O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) deu início, no último dia 11, à distribuição das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020. Em cerimônia que ocorreu no 4º Batalhão de Infantaria Leve (4º BIL) do Exército Brasileiro, em Osasco (SP), Inep, Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (Correios) e Exército assinaram a Ordem de Serviço Conjunta nº 1, de 11 de dezembro de 2020, que autoriza a expedição de 11,4 milhões de provas para todos os estados brasileiros e o Distrito Federal.

A partir de agora, serão feitas 41 viagens aéreas e 157 terrestres, ao todo, para entrega dos 70 mil malotes que estavam acondicionados sob a segurança do 4º BIL do Exército. As provas serão transportadas pelos Correios a todas as unidades da Federação, com escoltas das polícias militares e da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Ao serem entregues nos locais de destino, os malotes serão armazenados nos Batalhões do Exército Brasileiro e mantidos em segurança até os dias de aplicação.

A operação contará com 226 carretas e caminhões. O primeiro caminhão deu partida, ainda nesta sexta-feira, 11 de dezembro. O veículo foi lacrado pelo presidente do Inep, Alexandre Lopes, e seguiu do 4º BIL do Exército para o Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, com escoltas da Polícia Militar do estado e da PRF. Neste sábado, 12 de dezembro, o primeiro avião decola rumo ao Amapá, Ceará, Maranhão e Pará. No domingo, 13 de dezembro, os voos serão para os estados de Alagoas, Acre, Maranhão e Roraima. A última viagem aérea está prevista para 10 de janeiro de 2021. Já o último caminhão segue para o destino no dia 7 do mesmo mês.

Alexandre Lopes chamou a atenção para a complexidade das ações. “São 11 milhões de provas transportadas. Fazer com que todas cheguem nos municípios, no horário e no prazo certo para o dia da prova, é um grande desafio. A responsabilidade do Inep é mostrar que estamos fazendo um trabalho para garantir a segurança na execução da prova. Temos o trabalho do Exército Brasileiro, garantindo mais segurança. A Polícia Federal trabalha ao longo do ano evitando as fraudes, por meio de inteligência. As polícias militares e a Polícia Rodoviária Federal também auxiliam na escolta. O engajamento de todos os estados e dos governadores acontece para que a logística saia conforme o planejado. O trabalho da gráfica com a impressão das provas garante segurança para que não ocorram vazamentos. Nota-se a seriedade e a responsabilidade de todos que trabalham com o Enem”, disse. “Quem está de fora não tem noção do trabalho que é o exame. Vamos fazer também o Enem Digital, que será muito importante no incentivo ao uso das plataformas tecnológicas. Será um ano de grande expectativa e de novos desafios”, complementou.

A Ordem de Serviço Conjunta para a expedição das provas foi assinada pelo presidente do Inep, pelo diretor de Gestão e Planejamento da autarquia, Murillo Gameiro, pelo diretor dos Correios, Carlos Henrique de Luca Ribeiro, e pelo comandante do 4º BIL do Exército, coronel Leandro Acosta. Após oficializar a descentralização dos malotes, os presentes visitaram o galpão do 4º BIL, onde as provas estão armazenadas e de onde sairão para as unidades da Federação.

Murillo Gameiro reforçou a importância de realizar o exame, mesmo diante das dificuldades impostas pela pandemia da Covid-19. “É uma responsabilidade muito grande e podemos ver que todos estão comprometidos. Infelizmente, neste ano não podemos fazer as capacitações presenciais devido à pandemia, mas é um orgulho muito grande poder fazer parte deste processo. A aplicação do Enem Digital ocorrerá logo após o Enem impresso e também mudará a vida de muita gente. São muitas famílias envolvidas com o exame e sabemos dessa importância”, afirmou.

O coordenador-geral de Gestão e Monitoramento do Inep, Hélio Junio Rocha Morais, destacou o impacto do trabalho dos profissionais envolvidos na ponta, ao mencionar a importância do exame para a trajetória educacional dos participantes. “Para nós, que atuamos na preparação do exame, a palavra que melhor define o Enem é ‘cooperação’. Foi o que vimos, em nossas equipes, durante todo o ano de 2020, para tornar possível a aplicação das provas, em meio às adversidades que vivenciamos. Contudo, para os participantes do exame, a palavra que define o Enem é ‘oportunidade’. Oportunidade de seguir adiante no seu percurso acadêmico e transformar a sua realidade”, disse.

Segurança – O tema da segurança voltou a ser destacado pelo comandante do 4º BIL, coronel Leandro Acosta. O militar reforçou, também, a importância das ações estratégicas para a realização do exame. “O Enem, sem o contexto da pandemia, já é um desafio que muitos países do mundo não têm a capacidade de entender. Compreendemos que essa iniciativa se reflete na área da defesa do país. Precisamos de brasileiros capacitados e motivados. É um capítulo importante na história dos jovens que vão passar por este desafio que é a prova do Enem”, afirmou. “Todos aqui têm um papel importante nessa missão, que talvez seja uma das operações de maior envergadura que realizamos”, acrescentou o tenente coronel Joaquim Keida Mendonça, do Comando de Policiamento de Área Metropolitana de São Paulo, responsável por escoltas dos malotes de prova.

O Ministério da Justiça e Segurança Pública irá monitorar todas as ações de segurança, desde a escolta até o policiamento, além de contribuir para a resolução de problemas que, porventura, possam surgir. “Temos a vocação de promover a integração dos órgãos de segurança pública do Brasil e de buscar, por meio dos grandes eventos e operações, a realização dessa integração”, disse o representante da Secretaria de Operações Integradas da pasta ministerial, coronel Henrique de Souza Lima Júnior. O coordenador de Planejamento Operacional da secretaria, tenente coronel Bruno Rezende, apresentou o plano estratégico de segurança para o exame. A atuação da Polícia Federal (PF) também foi esclarecida pelo representante da Divisão de Repressão aos Crimes Fazendários da Polícia Federal da corporação, Fernando Casarin.

Grande operação – O evento de descentralização das provas contou, ainda, com um ciclo de palestras temáticas sobre o Enem 2020. Durante as apresentações, representantes das instituições envolvidas detalharam as atividades que desenvolvem para a realização do exame. Murillo Gameiro esclareceu questões relacionadas à aplicação, no contexto da crise sanitária do coronavírus. Welinton Martins, gerente da Gráfica Plural, responsável pela impressão das provas, falou sobre a produção das avaliações e dos materiais administrativos do exame. De acordo com o diretor da gráfica, Carlos Roberto Jacomini, a complexidade do aparato de produção contribuiu para “garantir um trabalho de qualidade, controle, entrosamento, com todos atores envolvidos, mesmo diante do desafio e das restrições impostas pela Covid-19”, disse.

O representante do consórcio aplicador, formado pelas fundações Cesgranrio e Getúlio Vargas, Gabriel Coelho, e o diretor dos Correios, Carlos Henrique de Luca Ribeiro, deram detalhes sobre a logística de aplicação e de distribuição das provas, respectivamente. “A gente tem certeza que temos trabalhado muito bem e que vamos ter um Enem de grande qualidade. Acreditamos que vamos conseguir isso”, afirmou Álvaro Henrique de Freitas, superintendente da Fundação Cesgranrio. “Agradecemos a parceria de todos que trabalharam, de alguma forma, na operação. Vamos trabalhar para que o Enem ocorra da melhor forma possível”, complementou o diretor dos Correios, Carlos Henrique de Luca Ribeiro.

Enem – Realizado anualmente pelo Inep desde 1998, o Exame Nacional do Ensino Médio avalia o desempenho escolar ao final da educação básica. A estrutura do exame conta com uma redação e 45 questões em cada prova das quatro áreas de conhecimento: linguagens, códigos e suas tecnologias; ciências humanas e suas tecnologias; ciências da natureza e suas tecnologias; e matemática e suas tecnologias. As provas da edição 2020 do exame estão marcadas para os dias 17 e 24 de janeiro de 2021 (versão impressa); e 31 de janeiro e 7 de fevereiro de 2021 (versão digital).

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