Vassourada

Material de limpeza

Oficialmente, o futebol pernambucano chegou ao fim nesta década.

Focando apenas o ano de 2010, o os grandes clubes do Recife não obtiveram sucesso algum além da fronteira. Náutico e Sport acabam na mesma Segundona, enquanto o Santa Cruz foi incapaz de sair da 4ª divisão nacional.

Para o Rubro-negro, então, pode-se dizer que parte do dinheiro foi jogado no lixo…

Tudo bem que o time “escapou” da queda à Série C, mas uma folha de pagamento de R$ 1,2 milhão associada a esse desfecho é demais! No Alvirrubro, salários atrasados e imagem comprometida para novas contratações em 2011. No Tricolor, escassez de recursos. Mesmo assim, critério para reforços passou longe do Arruda

Num rápido balanço sobre os jogadores no Trio de Ferro:

Qual foi a pior contratação do seu clube na temporada?

Do elenco atual, quem deveria sair na sua opinião?

Quem foi o principal destaque entre os reforços do ano?

E o “Troféu Chinelinho 2010” vai para…?

Coadjuvantes da Ilha

Série B-2010: Ponte Preta 0 x 0 América/MG. Foto: Estado de Minas

O clima melancólico no sábado era bem previsível.

Na Ilha do Retiro, apenas 4.301 torcedores.

Os corajosos rubro-negros presentes estavam mais interessados em estender a enorme faixa na arquibancada com a frase:

“Hexa é obrigação.”

A pressão pelo título no Campeonato Pernambucano do ano que vem era muito maior que o fim de feira na tarde que encerrou a última rodada da Série B.

É verdade que o time do Sport que entrou campo não colaborou muito.

Se a equipe já não havia encaixado quando brigava por algo, sem nadar pela frente é que não faria diferente. A apatia resultou em vaias da já nervosa torcida leonina.

A Portuguesa, que após engatar a quinta marcha na reta final passou a sonhar com o acesso, se esforçou um pouquinho de nada e venceu.

Leão 1 x 2 Lusa. Mas o final deste filme não foi feliz para ninguém.

Ambos foram coadjuvantes neste 27 de novembro de 2010.

Ambos, integrantes do Clube dos 13, fracassaram.

Vão jogar (vagar?) novamente o Campeonato Brasileiro da Série B.

Em tempo: o protagonista final da Segundona estava em Campinas.

O América/MG segurou o empate sem gols com a Ponte Preta e conquistou a última vaga na Série A. Irá para a sua 14ª participação na elite do nosso futebol.

O Coelho foi mais rápido e ficou com o último Oscar da temporada.

O destaque da rodada estava a 2.101 quilômetros do Recife…

Relembrando Ademar

Filme: Motoqueiro Fantasma

E na despedida da Série B de 2010, o atacante Cristiano fez o torcedor alvirrubro relembrar de vez a Batalha dos Aflitos, que completou cinco anos nesta sexta-feira.

O jogador desperdiçou uma cobrança de pênalti de forma incrível.

Chutou por cima da meta. A bola quase atingiu o refletor…

Um chute ridículo.

O lateral-esquerdo Ademar, escondido no futebol da Bulgária, mandou lembranças.

O velho fantasma e as suas ironias…

No fim da insossa partida à noite, no ABC Paulista, o castigo para o Náutico.

Borebi, aos 45 minutos do segundo tempo, acabou com o “lide” (início do texto) de todos os jornais da capital pernambucana…

Santo André 1 x 0. O mesmo time rebaixado que já havia complicado o Sport.

Chega logo, 2011. A torcida timbu já está de cabeça quente desta temporada.

Que venha logo o ano mais importante para o Alvirrubro após uma década…

Lenga-lenga 3 – Náutico

Aperto de mão

Chega a ser infantil o suposto atrito.

Técnico x diretor remunerado.

Roberto Fernandes x Gustavo Mendes.

O mediador? O presidente do Náutico, Berillo Júnior.

O mandatário já avisou, via imprensa:

“Se tiver que escolher um ou outro, mando os dois embora.”

Ele está certo. Na teoria, teria que ser assim mesmo.

Mas, nos bastidores, a articulação do mandatário timbu é cuidadosa.

Em entrevista ao blog, Berillo afirmou que se reúne regularmente com ambos. Pelo menos uma vez por semana. Algumas dessas reuniões são separadas.

Outras, contam com os dois personagens.

Ambos dizem que a proximidade é profissional. Ponto.

A permanência de Gustavo Mendes vem sendo questionada, a possível saída de Roberto Fernandes, também. Berillo não abre mão de contar com os dois.

Sabe que entrará para a história do Náutico em 2011, de um jeito ou de outro.

Se evitar o hexacampeonato pernambucano do Sport, entrará pela porta da frente. Ficará ao lado de João de Deus (1974) e André Campos (2001), presidentes que também defenderam o hexa com sucesso.

Se o rival rubro-negro conquistar o Estadual, Berillo tem consciência absoluta, desde o dia em que assinou o protocolo oficializando seu nome na eleição, que ficará marcado como o presidente que acabou com o maior bordão do Náutico. Um lema de 42 anos.

Por isso, tanto cuidado.

O presidente alvirrubro aposta na experiência de Gustavo Mendes para conseguir reforços (apesar dos nomes controversos desta temporada) e em Roberto Fernandes, torcedor declarado do clube e conhecedor do futebol pernambucano, como o nome ideal para tentar voltar a ser campeão depois de sete anos.

Neste ano, a taça escapou por pouco. Em 2011, a última chance.

Recorde de público nos Aflitos

Batalha dos Aflitos no site do Grêmio

Cinco anos da Batalha dos Aflitos.

O blogueiro estava lá.

Milhares de alvirrubros também. Rubro-negros e até tricolores, que não conseguiram ingresso para o Arruda, no mesmo dia, foram infiltrados.

Com o passar dos anos, o número de torcedores que foram ao estádio dos Aflitos em 26 de novembro de 2005 só faz aumentar. Era a vida do Náutico em campo.

Se o borderô registrou cerca de 23 mil naquele dia, hoje essa quantidade já passa dos 50 mil… Aumenta a cada dia. Todos estiveram lá de uma forma ou de outra.

Viram de perto toda a confusão no gramado. Não foi pela TV. Foi no estádio. Não adianta dizer o contrário… Até quem não gosta de futebol jura ter visto um gremista agredir o árbitro, quando ele já havia dado quatro vermelhos para o time gaúcho.

Daqui a 10 anos, não duvide, o público oficial daquela partida chegará a 100 mil. Afinal, ninguém ignorou um dos episódios mais incríveis e polêmicos da história do futebol.

Jogo válido pela última rodada do quandrangular decisivo da Série B.

Náutico x Grêmio.

Mesmo com quatro expulsões e dois pênaltis para o adversário, o Tricolor venceu por 1 x 0. Virou até filme. Para o clube, esta data é o “Dia a Garra Gremista” (veja AQUI).

O jogo continuará sendo relembrado. O Náutico conseguiu cicatrizar a sua maior dor já no ano seguinte, quando escreveu a “Batalha dos Aflitos II”.

Agora, 1.825 dias depois, saiba detalhes da pioneira batalha. Leia a reportagem de Alexandre Barbosa, relembrando os bastidores da Batalha dos Aflitos clicando AQUI.

Entre as novidades, a revelação de que o bicho de R$ 1 milhão, levado por Américo Pereira (é claro), já estava no vestiário alvirrubro…

O desafio

Carlos Alberto Oliveira, presidente da FPF. Foto: Helder Tavares/DP

A FPF tem dono.

Quem manda lá, e não esconde de ninguém, é Carlos Alberto Oliveira. Ele prova isso ao passar por cima até do calendário da CBF.

A CBF libera apenas 23 datas para os Estaduais.

Em Pernambuco, o Estadual de 2011 utilizará mais uma vez um número acima do permitido pela Confederação Brasileira.

Serão 26 jogos rodadas, entre fase classificatória e mata-mata decisivo.

Em uma reunião extraordinária nesta quarta-feira, a FPF antecipou o Pernambucano de 16 para o dia 13 de janeiro. Paliativo.

Seriam quatro jogos em oito dias. Agora, apenas um intervalo será “sufocado”.

Entre a 3ª e 4ª rodadas não há solução. O desgaste físico é iminente, com um intervalo entre os jogos de apenas 48 horas. Segundo normas da CBF, deveriam ser 66.

O mandatário da Federação Pernambucana de Futebol, no entanto, diz que não há o que fazer e que continuará assim.

“Não tem nada que eu possa fazer. O clubes querem jogar a semifinal, então continuará sendo assim. E a imprensa, que fez uma polêmica com isso, que faça a tabela dela. Sou o presidente da FPF e não abro mão das minhas atribuições”.

OLIVEIRA, Carlos Alberto.

Não só a imprensa pode fazer, mas qualquer torcedor, presidente.

Exigências do dirigente: elaborar uma competição com 12 clubes e formato de semifinal e final e em 23 datas. Como ficaria? Está lançado o desafio.

Elaborei uma fórmula com os critérios. Confira nos comentários e faça a sua!

A regressão da base pernambucana

Copa São Paulo de Futebol Júnior. Imagem: Federação Paulista de FutebolPernambuco já revelou muitos craques no futebol. Alguns dos melhores da história.

Muitos deles brilharam nos clubes do estado antes de serem negociados. Outros tantos, é verdade, saíram ainda na categoria juvenil para times das regiões Sul e Sudeste.

Mas sempre houve uma preparação forte, uma base reconhecida.

Regularmente, se disputa por aqui os Estaduais infantil, juvenil e júnior.

Porém, os testes ficam praticamente restritos ao limite geográfico do estado. É preciso haver intercâmbio e estrutura – uma consequência do investimento, é claro. O retorno, já sabemos, é garantido…

Por isso, vale apontar uma constatação de que os grandes clubes do Recife não seguem esse caminho. Está registrado na Copa São Paulo de Futebol Júnior.

A edição de 2011 será a 5ª consecutiva sem a presença da garotada de Sport, Santa Cruz e Náutico – que também estão fora do Brasileiro Sub-20, no próximo mês. Desde 2007, apenas o Porto de Caruaru marcou presença constante. O Ypiranga também participou em 2008 e 2009, sem sucesso. Este ano foi a estreia do Atlético Pernambucano, de Carpina. No próximo ano vão viajar apenas Porto e Vitória.

Vale ressaltar que essas participações do interior acontecem com um esforço enorme para captar recursos. Entre 2004 e 2010, o estado se classificou para a segunda fase em apenas uma oportunidade: Porto, em 2007, até as oitavas de final. É muito pouco.

Enquanto isso, os jovens valores são alçados ao profissionalismo sem os fundamentos básicos, como marcação, cruzamento, chute… Fora a preparação psicológica.

Veja o regulamento e os grupos da Copinha de 2011, com 92 times, clicando AQUI.

Pernambuco de Segunda

Série B-2010: Náutico 4 x 1 Vila Nova. Geilson marcou dois gols na vitória que garantiu a permanência timbu na Segundona. Foto: Edvaldo Rodrigues/Diario de Pernambuco

O cenário parecia terrível em Rosa e Silva.

A recuperação do rival caminhava associada ao acesso à elite nacional.

A derrocada alvirrubra caminhava a passos largos para a Série C.

Os rivais centenários ficariam separados por até duas divisões do Brasileiro?

No fim, tudo na mesma. Incompetente, o Rubro-negro não subiu…

Nos Aflitos, o maior público alvirrubro nesta Segundona, com 18.952 torcedores, focados em manter o clube pelo menos no 2º degrau da casta do futebol no Brasil.

Em campo, o Náutico fez a sua parte e deu o fim ao sofrimento surreal.

Começou sofrendo, é verdade. O primeiro tempo terminou com derrota parcial por 1 x0 – sinal evidente da ansiedade e desarranjo técnico.

Na etapa final, com direito a olé, goleada por 4 x 1.

O jogo foi marcado pelo nervosismo absoluto que faz parte da briga contra o rebaixamento – ambos estavam nesta situação. Foram nada menos que cinco jogadores expulsos! Comemoração? Não.

Alívio, no máximo. Apesar do foguetório nos Aflitos…

O Timbu, é bom não esquecer, chegou a liderar o Brasileiro durante quatro rodadas. Esteve no chamado G4 durante 11 rodadas – o Sport, por exemplo, não pisou lá uma vez nesta temporada.

De qualquer forma, o técnico Roberto Fernandes evitou o pior. Salvou o time mais uma vez do descenso. Foi a 3ª vez. Uma hora cansa.

E Pernambuco terá três times na Série B de 2011. Nenhum na A.

No contexto geral, não temos o que comemorar… Com a ausência no Brasileirão os investimentos ficam ainda mais escassos.

Série B-2010: Náutico 4 x 1 Vila Nova. Ao todo, foram cinco expulsões na partida. Foto: Edvaldo Rodrigues/Diario de Pernambuco

Congratulations, Timbu

Série B-2010: Brasiliense 0 x 1 Náutico. Foto: Correio Braziliense

Miami – O blogueiro está nos Estados Unidos. Durante esta semana, vou em busca de alguns posts aqui na terra do Tio Sam.

Mas, neste sábado, ainda que de passagem, não havia como esquecer de destacar a vitória do Náutico na Série B, no Distrito Federal.

O Timbu não ganhava longe dos Aflitos desde o dia 17 de julho. Foram quase quatro meses de espera, mas os três pontos chegam num momento fundamental para o clube, que deu um passo enorme para se manter na Segundona na próxima temporada.

O Alvirrubro ganhou do Brasiliense por 1 x 0 e ficou cinco pontos acima da zona de rebaixamento. Um alívio importante para programar o clube em 2011.

O “parabéns” fica por evitar o pior. Menos mal.

Sem pausa para respirar

PernambucoSaiu a tabela do Campeonato Pernambucano de 2011. Uma tabela surreal.

Em primeira mão, o portal Superesportes antecipou a ordem das 22 rodadas da fase classificatória do próximo Estadual, que começará em 16 de janeiro (veja AQUI).

Porém, basta dar uma rápida observada na tabela para ter a certeza que o nosso futebol ainda carece de um “pouco” de organização.

Explico: de acordo com o Estatuto do Torcedor, o intervalo entre jogos oficiais é de pelo menos 72 horas – três dias. Veja abaixo as datas das primeiras rodadas.

1ª rodada – 16 de janeiro (domingo)
2ª rodada – 18 de janeiro (terça-feira, 5 jogos) e 19 de janeiro (quarta-feira, 1 jogo)
3ª rodada – 20 de janeiro (quinta-feira, 4 jogos) e 21 de janeiro (sexta-feira, 2 jogos)
4ª rodada – 23 de janeiro (domingo)

4 rodadas em 8 dias.

Intervalos de 48 horas… Algo visto pela última vez na década passada.

O modelo segue a fórmula absurda com três jogos por semana até a 7ª rodada, quando o Estadual passa a ter dois jogos a cada sete dias. A fase acabará em 17 de abril.

Mas, como o mandatário da FPF, Carlos Alberto Oliveira já afirmou, o Pernambucano vai continuar com 12 times e inchado até o fim de sua gestão, em 2015 (veja AQUI).

Que ninguém reclame de falta de tempo para treinar…