Sônia Calado, professora da Faculdade dos Guararapes (FG). - Foto: Teresa Maia/DP/D.A.Press

Sônia Calado, professora da Faculdade dos Guararapes (FG). – Foto: Teresa Maia/DP/D.A.Press

Hora das oportunidades

Agentes públicos e privados voltam esforços para geração de vagas. O empreendedorismo aparece como opção ao desemprego

A professora da Faculdade dos Guararapes (FG), Sônia Calado, doutora em comportamento organizacional, aponta que a hora é de arregaçar as mangas. “A crise não pode parar ninguém, porque vem a pós-crise e as pessoas devem se preparar para as oportunidades.” Ela recomenda que os profissionais que perderam o emprego devem ter o olhar focado no longo prazo. Para Sônia, em tempos de crise surgem mercados novos, áreas de economia criativa e de inovação que podem gerar postos de trabalho. “Não acredito em falta de trabalho para quem é competente.” Ela lança um desafio: “Quem sabe não é hora de voltar para os bancos da escola?.”

A economista do SPC Brasil, Marcela Kawauti, avalia que o mercado de trabalho será mais difícil no futuro. Principalmente para os jovens que perderam o emprego no rastro da crise econômica e terão mais dificuldade de conseguir uma nova ocupação. A especialista sugere que as pessoas demitidas aproveitem o dinheiro da indenização para investir em capacitação ou se inscrever em programas gratuitos. “Existem os cursos pela internet, além dos programas de capacitação do Sistema S e de empreendedorismo no Sebrae.” Marcela aponta as áreas ligadas à economia (educação financeira, investimentos, consultorias em grandes fortunas) entre os ramos de atividades do pós-crise.

Especialista em recrutamento profissional, Roberto Picino, gerente do escritório da consultoria Michael Page no Nordeste, destaca que existe um mercado potencial na área de logística e distribuição, que está sendo explorado pelas empresas. Ele cita novos investimentos que estão se instalando na região, além de empresas que se reposicionam na crise, enxugam alguns cargos, mas abrem outras funções. As áreas ligadas à tecnologia da informação, financeira, tributária e de controladoria são apontadas pelo CEO da Michael Page como as apostas para o futuro pós-crise.

O negócio próprio pode ser o caminho para as pessoas que perderam o emprego dar a volta por cima. O analista do Sebrae-PE, Vítor Abreu, confirma que aumentou a busca de orientação e a demanda por palestras sobre o empreendedorismo. “O profissional que é demitido tem dois caminhos: a recolocação no mercado, o que é mais difícil, ou empreender, que é mais acessível. Pode ser a melhor alternativa para quem tem o perfil de empreendedor.” Segundo Abreu, 56% das pessoas que buscam o empreendedorismo miram nas oportunidades e 44% são levados pela necessidade de ter uma fonte de renda. Alimentos, estética e bem-estar são as áreas mais procuradas para os novos negócios.

 

Marcela Kawauti

Marcela Kawauti

economista do SPC Brasil

“Existem os cursos pela internet, além dos programas de capacitação do Sistema S e de empreendedorismo no Sebrae”

Áreas ligadas à TI, finanças, tributos e de controladoria são apontadas como apostas para o pós-crise

Empregos em 2015

Fonte: Fonte: Caged/MTE e Setempeq