Careca, a única mudança após a final. Decisivo na primeira vitória na segundona

Série B 2014, 2ª rodada: Náutico 2x0 Vila Nova. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press

O atacante Rodrigo Careca, de 31 anos, foi a única novidade no time do Náutico em seu primeiro jogo como mandante na Série B, contra o Vila Nova.

Sim, na Arena Pernambuco, o mesmo palco do vice-campeonato na última quarta. O baque moral foi inegável, mas o Alvirrubro precisava se conscientizar o quanto antes de que houve todo o esforço possível na decisão.

Apesar disso, em vez de 30 mil, foram apenas 3 mil pessoas presentes na arquibancada nesta tarde. Quem foi, saiu satisfeito.

A primeira vitória alvirrubra na Segundona, por 2 x 0, foi construída com dois gols de Careca, um em cada tempo. Mérito para Lisca, que segue se desdobrando para encontrar alguém com faro de gol no elenco atual.

Uma cabeçada no primeiro tempo, após escorada de Elicarlos, e um chute seco, de pé esquerdo, no segundo. Os gols do atacante paulista, que ganhou a titularidade no lugar do improdutivo Marcelinho, deram um alento ao Timbu.

Essa foi a grande carência do time no campeonato estadual. Algo que precisa ser revertido no Brasileiro, como foi em 2006 com Felipe e 2011 com Kieza.

Série B 2014, 2ª rodada: Náutico 2x0 Vila Nova. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press

A conta de empréstimos da FPF aos 46 clubes filiados, em atividade ou não

Os clubes que devem dinheiro à FPF, segundo o balanço de 2013

No balanço financeiro da Federação Pernambucana de Futebol é possível conferir os empréstimos concedidos pela entidade aos seus clubes filiados, muitos deles sem atividade há anos, como Manchete e Intercontinental.

Em 2011 a dívida das equipes junto à entidade havia sido de R$ 1.140.592. Em 2012, o valor caiu para R$ 736.205. Agora, nos dados de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2013, saltou para R$ 2.101.088…

Chama a atenção no levantamento o aumento de 185% no saldo negativo dos times – ou “adiantamento de receitas” – em apenas um ano, mesmo com o uso do Todos com a Nota.

Eis a descrição oficial no documento da FPF: “Refere-se a empréstimos concedidos a clubes filiados da federação. Algumas operações que envolvem adiantamentos a clubes filiados são atualizadas monetariamente. Esses valores não possuem prazos de vencimentos definidos”.

Das 46 agremiações listadas, apenas sete não apresentaram antecipações de cotas no ano passado através da federação sediada na Boa Vista – Cabense, Serrano, Ferroviário de Serra Talhada, Petrolina, Ferroviário, Belo Jardim e Ipojuca.

As dívidas dos grandes clubes do estado:

Náutico – R$ 532.104 (a maior da lista)
Santa Cruz – R$ 71.731
Sport – R$ 3.565

Entre os valores, destaque para a dívida do Boa Vista, de R$ 160…

As projeções milionárias dos elencos de Sport, Náutico e Santa no Brasileiro

Valor de mercado da Série A do Campeonato Brasileiro de 2014. Crédito: Pluri Consultoria

Os direitos econômicos de todos os jogadores dos quarenta clubes envolvidos nas Séries A e B desta temporada, incluindo Sport, Náutico e Santa Cruz, estão avaliados em R$ 2,616 bilhões.

Os elencos da segunda divisão correspondem a 33,74% dos grupos da elite nacional. Considerando somente o Brasileirão, o campeonato é o 10º mais valorizado entre todas as ligas nacionais do futebol.

Após o pico em 2012, o valor de mercado do nacional caiu pela segunda vez consecutiva, num quadro produzido desde 2008.

Valor de mercado da Série A do Campeonato Brasileiro de 2008 a 2014. Crédito: Pluri Consultoria

Somados, os três grandes clubes pernambucanos chegam a R$ 137,6 milhões. Considerando todas as equipes, confira as colocações dos times locais..

15º) Sport – R$ 63,6 milhões (+25%)
27º) Náutico – R$ 39,6 milhões (-19%)
31º) Santa Cruz – R$ 34,4 milhões (+1%)

O Leão teve a terceira maior valorização do ano na primeira divisão, atrás de Chapecoense e Bahia. Na segunda, o Timbu teve a terceira maior queda.

As projeções foram feitas pela Pluri Consultoria (veja aqui).

Valor de mercado da Série B do Campeonato Brasileiro de 2014. Crédito: Pluri Consultoria

O Leão campeão e o Leão do imposto de renda

Charge do Diario de Pernambuco no dia 25/04/2014. Arte: Jarbas Domingos/DP/D.A Press

Enquanto o leão rubro-negro ainda comemora a conquista do 40º título estadual, outro leão chega de mansinho, sem perdoar ninguém.

Nem alvirrubros, nem tricolores e nem mesmo os rubro-negros…

Trata-se do leão do imposto de renda, implacável, como mostra a charge de Jarbas Domingos, publicada no Diario de Pernambuco.

Aproveitando a deixa, vale o lembrete a todos os torcedores do estado que ainda precisam declarar a renda em 2014. O prazo do IR vai até 30 de abril.

Futebol estadual dividido por 22 títulos amadores e 78 títulos profissionais

Campeões pernambucanos no amadorismo (1915/1936) e profissionalismo (1937/2014). Crédito: Pedrom/DP/D.A Press

O Campeonato Pernambucano chegou a um século de história.

Hoje, trata-se de uma competição com investidores, transmissão na televisão, premiação e milhares de torcedores envolvidos. Em 1915, a  disputa era puramente amadora, com curiosos próximos aos campos.

Como em todo o país, a profissionalização do futebol foi lenta. Antes, alguns jogadores até pagavam para jogar, como mensalidades de 10 mil réis.

Foi assim até 1937, quando a Federação Pernambucana de Desportos (FPD), atual FPF, registrou o primeiro contrato profissional de um atleta no estado. O clube pioneiro foi o Central de Caruaru, que firmou um acordo com o Atlético Mineiro para trazer o zagueiro central Zago, visando o Estadual.

Aquele ato marcou o nosso futebol, que já vivia um amadorismo camuflado, pois vários atletas atuavam em troca de empregos em empresas no Recife. Clubes como Sport, América e Tramways já haviam flertado com o profissionalismo.

Apenas como curiosidade, vamos à divisão de campeões nas duas vertentes, amadora e profissional. Entre parênteses, o último título.

Confira um gráfico com as diferenças nas duas eras, tanto no esporte quanto no próprio Recife, clicando aqui.

Campeonato Pernambucano, 1915/2014 (100 edições)
40 – Sport (2014)
27 – Santa Cruz (2013)
21 – Náutico (2004)
6 – América (1944)
3 – Torre (1930)
2 – Tramways (1937)
1 – Flamengo (1915)

Era Amadora, 1915/1936 (22 edições)
7 – Sport (1928)
5 – América (1927)
4 – Santa Cruz (1935)
3 – Torre (1930)
1 – Flamengo (1915), 1 – Náutico (1934), 1 – Tramways (1936)

Era Profissional, 1937/2014 (78 edições)
33 – Sport (2014)
23 – Santa Cruz (2013)
20 – Náutico (2004)
1 – Tramways (1937), 1 – América (1944)

O segundo maior jejum da história timbu

Pernambucano 2014, final: Náutico 0x1 Sport. Foto: Edvaldo Rodrigues/DP/D.A Press

O Náutico de Lisca lutou o quanto pôde, com suas limitações técnicas e falta de dinheiro. O vice-campeonato estadual foi a melhor campanha nos últimos quatro anos. Porém, o revés transformou o jejum atual no segundo maior do clube.

Campeão em 1989, o Timbu só voltaria a erguer a taça em 2001. Portanto, de 1990 a 2000 foram onze campanhas sem conquistas, no maior período de seca.

No maior hiato entre os grandes clubes do estado, o Sport ficou sem vencer o Pernambucano no período que marcou a maior série de triunfos do Náutico, o hexa, e do Santa Cruz, o penta. Contudo, no intervalo de troféus locais, o Leão ainda conquistou o Torneio Norte-Nordeste de 1968.

O levantamento do blog considera o intervalo entre títulos estaduais. A explicação é necessária pois o Tricolor disputou o Pernambucano de 1915 a 1930 sem ganhar uma edição, assim como o Alvirrubro entre 1916 a 1933.

Sport (1962/1975) – 12 anos
Sport ( 1928/1938) – 9 anos

Náutico (1989/2001) – 11 anos
Náutico (2004 / presente) – 10 anos
Náutico (1974/1984) – 9 anos

Santa Cruz (1947/1957) – 9 anos
Santa Cruz (1959/1969) – 9 anos
Santa Cruz (1995/2005) – 9 anos

Jejuns dos demais clubes campeões pernambucanos:

América (1944 / presente) – 70 anos
América (1927/1944) – 16 anos

Torre (3 títulos), Tramways (2) e Flamengo do Recife (1) estão extintos.

FPF embolsa R$ 751 mil no Estadual, com o “maior público do país”

Evandro Carvalho entrega a Magrão a medalha de campeão pernambucano de 2014. Foto: Imprensa FPF/Flickr

“Dever cumprido. Chegamos ao final de um campeonato num ano complicado de calendário. Graças a Deus, tudo bem, com a maior média de público do Brasil. Um sucesso.”

A declaração às rádios do presidente da FPF, Evandro Carvalho, foi dada durante a entrega do troféu e das medalhas de campeão do 100º Estadual, no gramado da arena.

Ali, o dirigente já sabia que a final havia registrado 30.061 torcedores, sendo a única partida com mais de trinta mil pessoas entre todos os 140 jogos realizados na emblemática competição local.

O mandatário da federação também tinha consciência da média de 6.318 pessoas por jogo, num dado que, francamente, não pode ser levado a sério nesta temporada, tamanha a quantidade de denúncias de públicos fantasmas no interior.

Apesar disso, aconteceu o esperado sobre os números nas arquibancadas.

Evandro promoveu o público fictício da competição, oficialmente o maior entre os estaduais de 2014, mesmo com o número local sendo o segundo mais baixo desde 2009. Vale destacar que, independentemente do público presente no campo, a FPF tem direito a 8% dos ingressos registrados no borderô.

Ao todo, o Campeonato Pernambucano gerou uma arrecadação de R$ 9.391.936. A federação embolsou R$ 751.354. Realmente, foi um sucesso.

Médias de público do Campeonato Pernambucano de 1990 a 2014

Leão campeão no campo e nas arquibancadas

Pernambucano 2014: Sport 1x0 Santa Cruz, Santa Cruz 0x0 Náutico e Náutico 0x1 Sport. Fotos: Daniel Leal, Celso Ishigami e Rafael Brasileiro, todos do DP/D.A Press

Nas imagens, os maiores públicos de cada grande clube um como mandante no campeonato estadual de 2014: Sport 1 x 0 Santa Cruz (26.173), Santa Cruz 0 x 0 Náutico (28.712) e Náutico 0 x 1 Sport (30.061).

Os dados são econômicos, caso comparados ao histórico recente. Apesar do dado mais baixo entre os três maiores públicos, o Sport venceu o “campeonato das multidões”, desbancando o Santa Cruz, após cinco anos seguidos com os corais à frente. Campeão no campo e nas catracas. O Rubro-negro manteve a regularidade, com quase 17 mil pessoas por jogo na Ilha.

Somente a finalíssima ultrapassou a marca de trinta mil torcedores. No geral, uma média de 6.318 torcedores em 140 jogos, somando uma infinidade de fantasmas nos jogos disputados no interior, com o uso questionável do TCN.

As médias de público de Náutico, Santa Cruz e Sport no Estadual de 2005 a 2014

Curiosamente, o maior público absoluto da competição foi do Salgueiro, com 119 mil torcedores. Porém, foram necessárias 15 partidas no Cornélio de Barros para estabelecer a marca. O Sport levou 118 mil pessoas à Ilha em 7 jogos.

Abaixo, confira os dados finais da competição, separados pela fase principal e com o torneio completo.

1º) Sport (7 jogos como mandante)
Total: 118.823
Média: 16.974
Taxa de ocupação: 51,46%
Contra intermediários (3) – T: 36.030 / M: 12.010

2º) Santa Cruz (7 jogos como mandante)
Total: 109.983
Média: 15.711
Taxa de ocupação: 26,16%
Contra intermediários (4) – T: 39.416 / M: 9.854

3º) Náutico (7 jogos como mandante)
Total: 87.766
Média: 12.538
Taxa de ocupação: 27,13%
Contra intermediários (4) – T: 33.238 / M: 8.309

4º) Salgueiro (15 jogos como mandante)
Total: 119.607
Média: 7.973
Taxa de ocupação: 80,40%

5º) Central (13 jogos como mandante)
Total: 98.691
Média: 7.591
Taxa de ocupação: 38,97%

6º) Porto (13 jogos como mandante)
Total: 74.682
Média: 5.744
Taxa de ocupação: 29,49%

Capacidade oficial dos estádios: Arruda (60.044), Arena Pernambuco (46.214), Ilha do Retiro (32.983), Lacerdão (19.478) e Cornélio de Barros (9.916).

Geral – 140 jogos (1ª fase, hexagonal do título e hexagonal da permanência)
Público total: 884.611
Média: 6.318 pessoas
TCN: 685.555 (77,49% da torcida)
Média: 4.896 bilhetes
Arrecadação total: R$ 9.391.936
Média: R$ 67.085

Fase principal – 38 jogos (hexagonal do título e mata-mata)
Público total: 450.655
Média: 11.859 pessoas
TCN: 267.284 (59,31% da torcida)
Média: 7.033 bilhetes
Arrecadação total: R$ 6.796.030
Média: R$ 178.842

Confira todas as médias desde 1990 clicando aqui.

A histórica foto do primeiro troféu estadual na Arena, erguido pelos rubro-negros

Pernambucano 2014, final: Náutico 0x1 Sport. Foto: Rafael Brasileiro/DP/D.A Press

A cena já faz parte da história do Sport, tradicional até.

Primeiro, Durval recebe o troféu das mãos do organizador da competição.

Em seguida, os demais rubro-negros se aproximam, com o capitão ao centro.

Com todo mundo reunido, a taça erguida pelo xerife em mais um título do Leão.

Este foi o 5º título pernambucano do zagueiro em 5 campeonatos estaduais com a camisa rubro-negra. Aproveitamento absoluto.

Nesta quarta, a conquista, num palco armado pelo patrocinador do Estadual no centro do campo da Arena Pernambuco, mereceu até camisa especial, preparada pelo clube na véspera…

Camisa preta e letras amarelas: “O campeão voltou. 40 títulos pernambucanos.”

O gol de Durval, o gol do 40º título pernambucano, o gol da 1ª taça na Arena

Pernambucano 2014, final: Náutico 0x1 Sport. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A.Press

O Campeonato Pernambucano de futebol começou em 1915.

A partir disso, eis o domínio o Sport desde a edição pioneira.

10º título – 1942 (27 anos depois)
20º título – 1975 (33 anos depois)
30º título – 1997 (22 anos depois)
40º título – 2014 (17 anos depois)

Nunca o Rubro-negro havia precisado de tão pouco tempo para mudar de patamar em relação às conquistas estaduais.

Nesta sequência, metade dos triunfos tiveram a presença do experiente zagueiro Durval, essencial nesta sua segunda passagem na Ilha do Retiro.

Com o 40º título pernambucano, o Leão entrou num grupo seleto entre os maiores campeões estaduais do país. Apenas outros oito times já alcançaram a marca.

A nova conquista, é verdade, até demorou a sair, devido aos vice-campeonatos na temporadas anteriores. Contudo, o clube retomou o gosto pelas vitórias, pela hegemonia no estado.

Aliás, não só em Pernambucano… O tri da Copa do Nordeste que o diga.

Pernambucano 2014, final: Náutico 0x1 Sport. Foto: Edvaldo Rodrigues/DP/D.A Press

Dois troféus no mesmo mês, aumentando bastante galeria leonina.

Ao vencer a centésima edição do Campeonato Pernambucano, o Sport firmou também o seu nome como o primeiro campeão profissional da Arena Pernambuco.

O regional já tinha sido num Castelão repleto. Agora, diante de trinta mil pessoas em São Lourenço. Conquistas num intervalo de duas semanas.

Diante do Náutico, após a vitória há uma semana, na Ilha do Retiro, o time comandado por Eduardo Batista soube aproveitar muito bem a vantagem.

O Alvirrubro bem que tentou forçar no primeiro tempo. No segundo, com as mexidas e o melhor condicionamento físico do Leão, a final ganhou uma cara vermelha e preta.

O jogo já estava controlado pelos rubro-negros, quando veio a definição, a quinze minutos do fim. Começou na falta dura de Leonardo Luiz, expulso.

Na cobrança da falta, Ailton mandou com efeito e o capitão Durval desviou de cabeça, de costas para a trave. Bola na rede, 1 x 0, no primeiro gol do xerife na temporada.

O gol que valeu a 100º Campeonato Pernambucano, o 1º na Arena Pernambuco.

Pernambucano 2014, final: Náutico 0x1 Sport. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A.Press