12 milhões de apostas recifenses em 5 anos da Timemania

Apostas acumuladas na Timemania em 2012. Crédito: Timemania

Encerrada a quinta temporada da Timemania, os times pernambucanos cadastrados na loteria federal registraram mais de quatro milhões de apostas, proporcionando um crescimento de 37,8% em relação ao ano passado.

Em 2012 os três maiores times do estado conseguiram ultrapassar pela primeira vez a barreira de um milhão de apostas cada um na Timemania.

Pelo segundo ano seguido o Santa Cruz foi o líder de apostas no estado. No dado acumulado nos cinco anos  da loteria, uma pequena vantagem do Sport.

Ao todo foram 12 milhões de apostas de alvirrubros, tricolores e rubro-negros. Apesar do aumento, os clubes não deverão ter uma grande margem de lucro.

Do faturamento absoluto da loteria, 22% é repassado para os 80 clubes inscritos, em uma verba destinada para abater dívidas com o poder público.

No entanto, do montante destinado aos times brasileiros 65% vai para os vinte primeiros colocados do ranking de apostas. Os demais dividem 35%. Pela colocação dos recifenses, nota-se que a fatia da última temporada foi econômica.

No G20 atual estão clubes como Goiás, Fortaleza, Ceará e América. O time nordestino com mais apostas no último ano foi o Bahia, em 13º lugar, com 2,6 milhões.

Apesar dos três times terem elevado o número de participações nos últimos quatro anos, em apenas uma oportunidade um deles terminou entre os 20 primeiros. No caso, o Sport, há 5 anos. Muito pouco para potencial das torcidas locais. É preciso reagir.

Número de apostas na loteria federal Timemania de Náutico, Santa Cruz e Sport, de 2008 a 2012

A beca das organizadas como escudo para pilhar a cidade

As camisas das torcidas organizadas Inferno Coral (Santa Cruz), Jovem (Sport) e Fanáutico (Náutico)

Atualmente, as três maiores torcidas uniformizadas do Recife têm 190 mil membros.

A Fanáutico, fundada nos Aflitos por cinco jovens alvirrubros em 5 de fevereiro de 1984, tem 20 mil torcedores cadastrados.

A Inferno Coral, formada em 25 de abril de 1992 a partir da união de três torcidas, a Santamante, a Força Jovem e Os Cobrões, conta com 80 mil torcedores associados.

Já a Torcida Jovem surgiu em 29 de Outubro de 1995 numa dissidência de outra torcida organizada rubro-negra. Atualmente, conta com 90 mil membros.

Agora, esqueça o futebol, pois os atores desta história sem fim não dão a mínima…

Nos estádios a arruaça é temida pela grande maioria dos torcedores e visada há tempos pela polícia. Longe dos jogos só faz crescer o número de episódios do mesmo naipe.

Usando como escudo a camisa de torcidas uniformizadas dos três grandes clubes do estado, ou “beca”, como chamam, alguns marginais vão pilhando a situação.

Em 19 de novembro de 2012, a sede da Fanáutico na Boa Vista foi invadida por supostos membros da Torcida Jovem (relembre aqui).

No mesmo dia, após mensagens nas redes sociais, supostos membros da Fanáutico resolveram vingar a organizada e tentaram invadir a sede da maior uniformizada do Leão.

Um confronto no meio da rua, com quarenta integrantes de cada lado. Tiros para o alto, pedaços de madeira e ferro arremessados de um canto para o outro e mais ameaças.

No réveillon, um galpão no estádio da Ilha do Retiro onde a Jovem guarda parte de seus materiais para as partidas – bandeiras e baterias – foi incendiado. Veja a imagem.

A invasão ao clube teria sido provocada por supostos membros da Inferno Coral.

Em 2 de janeiro de 2013, supostos membros da mesma uniformizada tricolor divulgaram um vídeo portando uma arma de fogo com ameaças a outras facções. Assista aqui.

E assim segue a rotina para quem o futebol está longe de ser o “esporte” preferido.

No post, todos os “membros” foram precedidos da palavra “supostos”, uma vez que não há provas por parte da polícia sobre a autoria desses crimes. Nem se os mesmos fazem parte dos quatros oficiais das organizadas ou apenas se usam a beca como disfarce.

Isso mostra a passividade do poder público diante de um cenário em expansão, da pior forma possível, caótica e sem localização definida.

Levar 500 policiais a um jogo já não é mais suficiente para conter os vândalos, que não cansam de manchar os nomes das próprias torcidas e daqueles que realmente torcem.

As brigas seguem no entorno, a quilômetros de distância. E cada vez mais em dias comuns, sem um joguinho sequer na cidade. É questão de segurança pública, urgente.

O cadastramento do governo do estado para os torcedores efetivos das organizadas nos jogos já deveria ter saído do papel. Segue afogado na burocracia.

Sobre o contexto, vale lembrar o número de crimes levantados pelo Ministério Público de Pernambuco envolvendo, mais uma vez, supostos integrantes das organizadas locais.

Foram 800 crimes listados em 5 anos na região metropolitana.

Pois é. Negligenciar uma investigação nas entranhas das uniformizadas é miopia pura.

Atos criminosos de supostos membros da Jovem, Fanáutico e Inferno Coral

A concepção final da Arena Pernambuco com luz natural

Projetos para a fachada da Arena Pernambuco. Definitivo (acima) e primeiro (abaixo). Crédito: Odebrecht/divulgação

As imagens de divulgação da iluminação especial da fachada da Arena Pernambuco, que poderá mudar de cor de acordo com os times em campo, acabaram ofuscando uma outra importante mudança no design final do estádio.

As membranas em formato de almofadas de etileno tetrafluoretileno combinadas com LED irão substituir a fachada original, revestida com uma manta azul e verde (veja aqui).

Obviamente, essa mudança só será percebida com luz natural, em jogos à tarde. No post, a nova versão (em cima) e o projeto pioneiro (abaixo).

Importado de uma empresa alemã por 12 milhões de euros, o material será o mesmo utilizado na Allianz Arena, em Munique. Na Arena Pernambuco, a área da membrana terá 25 mil metros quadrados, com 11 toneladas de aço.

Na sua opinião, qual seria a fachada mais bonita para a Arena Pernambuco?

Sul-americana ao campeão nordestino de 2014

Copa do Nordeste. Crédito: Liga do Nordeste

Entre 1997 e 1999 a Copa do Nordeste teve direito a uma vaga na Copa Conmebol.

Por isso, a expectativa de um lugar na Sul-americana ao campeão regional existiu desde a confirmação da reedição do torneio, no acordo judicial entre Liga do Nordeste e CBF.

Em 2013 a competição voltará à sua plenitude, após os esvaziados 2003 e 2010.

Contudo, não houve tempo hábil para articular junto à Conmebol a oficialização de uma das vagas brasileiras na segunda competição interclubes mais importante do continente.

Não em 2013… Neste ano, o prêmio será apenas em cash, R$ 1 milhão.

Nos bastidores, a vaga internacional ficaria mesmo para 2014. No entanto, há um indício fortíssimo de que essa expectativa do futebol da região já esteja consumada.

No plano comercial da Rede Globo na busca por patrocinadores para a transmissão da Copa do Nordeste, o documento é enfático sobre o futuro do regional (veja aqui).

“O prêmio do vencedor para 2013 será em torno de R$ 1 milhão, enquanto em 2014, além do valor, o vencedor terá vaga na Copa Sul-Americana de mesmo ano.” 

Sem especulação, o texto é categórico. Próxima à CBF, a Globo detém os direitos de transmissão do Nordestão pelos próximos cinco anos, num contrato de R$ 200 milhões.

Resta saber, portanto, se esta provável classificação à Sul-americana se tornará a 8ª vaga brasileira ou se a Conmebol dará à CBF o direito de inscrever um 9º clube.

O perfil do telespectador pernambucano no futebol

Perfil do telespectador do Campeonato Pernambucano 2012. Crédito: Rede Globo

Com uma média superior a 500 mil telespectadores a cada jogo do Pernambucano, surpreende a divisão de gênero, longe de qualquer imaginação machista no futebol.

De acordo com Ibope Media Workstation, em dados da Rede Globo, as mulheres que acompanham o futebol local representam quase a metade da audiência.

O gráfico sobre o campeonato estadual de 2012 também apresenta o avanço das classes D e E no bolo  saindo de 21% em 2011 para 23%.

Já sobre a faixa de idade, o perfil de 25 a 49 anos passou de 42% para 44%.

Mudanças pontuais uma tendência nos próximos anos?

Confira as maiores audiências televisivas do Campeonato Pernambucano aqui.

As maiores audiências televisivas do Pernambucano

As 5 maiores audiências do Campeonato Pernambucano 2012. Fonte: Rede Globo

Na média, o Campeonato Pernambucano de 2012 foi assistido na televisão aberta por 524 mil pessoas, com 24 pontos de audiência no Grande Recife. O percentual de televisões ligadas nas partidas chegou a 55%. Números positivos para o contexto local.

Nos gráficos acima e abaixo, as dez maiores audiências do torneio, segundo o Ibope Media Workstation, com dados da Rede Globo, detentora dos direitos de transmissão.

O Sport aparece oito vezes no top ten, nos oito primeiros lugares. O Santa Cruz vem em seguida, com cinco partidas. Em terceiro, o Náutico, com três.

Em 2011, o Leão apareceu sete vezes, contra cinco da Cobra Coral e quatro do Timbu.

Em relação à audiência absoluta, a final de 2011 segue com mais torcedores. Foram 1.040.976 pessoas diante da TV. Em 2012 o número caiu para 863.818. No entanto, neste ano o “share” foi maior, com 79%, contra 77% na edição anterior.

Confira os dados da temporada passada no certame do estado clicando aqui.

Do 6º lugar ao 10º, as maiores audiências do Campeonato Pernambucano 2012. Fonte: Rede Globo

As doze melhores capas do Superesportes em 2012

As melhores capas do caderno Superesportes, do Diario de Pernambuco, em 2012

Na última capa do caderno Superesportes em 2012, neste 31 de dezembro, um resumo com as doze melhores edições publicadas nesta temporada.

Na escolha, uma edição por mês.

Sempre com feitos grandiosos, histórias diferenciadas e imagens marcantes.

A escolha foi feita por editores e repórteres, além da opinião dos leitores.

Que em 2013 a linha editorial do tradicional caderno esportivo do Diario de Pernambuco seja mantida, com novas capas para o torcedor guardar na memória e compartilhar com os amigos, sendo eles torcedores rivais ou não…

Confira a capa em uma resolução maior clicando aqui.

O aumento do percentual na renda da FPF a cada partida

Regulamento do Pernambucano 2013

No borderô de um jogo de futebol a renda precisa ser toda detalhada, com o número de ingressos vendidos e devolvidos de cada setor e, também, as taxas necessárias…

A renda é dividida por inúmeros setores antes da receita líquida destinada ao mandante.

Como exemplo do que significa essa gama de taxas, a última final local, com a vitória do Santa Cruz na Ilha do Retiro. Na ocasião, o Clássico das Multidões gerou uma renda bruta de R$ 676.635. Com os descontos, R$ 498.717, ou 73%.

Alguns exemplos praticados no Campeonato Pernambucano:

1) 1% da renda líquida à Associação dos Cronistas Desportivos de Pernambuco (ACDP)
2) 5% da renda bruta para a contribuição do INSS
3) Aluguel de campo, taxas de arbitragem, exames anti-doping, ambulância, seguro etc.

Neste bolo, o maior percentual, fora o faturamento do mandante, é o da própria FPF, com 6% da renda bruta de cada partida disputada. Era assim até 2012. Confira aqui.

Sem um motivo aparente, a taxa de administração da FPF subiu para 8%, de acordo com o regulamento do Estadual 2013 publicado pela entidade – veja aqui.

A longo prazo, é um aumento considerável. No Pernambucano deste ano, a renda total nas bilheterias foi de R$ 12.387.066. Ou seja, a federação embolsou R$ 743.223.

Caso o novo percentual estivesse em vigor, o montante saltaria para R$ 990.965.

Uma diferença absoluta de R$ 247.742 em quatro meses.

E assim a FPF segue como entidade futebolística mais lucrativa do estado. De 2011 a 2012, por exemplo, o seu patrimônio líquido subiu de R$ 2.858.889 para R$ 3.757.389, registrando um crescimento de 31,4%.

Agora, mais um motivo para um 2013 ainda mais saudável financeiramente.

Atualização do post.

Ao Superesportes, a explicação do presidente da FPF, Evandro Carvalho:

“Os clubes viram o esforço da FPF, no investimento nas divisões de base, nas competições amadoras. A proposta era de um reajuste de 10%, mas achamos que vai dar para trabalhar com os 8%. Se não der, a gente faz o reajuste no outro ano. Nos outros estados, a taxa é de 10%. Somos o que recebe menos”

1) A entidade frisa que os torneios da base não tem custo repassado aos clubes. Nota-se que o custo existe e será cobrado com antecedência, a cada jogo profissional.

2) Não procede a taxa de 10% em outras federações. Pelo contrário, a pernambucana já era alta. Em São Paulo, a entidade cobra 5%, mesmo percentual da federação baiana de futebol, do mesmo porte da pernambucana. Veja exemplos aqui e aqui.

Outra declaração do mandatário da FPF:

“Com os prejuízos que vamos ter com este Pernambucano (2013), com menos clássicos, vamos ter um déficit de mais de R$ 1 milhão.”

3) Ou seja, já que a entidade terá um déficit, nada como repassá-lo para os filiados…

Regulamento do Pernambucano 2012

A inacreditável fórmula definitiva do Pernambucano 2013

Feliz 2013. Crédito: FPF

Complexo, o regulamento do Campeonato Pernambucano de 2013 foi alvo de críticas inicialmente pelo primeiro turno, de valor discutível. Mas não ficou só nisso…

Para quem ainda não entendeu, eis a íntegra abaixo. Um documento de 15 páginas da FPF, modificado após o Conselho Arbitral, com a devida aprovação dos filiados.

Da vantagem na semifinal, de volta ao formato da Copa do Brasil, mas com critérios de desempate como cartões vermelhos, amarelos e sorteio, à definição da classificação final de todas as equipes, um sistema bem complicado para o torcedor.

E o que dizer da decisão do campeonato? Não há a vantagem na melhor campanha geral, como neste ano, ou sequer o saldo de gols nos 180 minutos.

Se houver empate em pontos nas duas partidas, haverá um terceiro jogo, com mando de campo da FPF. Nova igualdade, pênaltis. É grande a chance de que o estádio em questão para o duelo extra seja a Arena Pernambuco, em seu ano de estreia.

Hipoteticamente, uma equipe poderá ser campeã com a seguinte campanha: lanterna do primeiro turno, sem ponto algum; 4ª lugar no segundo turno; na semi, 1 x 0 em casa e 1 x 2 fora; na final, 1 x 0 em casa, 0 x 6 fora e 0 x 0 com vitória nos pênaltis na extra…

Doze clubes, inúmeras fases e nível técnico mediano na 99ª edição do Estadual.

Qual é a sua opinião sobre a fórmula? Simples de entender…?

As torcidas divididas pelo Todos com a Nota

Utilização do programa Todos com a Nota em 2012, com Sport, Santa e Náutico. Crédito: Todos com a Nota/Facebook

Certamente, vai começar a velha discussão… Mas vale uma análise.

A direção do programa Todos com a Nota divulgou um gráfico sobre a quantidade de cartões da promoção governamental solicitados nesta temporada. Só a partir do cartão é possível reservar ingressos nas mais variadas competições.

Ao todo, mais 100 mil cartões magnéticos foram cadastrados no sistema pelos torcedores. Nos percentuais, Sport 49%, Santa Cruz 30% e Náutico 21%.

No fim do ano passado, na última atualização desses dados, o programa TCN havia chegado à marca de 200 mil cartões digitais (veja aqui).

Na ocasião, Sport 49,5%, Santa Cruz 29% e Náutico 21,5%. Índices parecidíssimos, num universo de 100 mil e 200 mil cartões, respectivamente.

Na soma geral, seriam 148 mil cartões rubro-negros, 88 mil tricolores e 64 mil alvirrubros.

Na prática, a projeção se manteve, mas aí entra o questionamento. Este cenário é o reflexo geral das três maiores torcidas de Pernambuco?

Talvez, o mais correto seja dizer o óbvio, que este quadro mostra de forma direta uma camada da população, de menor poder aquisitivo.

Aquela que consome o futebol local via Todos com a Nota, até porque no último campeonato estadual a torcida do Santa Cruz, por exemplo, comprou mais ingressos no formato tradicional, entrando em choque com os dados apresentados aqui.

Considerando apenas os ingressos promocionais, foram 1,8 milhão de torcedores nos estádios este ano, proporcionando um acréscimo de 39% em relação a 2011.

Não por acaso, o contexto do Todos com a Nota está longe de ser desprezível, uma vez que estamos considerando nada menos que 300 mil pessoas…

Cartão da campanha Todos com a Nota