira divisão do Campeonato Brasileiro de 2012. Bahia, Náutico e Sport. Isso corresponde a míseros 15%. Mas nada muito distante da região Sul, que terá um time a mais.
Pernambuco, aliás, terá o mesmo número de equipes de dois estados do “eixo”, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Então, não cabe qualquer “coitadismo” nessa discussão.
Na teoria, o times do Nordeste têm como primeiro objetivo seguir na elite. Nada muito diferente de Coritiba, Figueirense, Portuguesa e Ponte Preta, diga-se de passagem. O título, a princípio, é uma utopia. As três torcidas têm consciência disso.
Mas isso não muda em absolumente nada a tendência de estádios cheios na elite. E não é por que Neymar, Vagner Love e Adriano vão jogar em Pituaçu, Aflitos e Ilha do Retiro. Longe disso. Os adversários podem jogar com juniores se for o caso.
Uma pesquisa indica que o direito econômico de Neymar é superior ao dos 337 jogadores inscritos no Pernambucano de 2012. Na lógica de alguns, então, isso prova por A+Z que o valor de mercado local é irrisório. Mas Neymar, como qualquer jogador, passa. Tem um tempo de validade. Sport e Náutico, por exemplo, estão aí há mais de cem anos.
Não chega a ser menosprezo de alguém abaixo de Porto Seguro, mas pura falta de conhecimento mesmo.
Os maiores clubes do Nordeste, com pelo menos sete times com mais de um milhão de torcedores, têm um público consumidor cativo, ávido por novos produtos.
Não vão disputar títulos nacionais em breve? Mas… quantos vão brigar por conquistas, de verdade? Todos os grandes do Sudeste?
Atlético-MG, em jejum de títulos nacionais há mais de 40 anos? Como surpresa, talvez.
O Botafogo, que em 39 anos só participou 1 vez da Libertadores? À margem dos 3 rivais.
São dois integrantes do chamado G12, grupo virtual com os maiores clubes do país, apesar de ser formado por agremiações longe de um padrão semelhante de títulos, torcida e orçamento. Sua sustentação baseada na tradição beira a incoerência.
Mas, de fato, o orçamento deste bloco é maior que a soma dos demais e continuará assim com toda certeza até 2015, no mínimo.
Trata-se do prazo do novo contrato da TV, com as supercotas. Nesse acordo, Flamengo e Corinthians, os mais populares do país, deverão ganhar R$ 100 milhões, cada.
Sport e Náutico, somando todas as receitas, vão faturar R$ 55 mi e R$ 40 mi este ano. O contrato de patrocínio do Leão é de R$ 6 milhões, ou 1/5 de um clube top no G12.
O PIB do país está concentrado no Sudeste-Sul. Portanto, a disparidade seguiu o foco do mercado. Se uma análise dita como fria aponta que os clubes dessas regiões seguiram o ritmo da aceleração econômica, por que não enxergar que há pelo menos cinco anos o Nordeste cresce mais que a média nacional (8,3% x 7,5%, em 2010)?
Por qual motivo esse mesmo processo não pode se estabelecer nos clubes locais?
Trata-se de uma questão de investimentos, ponto. Organização é outro departamento. O que dizer do Flamengo, que em um dia despeja milhões em um jogador e no dia seguinte não sabe como resolver uma pendência não menos milionária com outro? Não é modelo de gestão para ninguém.
Dentro de um ano, contudo, as três maiores cidades do Nordeste vão contar com arenas no “padrão” Copa do Mundo. Correndo contra o tempo, os clubes investem milhões em centros de treinamento de padrão elevadíssimo para a preparação de jovens valores. Torcedores estão sendo fidelizados, como sócios. Ninguém está parado, ocioso.
Enquanto esse processo de evolução não se torna 100% concreto, o que não se pode mais aceitar é a cegueira coletiva sobre algo inteiramente ligado ao Nordeste: os seus clubes como instituições sólidas, indiferentes a manejos da mídia.
Existem milhares (milhões) de torcedores da região que torcem por clubes de outros estados. Se foram turbinados pela era do rádio em 1900 e antigamente ou pela antena parabólica da TV, é outra (antiga) conversa.
O que importa é que os milhões que não arredam o pé dos times locais não vão mudar.
As médias de público vão continuar acima de 20 mil pessoas sem muito esforço. Talvez a falta de compreensão para esse fenômeno enxergue o Santa Cruz atolado em uma Série D com 40 mil pessoas no Arruda como “folclore”.
Ou o Sport ter colocado 2 mil torcedores em Santiago numa estreia de Libertadores como algo exótico. Difícil é imaginar torcedores do Botafogo fazendo algo do tipo.
Também não é fácil explicar um dado como esse olhando para o próprio umbigo, com o campeão da Libertadores, o Santos, empacado com 8.892 pessoas por jogo na Série A. Antes que alguém diga que isso foi pontual, basta checar as médias históricas do Peixe…
O único jeito talvez seja afirmar de forma efusiva mesmo…
“As torcidas nordestinas são um espetáculo. Sempre lotam os estádios!”
Tirando lampejos de glória, os representates regionais não alcançam feitos de grande magnitude. Daí, a conclusão de que seria melhor torcer por outras equipes?!
Mas, então… Não seria melhor ter logo um país dividido entre Barcelona e Real Madrid?
Se é para torcer por algo tão distante de você, sem o mínimo contato com uma arquibancada das antigas com sol na testa, é melhor atravessar logo o Atlântico…
Lá, pelo menos eles têm um ponto em comum com o Nordeste. Eles também lotam os estádios… E como.
Um ano depois do primeiro teste local, o possível fim do quinteto de arbitragem…
Pernambuco ganhou o direito de utilizar dois assistentes de linha de fundo em 21 de julho de 2010. Apenas sete torneios no mundo foram selecionados pela Fifa.
O primeiro jogo com cinco membros da arbitragem foi em 30 de janeiro de 2011, nos Aflitos, no Clássico das Emoções, pelo Estadual.
O quinteto foi liderado por Nielson Nogueira, tendo Jossemar Diniz e Pedro Wanderley como assistentes e Ubirajara Ferraz e Alcides Lira como assistentes de linha de fundo.
Foi a primeira experiência no Nordeste… Polêmica desde a estreia.
O Náutico venceu por 3 x 1 e Nielson acabou na geladeira. No entanto, a experiência seguiu no estado. Mas apenas nos clássicos e na fase final.
E aí está o X da questão.
A Fifa autorizou o Campeonato Pernambucano com a condição de que todos os jogos fossem contemplados com a novidade (veja aqui).
Só a federação paulista vem cumprindo as exigências à risca.
Portanto, a validade do teste local, até o fim de 2012, poderá ser antecipada…
Após análise dos resultados mundo afora, o Congresso da Fifa vai deliberar sobre a oficialização do quintetopara 2014.
Se depender do futebol pernambucano, o quinteto de árbitros está aprovado?
Cada equipe de antidoping em um jogo de futebol é formada por três médicos.
O custo do trabalho por partida no Recife é de R$ 3.040.
Geralmente, o exame é solicitado em jogos de muita tensão, como clássicos e decisões de campeonato. Ou em partidas que envolvam interesses de vários clubes…
No Pernambucano de 2012, os seis clássicos da fase classificatória entre Náutico, Santa Cruz e Sport e as seis partidas da fase final (mata-mata) vão contar com antidoping.
Tudo bem que os próprios clubes poderiam solicitar o serviço, mas a diretoria da FPF optou por confirmar o exame com antecedência nesta temporada.
A entidade vai bancar os custos desses 12 casos. Um gasto de R$ 36.480.
É o preço para acabar com qualquer suspeita de adversário a 200 km/h. Na base da empolgação, os times deverão chegar a no máximo 100 km/h…
Propaganda gratuita? O Náutico vendeu bem a sua imagem para a Fifa.
Se o Sport escolheu a Ilha como palco para as gravações da participação rubro-negra no filme oficial da Fifa sobre o estado para a Copa de 2014, o Náutico optou pelo CT.
Não por acaso, o centro de treinamento na Guabiraba está pré-selecionado na categoria Centro de Treinamento de Seleções (CTS), visando o Mundial (veja aqui).
Curiosamente, a Ilha do Retiro também tem a sua parcela de participação no evento, o de 1950. Nesta segunda, em vez do passado leonino, o futuro timbu.
Os ingleses da IMG World, contratados pela Fifa, filmaram os quatro campos do CT, o alojamento dos jogadores e as futuras instalações do hotel em construção (veja aqui).
Nas entrevistas, ponto a favor. Waldemar Lemos gravou o seu depoimento em inglês.
No fim do dia, a equipe inglesa ainda foi levada aos Aflitos. Filmou o troféu do hexa.
De fato, o Náutico fez a sua parte para a produção do documentário…
Somando os três maiores confrontos do Recife, Clássico dos Clássicos (1909), Clássico das Multidões (1916) e Clássico das Emoções (1918), são quase 1.500 jogos…
É muita história em campo.
Glórias de todos os lados… Decepções de todos os lados.
Participe da nova enquete do blog e comente também sobre os motivos para a escolha da maior rivalidade do seu clube do coração.
Mais finais? Mais emoção? Maior público? Mais tradição?
Qual é o clássico de maior rivalidade envolvendo o seu clube?
Após os dois chutes certeiros contra o Belo Jardim, Weslley desperdiçou duas penalidades, diante de Ypiranga e Araripina. Só não é o artilheiro isolado do Estadual por causa do aproveitamento de 50% nas cobranças até o momento.
Pelo visto, o meia Weslley está se saindo melhor com a bola rolanda.
A 5ª rodada do Estadual teve apenas duas penalidades. O América também perdeu…
Pênaltis a favor (13)
4 pênaltis – Santa Cruz
2 pênaltis – Serra Talhada, Porto e Petrolina
1 pênalti – Central, Náutico e América
Nenhum pênalti – Sport, Ypiranga, Belo Jardim, Salgueiro e Araripina
Pênaltis cometidos
3 pênaltis – Araripina e Belo Jardim
2 pênaltis – Ypiranga
1 pênalti – Salgueiro, Petrolina, Santa Cruz, Central e Serra Talhada
Nenhum pênalti – Sport, Náutico, Porto e América
Observações
Porto perdeu 1 pênalti
Serra Talhada desperdiçou 1 pênalti
Ypiranga defendeu 2 cobranças
Central defendeu 1 cobrança
Santa Cruz perdeu 2 pênaltis
Araripina defendeu 1 pênalti
Belo Jardim defendeu 1 pênalti
América perdeu 1 pênalti
Cartões vermelhos (só para os grandes)
1º) Santa Cruz – 3 adversários expulsos; 1 jogador recebeu o vermelho
2º) Sport – 2 adversários expulsos; 2 jogadore receberam o vermelho
3º) Náutico – 1 adversário expulso; 1 jogador expulso
Sem dúvida alguma, o grande destaque da 5ª rodada do #PE2012 foi o altíssimo número de gols, animando o futebol local. Sete deles foram marcados em um clássico, diga-se. Foram nada menos de 23 tentos nos seis jogos. Média de quase quatro.
Para ser mais exato, a média na rodada foi de 3,83. Ajudou bastante a melhorar o índice geral, com 86 gols em 30 partidas. A média passou de 2,62 para 2,86.
Hoje, as semifinais seriam Salgueiro x Santa Cruz e Náutico e Sport.
Correndo por fora, Joelson, do Porto, assumiu a artilharia. Chegou a 4 gols e deixou para trás Weslley (Santa), Júnior Mineiro (Serra) e Vanderlei (Bode).
Araripina 2 x 0 Santa Cruz – A estreia de Bala foi marcada por muita reclamação e pouco futebol. O Bode abriu o placar no comecinho e só usou contra-ataques.
Sport 4 x 3 Náutico – O Leão parecia caminhar para uma goleada histórica, mas o Timbu reagiu num clássico movimentadíssimo. Mesmo assim, deu Sport.
Serra Talhada 1 x 2 Salgueiro – Duelo entre duas cidades sertanejas com muita rivalidade. O Carcará chegou à 4ª vitória seguida e assumiu a liderança. Neco?
Central 1 x 1 Petrolina – Mais um tropeço na conta do Central, que vai decepcionando na competição. Petrolina segue no rastro do G4, de forma competitiva.
Ypiranga 1 x 4 Porto – A goleada foi construída ainda no 1º tempo. Aos 18 do 2º, Jefferson Renan completou a boa apresentação do inconstante tricolor de Caruaru.
América 1 x 3 Belo Jardim – No duelo dos lanternas verdes, o Calango conseguiu a sua primeira vitória, de virada. Mequinha ainda perdeu um pênalti. Efeito Larisssa?
Duelo de invictos na Ilha do Retiro com os centenários Sport e Náutico.
Primeiro jogo do ano no estado com dois times de Série A. Clássico revigorado.
O confronto ficará eternizado pela Fifa no filme oficial do Recife para a Copa (veja aqui).
Com apenas 2 minutos o meia Marcelinho acertou o travessão. Foi um recado das emoções que seriam registradas neste domingo, em um alucinante Sport 4 x 3 Náutico.
Aos 6, o primeiro gol rubro-negro. Após corte mal feito da zaga timbu, o atacante Roberson, livre na marca do pênalti, encheu o pé e estufou as redes.
Aos 12, Diogo cruzou da direita. A bola cruzou toda a área, lotada, mas apenas o zagueiro Willian Rocha subiu na jogada. Cabeceou bem. Era o segundo gol…
O resultado deixou a equipe alvirrubra atônita, perdida em campo. O sistema de marcação, tão elogiada até então, não acompanhava o ritmo do rival.
Aos 13, o início de uma possível goleada. Tentando reduzir o placar a todo custo, o Náutico cedeu espaços e Marcelinho Paraíba armou um contragolpe letal.
O camisa 10 avançou até a meta de Gideão. Não foi fominha e tocou a bola, levemente, para Roberson empurrar para o gol vazio, 3 x 0.
Em 13 minutos, um time que passou 360 minutos sem levar um gol já havia sido vazado três vezes. A definição do placar só não aconteceu porque, afinal, era um clássico.
Apesar do golpe, o Náutico se reorganizou e passou a cadenciar, “chamando” a falta. Conseguiu algumas oportunidades na entrada da área, sempre com Souza, afiado.
Em uma delas, aos 28, o volante marcou um golaço. De fato, após a arrancada, o Sport diminuiu o ímpeto na partida, baseado na ótima vantagem construída.
Era nítido o interesse em articular mais contra-ataques. Obviamente, o Náutico passou a ter a posse de bola, com 61% nos 90 minutos. Só não reverteu em sucesso.
O dia era mesmo do Sport, com um ótimo aproveitamento nas finalizações. Aos 15 da etapa final, Marcelinho cobrou escanteio pela direita e Tobi bateu de primeira.
Era o 4º gol rubro-negro, a senha para parte da torcida timbu deixar a Ilha.
Não viram os gols de Jefferson (golaço), aos 29, e Lenon, aos 41. Tampouco a festa do Sport, agora o único invicto. Se não viram, aguardem o documentário da Fifa. Estará lá.