O sorteio do árbitro para o primeiro jogo da final do campeonato estadual de 2014 aconteceu na sede da Federação Pernambucana de Futebol.
Como sempre, os representantes dos clubes envolvidos ficaram atentos ao globinho de bingo. E o nome sorteado foi… Wilton Pereira Sampaio.
Não reconhece o nome?
Pois é. Não faz parte do quadro da Comissão Estadual de Arbitragem, a Ceaf.
Ao contrário do que dizia o presidente da FPF, Evandro Carvalho (“o regulamento não permite árbitros de fora), a decisão terá um juiz à parte do quadro local.
A explicação vem das várias reclamações dos clubes aos juízes locais.
E o único “Árbitro Fifa” ligado ao estado, Sandro Meira Ricci, está em fase treinamento para a Copa do Mundo.
Porém, Wilton Sampaio também tem o emblema da Fifa. É o mais novo entre os dez brasileiros na entidade. E também o mais novo, 32 anos.
Ele entrou para o quadro internacional em 2013, na temporada seguinte ao prêmio de melhor árbitro do Brasileirão, no qual atuou 16 vezes.
Mas que fique claro… ele será pressionado pelos dirigentes das duas torcidas.
Com a decisão, a FPF deve sortear outro árbitro de fora para o segundo jogo?
Acima do escudo do Náutico, na camisa oficial, há o seguinte texto:
“Edição especial. Camisa Timbu 2014 autografada pelo torcedor Alvirrubro.”
Este é o uniforme que o Timbu utilizará na decisão do Estadual desta temporada.
A ideia de marketing, que partiu da própria torcida, consiste na presença do nome de 785 torcedores nas listras vermelhas. Para isso, cada torcedor pagou uma taxa de adesão de R$ 55 (saiba mais aqui).
O padrão continua sendo produzido pela marca Garra, até o anúncio da nova fornecedora do clube, após a quebra de contrato com a Penalty.
Até lá, duas decisões, na Ilha do Retiro e na Arena Pernambuco, com o autógrafo do próprio torcedor timbu na camisa especial…
O título estadual não era decidido em um Clássico dos Clássicos desde 2010.
Nos últimos vinte anos, aliás, a decisão de 2014 será apenas a segunda entre rivais do clássico centenário, o terceiro clássico mais antigo do país.
Ao todo foram 16 finais desde 1951, com vantagem rubro-negra. O time da Ilha do Retiro só conseguiu ultrapassar o clube dos Aflitos após do hexacampeonato timbu, em 1968, que foi também a última final vencida pelo Náutico. Até ali, o placar era 6 x 2 a favor do Náutico. Desde então, o Sport venceu oito finais seguidas no Clássico dos Clássicos, fazendo 10 x 6.
No centésimo Campeonato Pernambucano outro diferencial será a presença da Arena Pernambuco na finalíssima, algo inédito.
16/04 (22h) – Sport x Náutico (Ilha do Retiro)
23/04 (22h) – Náutico x Sport (Arena Pernambuco)
O regulamento, vale lembrar, é o mesmo das semifinais, desconsiderando o saldo de gols ou o gol qualificado, fora de casa. Vale apenas a soma de pontos. Em caso de igualdade (2 pontos, em dois empates, ou três pontos, com uma vitória para cada lado), pênaltis.
Confira o retrospecto dos três clássicos nas finais do campeonato estadual:
Clássico das Multidões (23)
Sport (12) – 1916, 1917, 1920, 1949, 1953, 1962, 1980, 1996, 1999, 2000, 2003 e 2006
Santa Cruz (11) – 1940, 1957, 1969, 1971, 1973, 1986, 1987, 1990, 2011, 2012 e 2013
Clássico dos Clássicos (16) Sport (10) – 1955, 1961, 1975, 1977, 1981, 1988, 1991, 1992, 1994 e 2010
Náutico (6) – 1951, 1954, 1963, 1965, 1966 e 1968
Clássico das Emoções (16)
Náutico (9) – 1934, 1960, 1974, 1984, 1985, 1989, 2001, 2002 e 2004
Santa Cruz (7) – 1946, 1959, 1970, 1976, 1983, 1993 e 1995
Ao todo, onze finais diferentes já decidiram o Pernambucano. Em 34 edições o campeão saiu de forma direta. Chegou a hora de escrever mais um capítulo…
Observação: As estatísticas contam somente as decisões entre os rivais. Em alguns anos o campeão e o vice disputaram o último jogo do campeonato, no “jogo do título”, mas em partidas de turno ou decisões de fase, sem ser uma final propriamente dita. Em 1964 e 1968, por exemplo, o Timbu foi campeão e o Leão vice, mas sem decisão. Em 2008 e 2009, o Rubro-negro foi o campeão e o Alvirrubro o vice, também sem a necessidade de uma final.
Inaugurada há quase um ano, a Arena Pernambuco receberá enfim uma grande final.
A primeira decisão profissional na história do milionário estádio em São Lourenço da Mata será emblemática, justamente na centésima edição do Campeonato Pernambucano.
Curiosamente, a primeira finalíssima da competição fora do Recife.
Com mando de campo do Náutico, dono da melhor campanha na primeira fase, o empreendimento, erguido ao custo de R$ 650 milhões, entrará em cena no último ato do Estadual.
Com isso, a Arena Pernambuco será o 10º estádio a receber uma volta olímpica local, somando finais e títulos diretos desde o pioneiro certame estadual, no distante ano de 1915. O último cenário inédito havia sido o Paulo Coelho, em Petrolina, em 2005.
Em relação ao palcos que abrigaram decisões, se tornará o 8º local.
Abaixo, as estatísticas de voltas olímpicas pernambucanas…
Ao centésimo campeão estadual, a primeira taça no estádio da Copa do Mundo.
Voltas olímpicas (99 campeonatos)
Ilha do Retiro (36)
Sport (21, com 58%) – 1942, 1943, 1948, 1956, 1958, 1961, 1962, 1981, 1988, 1991, 1992, 1994, 1996, 1998, 1999, 2000, 2003, 2006, 2007, 2008 e 2010
Santa Cruz (9, com 25%) – 1940, 1946, 1957, 1971, 1973, 1986, 1987, 2012 e 2013
Náutico (5, com 13%) – 1945, 1952, 1954, 1964 e 1965
América (1, com 2%) – 1944
Aflitos (19)
Náutico (8, com 42%) – 1950, 1951, 1960, 1963, 1966, 1967, 1968 e 1974
Sport (6, com 31%) – 1941, 1949, 1953, 1955, 1975 e 2009
Santa Cruz (5, com 26%) – 1947, 1959, 1969, 1972 e 1978
Arruda (17)
Santa Cruz (8, om 47%) – 1970, 1976, 1979, 1983, 1990, 1993, 1995 e 2011
Náutico (6, com 35%) – 1984, 1985, 1989, 2001, 2002 e 2004
Sport (3, com 17%) – 1977, 1980 e 1982
Jaqueira (13)
América (3, com 23%) – 1919, 1922 e 1927
Santa Cruz (3, com 23%) – 1931, 1933 e 1935
Sport (3, com 23%) – 1920, 1928 e 1938
Tramways (2, com 15%) – 1936 e 1937
Torre (1, com 7%) – 1929
Náutico (1, com 7%) – 1939
Avenida Malaquias (8)
Sport (3, com 37%) – 1923, 1924 e 1925
América (2, com 25%) – 1918 e 1921
Torre (1, com 12%) – 1930
Santa Cruz (1, com 12%) – 1932
Náutico (1, com 12%) – 1934
British Club (2)
Flamengo (1, com 50%) – 1915
Sport (1, com 50%) – 1916
Aflitos Liga (2)
Sport (1, com 50%) – 1917
Torre (1, com 50%) – 1926
Antônio Inácio, Caruaru (1)
Sport (1, com 100%) – 1997
Paulo Coelho, Petrolina (1)
Santa Cruz (1, com 100%) – 2005
Finais do Estadual (65 edições)
Ilha do Retiro (27) Sport (15, com 55%) – 1948, 1961, 1962, 1981, 1988, 1991, 1992, 1994, 1996, 1998, 1999, 2000, 2003, 2006 e 2010
Santa Cruz (9, com 33%) – 1940, 1946, 1957, 1971, 1973, 1986, 1987, 2012 e 2013
Náutico (2, com 7%) – 1954 e 1965
América (1, com 3%) – 1944
Arruda (15) Santa Cruz (7, com 46%) – 1970, 1976, 1983, 1990, 1993, 1995 e 2011
Náutico (6, com 40%) – 1984, 1985, 1989, 2001, 2002 e 2004
Sport (2, com 13%) – 1977 e 1980
Aflitos (14)
Náutico (7, com 57%) -1950, 1951, 1960, 1963, 1966, 1968 e 1974
Sport (4, com 28%) – 1949, 1953, 1955 e 1975
Santa Cruz (3, com 21%) – 1947, 1959, 1969
Jaqueira (3)
Sport (1, com 33%) – 1920
Santa Cruz (2, com 66%) – 1933 e 1935
Avenida Malaquias (3)
América (1, com 33%) – 1921
Santa Cruz (1, com 33%) – 1932
Náutico (1, com 33%) – 1934
British Club (2)
Flamengo (1) – 1915
Sport (1) – 1916
“¡Nos volvemos a ver por segundo año consecutivo! Sport Recife estará en la Copa Sudamericana 2014. ¡Bienvenidos!”
A conta no twitter da Copa Sul-Americana deu as boas vindas ao Leão pela participação no torneio desta temporada.
O perfil no facebook também atualizou a lista de clubes, agora com 26 dos 47.
Campeão da Copa do Nordeste, o Rubro-negro conquistou a vaga internacional. Na verdade, trata-se de uma pré-vaga, apesar das mensagens oficiais…
Para confirmar a participação no torneio, o Sport precisa ser eliminado na Copa do Brasil até a terceira fase, com o mesmo formato absurdo às outras sete vagas do país. Assim, teria a sua presença assegurada na fase nacional da “Sula”.
Eduardo Batista não ficou em cima do muro e diz preferir jogar a Sul-Americana.
Assim, o futebol pernambucano chegaria a sua sexta campanha internacional. Podem ser até sete, se uma combinação de resultados ajudar o Náutico – foi desta forma que o Sport jogou em 2013. Veja como está a “fila de espera” aqui.
Em termos de resultados internacionais, o máximo local foi chegar nas oitavas.
Taça Libertadores da América
1968 – Náutico (fase de grupos, 1ª fase – 6 jogos)
1988 – Sport (fase de grupos, 1ª fase – 6 jogos)
2009 – Sport (oitavas de final, 3ª fase – 8 jogos)
Copa Sul-Americana
2013 – Náutico (fase nacional, 2ª fase – 2 jogos)
2013 – Sport (oitavas de final, 3ª fase – 4 jogos)
O Campeonato Pernambucano chegou a cem edições nesta temporada.
O interior do estado estreou apenas em 1937, com o Central de Caruaru.
Desde então, as melhores campanhas foram três vice-campeonatos, em 1997 e 1998 com o Porto e 2007 com o Central.
Outros clubes, como Vitória, Ypiranga, Sete de Setembro, AGA e Serrano tiveram seus momentos.
Contudo, a taça nunca passou nem perto de deixar a capital, sem uma disputa direta de título…
Das 27 unidades da federação, apenas Pernambuco e Rio de Janeiro jamais consagraram um campeão interiorano.
Contra tudo isso, uma multidão de torcedores sertanejos tomou conta do estádio Cornélio de Barros, em Salgueiro.
Foram instalados dois telões, com a transmissão direta do canal Premiere, que exibiu a semifinal disputada na Arena Pernambuco.
A classificação esteve pertinho… Escapou nos pênaltis.
A decepção da torcida do Carcará foi enorme, evidente.
Ao deixar a arquibancada vazia, após a partida num sábado à noite, esses torcedores completaram um longo ciclo para as equipes distantes do Grande Recife.
Em cem anos, o troféu não veio. Será que um dia essa sina acabará?
Agora centenário, o América está bem distante do seu passado de glórias…
Por outro lado, é essa riquíssima história que mantém viva a aura do clube, há anos lutando para se firmar na elite do campeonato estadual.
Hoje conhecido como “Mequinha”, o Alviverde da Estrada do Arraial já fez frente aos grandes clubes da capital. Na verdade, o América disputava clássicos. Também era grande.
Neste 12 de abril de 2014, o América chega ao seu centenário.
Relembre, então, os 899 duelos contra os velhos rivais, também centenários, com dados do pesquisador Carlos Celso Cordeiro. Venceu 168 vezes, ou 18,68% jogos. Nada mal para quem não é campeão há 70 anos…
A coordenação do programa Todos com a Nota atualizou o número de usuários na região metropolitana do Recife. A partir deles, é possível enxergar a divisão de torcidas e a concorrência por entradas promocionais em cada time.
Considerando os torcedores cadastrados, portadores de cartões magnéticos utilizados nos jogos com mando de campo dos três grandes clubes da capital, hoje são 370 mil pessoas no sistema.
A página do TCN no facebook postou um gráfico com os percentuais.
Nos dados, em valores absolutos, nota-se que a disputa por um ingresso subsidiado na Ilha do Retiro é bem maior que a procura na Arena Pernambuco. O Arruda é o único estádio com variáveis na carga, dependendo do jogo.
48% – Sport (177.600 usuários)
8 mil ingressos (22,2 pessoas por bilhete)
30% – Santa Cruz (111.000 usuários)
15 mil ingressos em jogos regulares (7,4 pessoas por bilhete)
10 mil ingressos nos clássicos (11,1 pessoas por bilhete)
22% – Náutico (81.400 usuários)
15 mil ingressos (5,4 pessoas por bilhete)
A partir de dezembro deve se tornar obrigatório o cadastro biométrico para todos os portadores de cartões magnéticos da campanha estadual.
A competição de 2014 apresenta dados animadores, ainda mais levando em conta que a sua realização já está garantida por um longo período.
Na recém-encerrada edição, 505.483 pessoas giraram a catraca, segundo o público total de todos os borderôs disponibilizados no site da CBF.
A média de público foi de 8.286, acima de qualquer campeonato estadual neste primeiro semestre do futebol brasileiro. E olhe que poderia ter sido bem maior caso o Santa tivesse jogado a primeira fase no Arruda e o Sport não tivesse atuado uma partida de portões fechados – contra o CSA, nas quartas de final.
A bilheteria acumulada em 61 partidas foi de R$ 8.436.174, proporcionando uma média de R$ 138.297. Vale lembrar, claro, que os 16 clubes dividiram dez milhões de reais em cotas de participação, de acordo com as colocações (veja aqui).
Ou seja, o regional destinou R$ 18.436.174 às equipes nordestinas.
Além disso, contratos de patrocínio e aumento de outras receitas pontuais.
Apesar do vice-campeonato, o Ceará teve a melhor média nas arquibancadas, com 21.368 pessoas. Somando arrecadação e cota, o Vozão abocanhou R$ 3,6 milhões. Abaixo, os dados dos três representantes pernambucanos, todos eles com pelo menos um milhão de reais no caixa…
Sport (1º)
Público: 83.777 torcedores
Média: 16.755 pessoas (5 jogos)
Renda: R$ 1.275.000
Cota: R$ 1.900.000
Total: 3,17 milhões de reais
Santa Cruz (4º)
Público: 44.335 torcedores
Média: 8.867 pessoas (5 jogos)
Renda: R$ 785.210
Cota: R$ 850.000
Total: 1,63 milhão de reais
O recadastramento biométrico foi implantado parcialmente em 2014, visando as eleições para presidente. No estado, apenas 35 municípios foram contemplados, entre eles o Recife. Ao todo, 1,9 milhão de pessoas participaram.
Seguindo a ideia, a coordenação do programa Todos com a Nota – que em 2013 subsidiou o futebol local com R$ 13 milhões – aderiu ao formato. Inicialmente, o “recadastramento biométrico do torcedor” deve valer apenas para os torcedores de Náutico, Santa Cruz e Sport na Região Metropolitana do Recife.
Atualmente, todo torcedor na capital conta com um cartão magnético, o que já reduziu bastante a possibilidade de fraude – no interior, a troca de notas fiscas por ingressos ainda é feita em guichês. Até o início do ano eram 367 mil (veja aqui).
A mudança será feita nos postos do programa, colhendo digitais e fotos do usuário. O formato biométrico deve se tornar obrigatório em dezembro…