Premier Arruda

James Young, britânico torcedor do Santa Cruz. Foto: Lucas Oliveira/Diario de Pernambuco

Principal campeonato nacional da temporada, a Premier League 2011/2012 começou neste fim de semana. Contratações milionárias, equipes fortíssitmas, expectativa.

Curiosamente, nesta semana, o blog entrevistou dois britânicos para o Diario de Pernambuco, mas sem uma relação direta com o futebol inglês e sim com o brasileiro.

E, sendo ainda mais específico, com o Santa Cruz…

James Armour Young, professor norte-irlandês, 39 anos, torcedor do Manchester City.

Simon Clements, procurador geral inglês, 52 anos, torcedor do Reading.

O primeiro é um ex-mochileiro, que em 2004 desembarcou no Brasil e não saiu mais. Morou em Belo Horizonte, João Pessoa e no Recife. Aqui, encontrou uma paixão surreal.

Viu o Santa Cruz ser rebaixado inúmeras vezes e fracassar na Série D. No embalo disso, passou a torcer pelo clube, viajando e escrevendo sobre o Tricolor em um blog.

“Foi difícil. Teve momentos em que eu parei para refletir, me questionar. O que estava fazendo ali, sofrendo tanto? Gastando R$ 300 e 40 horas de viagem em um ônibus para ver uma derrota como aquela em Sobral. Mas não desisti, não consegui. Sou torcedor mesmo e isso faz parte. Já sofri antes pelo Manchester City, mas não tanto assim”.

O segundo, uma das principais cabeças na organização da segurança londrina no esporte. Simon viu de perto as mudanças no futebol do país após a tragédia de Sheffield, em 1989, com 96 mortos em um estádio superlotado.

No Recife em um intercâmbio com o Juizado do Torcedor de Pernambuco, ele quis conhecer os três estádios. O último foi o Arruda, poucas horas antes do voo de volta.

Ao entrar, a primeira frase, já surpreso: “É quase do tamanho de Wembley”.

“Ver um clube como o Santa Cruz, com um estádio desse tamanho, na quarta divisão e com 40 mil pessoas nos jogos, só mostra o que o futebol é capaz de fazer. É único.”

Certa vez, Bill Shankly, ex-técnico do Liverpool, descreveu o futebol assim:

“O futebol não é uma questão de vida ou morte. É muito mais importante que isso.”

Simon Clements, procurador geral da Coroa Britânica. Foto: Cecília Sá/Diario de Pernambuco

Gilberto Gil e a improvável torcida pelo Chelsea

Gilberto Gil no Teatro Guararapes, em Olinda, em 2011. Foto: Ivana Moura/divulgação

Não há engano algum no título. Gilberto Gil torce pelo Chelsea Football Club…

No auge da ditadura no Brasil, com o AI-5, os cantores baianos Gilberto Gil e Caetano Veloso foram acusados de atividades subversivas pelos militares.

Foram presos e, posteriormente, exilados do país. Após breve passagem em Paris, onde não se adaptaram, eles foram para Londres, na Inglaterra. Era 1969.

Casa simples na zona oeste da cidade, a algumas quadras do acanhado estádio Stamford Bridge. A cada fim de semana era a mesma situação, com um mar azul de torcedores, desembarcando na estação, em uma dezena de rotas de ônibus.

Se atualmente o Chelsea virou uma potência não só do país como da Europa, com os milhões de dólares despejados pelo russo Roman Abramovich, dono do clube, naquela época a torcida sofria bastante… Tinha apenas um título nacional, em 1955.

Mas bastou um lema para mudar tudo na vida de Gilberto Gil, então com 27 anos…

“Por cima ou por baixo, mas sempre de azul.”

Encantado pela simplicidade da mensagem, Gil passou a torcer pelo clube. O músico revelou a curiosa paixão no sábado, durante um show no Teatro Guararapes, em Olinda.

“Sempre via aquelas pessoas indo para o campo do Chelsea, perto de casa, sempre otimistas. Aquele azul foi algo importante. Tanto que hoje no Brasil eu sou Cruzeiro.”

Naquela primeira temporada em Londres, Gilberto Gil viu o Chelsea acabar em 5º lugar na liga. Uma boa campanha ajuda a fomentar qualquer paixão…

Não joga nem deixa jogar. E vai somando

Série B 2011: Grêmio Barueri 0x0 Náutico. Foto: Marcos Bezerra/Futura Press

Sem peças de reposição à altura, depois do desgaste do meia Eduardo Ramos do atacante Kieza no clássico, Waldemar Lemos não fez mistério algum.

O técnico fechou completamente o Náutico, sem nenhum pudor.

Escalou quatro volantes no meio-campo e viajou para São Paulo em busca do empate.

Contra o Grêmio Barueri, na tarde deste sábado, um jogo insosso.

Exatamente como o Timbu queria…

Como já ocorreu em outras oportunidades. Fato que não surpreendeu.

Não lembra, torcedor?

Pois este foi o 4º empate em 0 x 0 do Alvirrubro longe dos Aflitos nesta Série B.

Fechadinho, sem se expor, sem incomodar. Mas quase sempre pontuando…

Não joga e não deixa jogar. É claro que os dois times criaram algumas oportunidades. Elton, aos 44, quase marcou para o Alvirrubro. Nada do outro mundo.

No bojo, esses lances englobam a exceção à regra.

Não por acaso, o Timbu está garantido no G4 após 16 rodadas. Se falta um elenco de qualidade ao Náutico, sobra disposição para um time tão desacreditado há algum tempo.

A apatia na Ilha do Retiro assustou, mas o pontinho na Arena Barueri, logo em seguida, tranquilizou e manteve o grupo focado na meta de pelo menos 32 pontos no 1º turno.

É possível… No máximo, 36.

Série B 2011: Grêmio Barueri 0x0 Náutico. Foto: Marcos Bezerra/Futura Press

Voo com turbulência do Carcará

Série B 2011: Bragantino 5x3 Salgueiro. Foto: Fábio Eduardo (Bragantino)/divulgação

Turbulência.

Essa palavra se aplica bem ao contexto atual do Carcará, dentro e fora de campo. Após um início animador na Série B, o clube sertanejo só fez despencar na competição.

Começou a preencher a cartilha do rebaixamento. Só neste sábado foram dois episódios, com a demissão de Neco e a dispensa de Rosembrick, atleta mais renomado no elenco.

Na estreia do técnico Maurício Simões, então, mais turbulência… Um jogo maluco, para ser mais exato. Na média, um gol a cada 7 minutos e 30 segundos, num rimo alucinante.

No primeiro tempo foram seis tentos.

O time da casa abria vantagem e logo o visitante indigesto empatava. Bragantino e Salgueiro fizeram o improvável jogão da rodada, num deserto estádio no interior paulista.

Otacílio Neto aos 5, Élvis aos 15.
Lincom aos 29, Piauí aos 35.
Lincom aos 44, Fabrício Ceará aos 44.

No segundo tempo, “apenas” dois gols. Um do Bragantino… e o outro também.

Mudança no script. Bragantino 5 x 3. Obviamente, mais turbulência no Sertão…

Série B 2011: Bragantino 5x3 Salgueiro. Foto: Fábio Eduardo (Bragantino)/divulgação

Deram o bote dentro da jaula

Série B 2011: Sport 2x3 Portuguesa. Foto: Edvaldo Rodrigues/Diario de Pernambuco

Líder da Série B, a Portuguesa chegou com um cartel de respeito no Recife.

7 jogos como visitante, com 4 vitórias, 2 empates e apenas 1 derrota.

O elenco tem qualidade e o padrão de jogo é bem definido. Tocando bem a bola, a equipe busca reduzir a pressão dos mandantes, esfriando a partida, variando o jogo.

Depois, o bote. Foi exatamente o que aconteceu neste sábado, na Ilha do Retiro.

No caso, o Leão, até então invicto em sua jaula. Após a vitória no clássico, os rubro-negros tiveram uma prova de fogo para saber se havia chegado o momento de arrancar.

A torcida compareceu e a equipe treinada por Mazola mostrou o mesmo ímpeto diante do Náutico. No primeiro tempo foram pelo menos quatro ótimas oportunidades.

Por preciosismo, falta de pontaria ou mérito do goleiro, o time pernambucano não conseguiu balançar as redes. Apesar disso, desceu para o vestiário sob aplausos.

Mas, contra a melhor equipe da competição, isso seria venal…

De fato, a atuação não era ruim. Na etapa final, modificado, uma vez  que Paulista não vem rendendo, o Sport tentou impor o mesmo ritmo. A mesma tática, o mesmo discurso.

Não conseguiu. Aí, já era o momento da Lusa, como nas rodadas anteriores. A própria torcida parecia saber disso, tensa a cada falta marcada a favor do adversário.

Em uma dessas infrações, logo aos 12 minutos, o meia Marco Antônio acertou uma cobrança no ângulo direito de Magrão. O ídolo falhou no lance…

E o camisa 1 voltaria a falhar aos 24, quando espalmou mal um chute, bem na frente de Henrique, que só teve o trabalho de empurrar para as redes.

A chuvas já tomava conta, a torcida já deixava o estádio. O Sport até lutou, diminuindo o placar com Williams. Mas Edno, em cobrança de pênalti aos 39, fez o terceiro.

Na base do abafa, Maylson marcou mais um. Não evitou a primeira derrota rubro-negra na Ilha: 2 x 3. Assim, o Sport ainda não conseguiu encaixar uma série de vitórias.

Pior, agora o Leão, abatido, sai de sua jaula para duas rodadas na savana…

O mascote da Portuguesa? Curiosamente, também é um leão. Selvagem.

Série B 2011: Sport 2x3 Portuguesa. Foto: Edvaldo Rodrigues/Diario de Pernambuco

Fortalecendo a torcida das próximas décadas

Curumins corais no Arruda, com Thiago Mathias. Foto: Santa Cruz/divulgação

Com o título pernambucano de 2011, o Santa Cruz revitalizou a luta pela renovação de sua torcida. Foi uma conquista de peso, contra rivais que investiram bastante.

A diretoria do clube aproveitou a oportunidade para entregar a faixa de campeão a crianças de até 12 anos, a nova geração de fiéis tricolores, os curumins corais.

O evento simbólico teve o objetivo de fortalecer essa base de um futuro próximo, até então contaminada por sucessivos fiascos no Arruda. Na estreia, 167 crianças.

O presidente coral, Antônio Luiz Neto, chegou a gravar um vídeo para o site oficial sobre a iniciativa realizada neste sábado, com a presença dos jogadores campeões.

Ação simples e eficaz.

Como curiosidade, a presença do lateral-esquerdo Dutra, agora coral, mas que no Estadual defendeu as cores do Sport, justamente o rival vencido na decisão…

Dutra e Igor.

Para evitar a zorra pernambucana em 2012

Em 2011, o Campeonato Pernambucano da primeira divisão viveu uma das melhores edições de sua história, apesar da polêmica do tapetão e do calendário apertado…

A média de público da competição foi de 8.548 pessoas, a maior do país. Na final, um público de 62 mil torcedores, o maior do ano até aqui.

Paralelamente a isso, a segunda divisão desta mesma temporada vai sendo um fiasco, com a participação de apenas oito clubes na briga por duas vagas na elite de 2012.

Um caminhão de times foi excluído do torneio devido à problemas na inscrição de atletas, regularização de estádios etc. Então, a diretoria da FPF emitiu uma resolução com normais para a inscrição de clubes. Algo que já deveria existir faz tempo…

Entre as medidas, a obrigação de permanecer no município por um período (interessante) e a punição de dois anos caso dispute apenas uma edição do torneio.

Realidade paralela em Stuttgart

A CBF divulgou em seu site oficial um álbum de fotos sobre o amistoso em Stuttgart.

O jogo, é bom lembrar, foi vencido pela Alemanha por 3 x 2, na quarta-feira.

Foram sete fotos, bem escolhidas. As imagens estão no slide abaixo.

Difícil é achar que a Seleção foi derrotada após conferir as imagens…

A verdadeira Cidade da Copa. De 2014, 2015, 2016…

Projeto viário do Recife para 2014. Imagem: governo do estado/divulgação

Ao todo, o plano de mobilidade urbana no Grande Recife custará R$ 1,5 bilhão.

Dados do governo do estado.

Serão cerca de 100 quilômetros de corredores exclusivos, distribuídos em toda a área metropolitana. No projeto, uma novidade: quatro viadutos transversais sobre a Avenida Agamenon Magalhães, principal corredor da capital (saiba mais aqui).

Tudo isso visa reduzir o fluxo de veículos de uma frota gigantesca, que hoje quase não anda, sufocada. Segundo o Detran, são 978 mil veículos registrados na RMR.

Até o fim do ano, a marca de um milhão de carros será alcançada. E até 2014..?!

Melhor nem pensar…

Melhor dizendo, tem que pensar sim, pois a mobilidade urbanda é uma das principais exigências da Fifa na matriz de responsabilidades para o próximo Mundial de futebol.

Com engarrafamentos nas principais vias até fora dos horários de pico, só torcendo para o estado não fazer um papelão na Copa, no auge de sua publicidade internacional.

Mas, indo além do bilionário torneio, a cidade precisa voltar a respirar. A estrutura atual não comporta mais a circulação de uma massa de 3,7 milhões de habitantes.

No próprio Campeonato Pernambucano, em jogos na capital, ir e voltar de um estádio (Arruda, Aflitos ou Ilha do Retiro) é um desafio, seja em carros particulares ou através do transporte público. Há quem gaste horas apenas com o traslado para o campo.

Esse legado viário é vital para a população. Muito além da Copa do Mundo…

Segundona Classe A

Os ingleses costumam dizer que a segunda divisão do país é a melhor do mundo.

Clubes organizados, ricos e com estádios de primeira… Cara de elite.

De fato, a estrutura é sensacional. Confira no vídeo abaixo os estádios (arenas) dos 24 clubes que vão participar da temporada 2011/2012 da Segundona da Inglaterra.

E haja tradição. A primeira edição foi em 1893! O hoje milionário Manchester City é o maior vencedor, com 7 troféus. Veja a lista de campeões aqui.

Na última temporada, a média de público do torneio por pontos corridos foi de 17.369 pessoas, com direito à transmissão internacional dos jogos pela TV.

Em 2010, a média da Série A do Campeonato Brasileiro foi de 14.800…