8 e 80 da Série B

Série B-2010: Náutico 1 x 0 São Caetano (foto: Edvaldo Rodrigues/Diario de Pernambucano) e Portugusa 1 x 2 Sport (Foto: Portuguesa/divulgação)

Fim do primeiro turno do Campeonato Brasileiro da Série B, após 19 rodadas. Abaixo, os altos e baixos da Segundona. Entre parênteses, os destaques de Pernambuco.

Quem mais somou pontos: 36 pontos, Figueirense (Náutico, 31)
Quem somou menos pontos: 15 pontos, Ipatinga (Sport, 27).

Aproveitamento do 4º lugar da Segundona: 54%, Bahia)
Projeção mínima de pontos para o acesso após 38 jogos: 62 pontos.

Quem mais venceu: 10 vitórias – Figueirense, Ponte Preta e Coritiba (Náutico, 9).
Quem menos venceu: 3 vitórias – América/RN e Ipatinga (Sport, 7).

Quem mais empatou: 10 vezes, Bragantino (Sport, 6).
Quem menos empatou: 1 vez, ASA (Náutico, 4).

Quem mais perdeu: 12 derrotas, Vila Nova (Náutico e Sport, 6).
Quem menos perdeu: 3 derrotas, Figueirense e Guaratinguetá.

Melhor ataque: 42 gols, Figueirense (Sport, 28).
Pior ataque: 17 gols – Bragantino, Vila Nova e América/RN (Náutico, 24).

Melhor defesa: 16 gols, Ponte Preta (Sport, 23).
Pior defesa: 35 gols – Ipatinga (Náutico, 28).

O artilheiro: Ciro (Sport), com 13 gols.

O líder de público: Bahia, com 128.719 torcedores em 10 jogos, com média de 12.871.

Confira a classificação atualizada da Série B clicando AQUI.

Setembro vermelho

Série B-2010: Náutico 1 x 0 Santo André. Timbu vence no sufoco, com gol de Bruno Veiga. Foto: Edvaldo Rodrigues/Diario de Pernambuco

É claro que seria no sufoco.

O Náutico está jogando no seu limite técnico. Além dele, talvez…

Será assim até a última rodada do Brasileiro, em 27 de novembro.

Ganhando aqui, perdendo acolá, levando sufoco, pressionando, somando pontos. O script montado para o restante desta Série B.

Entrega em campo, luta até o último minuto, lá e lô…

Os jogadores entenderam o mantra do técnico Alexandre Gallo, que chama bastante a atenção da equipe na beira do gramado, sempre cobrando o pacto dos guerreiros.

Preleções emotivas puxam o grupo para cima.

No mês de agosto foi apenas uma vitória em sete partidas. Conversa fora, então? Não. O grupo sentiu e quis se reencontrar com o resultado positivo.

O clube necessitava disso para seguir com o sonho de um 2011 melhor.

No fim, uma vitória suada sobre o Santo André, por 1 x 0, na noite desta sexta. Os 8 mil alvirrubros que foram aos Aflitos vaiaram, silenciaram, mas vibraram demais no final.

Com o gol do atacante Bruno Veiga, o Alvirrubro chegou aos 31 pontos e dorme em 5º lugar. Só não é o 4º colocado por causa do saldo de gols.

Seja qual for o resultado do desfecho da última rodada do primeiro turno da Segundona, o time se reaproximou do G4, beneficiado pelos tropeços da turma de cima.

Setembro chegou!

A promessa

Declaração do técnico Alexandre Gallo em seu Twitter oficial

A derrota no Serra Dourada colocou o técnico Gallo em xeque.

Não com o Náutico, clube com o qual tem um contrato assinado até dezembro de 2011. O revés no Brasileiro da Série B, encerrando uma má jornada no mês de agosto, colocou Gallo em xeque consigo mesmo.

Após passagens curtas em clubes tradicionais, paralelamente a um futuro promissor como técnico de futebol, Alexandre Gallo acabou perdendo aquele gás inicial.

O Alvirrubro apareceu como uma grande chance de retomar aquele status que o colocava entre os bons treinadores da nova geração.

O título pernambucano, que já seria surpreendente, passou raspando.

Recolocar o Alvirrubro na elite nacional seria a principal missão. Afinal, não é fácil conduzir um time de grande torcida e que vive sob pressão por causa disso.

A declaração acima foi postada pelo treinador em sua conta no Twitter por volta de meia-noite desta terça (veja AQUI). De cara, 2 mil seguidores a receberam. Segundos depois, 10 pessoas reenviaram a mensagem, que se espalhou de forma viral na web.

Gallo sabia desse poder da internet. A frase foi proposital. Quis demonstrar confiança neste momento de turbulência. E exigir confiança dos alvirrubros. Conseguiu.

Mas ele será cobrado, e muito, em 5 de dezembro de 2010. Ou festejado.

O título pernambucano, que já seria surpreendente, passou raspando.

É punk

Série B-2010: Náutico 0 x 0 Brasiliense. Foto: Ricardo Fernandes/Diario de Pernambuco

A recuperação não veio. Mais um 0 x 0 frustrante no Recife. Desta vez nos Aflitos.

Contra o Brasiliense, e a sua surreal camisa rock’n’roll, o Náutico ficou no empate na Série B, na presença de 9.300 torcedores.

No primeiro tempo, o goleiro Glédson fez pelo menos três ótimas defesas.

Salvou o time… Volta por cima, pois o camisa 1 do Alvirrubro já começava a receber algumas críticas da torcida após as últimas duas derrotas.

Mas a vida de qualquer goleiro sempre foi complicada. E olhe que Glédson era um dos destaques da equipe antes deste momento com alguma turbulência.

Voltando ao jogo, a noite desta sexta deu mesmo muito trabalho a Glédson, que ainda teve que segurar os meninos do Brasiliense (Iranildo, Acosta e Ruy) na etapa final.

As melhores chances foram mesmo do time candango durante toda a partida.

A vitória não passou nem perto do Náutico nesta rodada.

O técnico Gallo reconheceu isso e, certamente, já está cobrando uma reação do grupo nas próximas rodadas. De qualquer forma, o Alvirrubro chegou aos 28 pontos.

Segue fora do G4, mas está bem próximo… A duas rodadas do fim, a meta timbu de acabar o primeiro turno da Segundona com 33 pontos ficou comprometida.

Mas pelo menos a noite serviu para provar que a torcida alvirrubra pode mesmo confiar no seu goleiro para o restante da longa jornada na Segundona.

No lado do Brasiliense, bem que o clube poderia aposentar essa camisa musical, já que aposentar meio time seria bem mais difícil…

Rei de Pernambuco

Coroa

Hamilton.

Alagoano de Murici. Completou 30 anos em junho. Volante marcador. Eficiente. Conhecido como um “cão de guarda” em campo.

Muitas vezes, acaba sendo a única saída do treinador quando o jogo aperta.

Pela marcação pesada, acumula em série inúmeros cartões amarelos. E vermelhos. Saindo das quatros das linhas, a situação muda.

Ele torna-se um jogador quase “bipolar”, muito instável. Por isso, quase o regente de uma monarquia. Talvez tenha mesmo o rei na barriga.

Uma hora no Náutico, outra no Sport, depois no Náutico, e em seguida no Sport.

Ele não facilita em nada a negociação. Não cede. Como a maioria dos reis, diga-se…

Hamilton tem esse direito, é bom ressaltar. Mas a crítica vai ao futebol de Pernambuco, que se submete a esses personagens da bola. Fazem leilão, cobram adiantado etc.

Agora, o atleta chega ao Timbu pela segunda vez em 2010. Isso porque quis um contrato curto no Estadual. Depois de negociar com os rubro-negros, é claro.

É possível que ele forme uma boa dupla com Ramires no Alvirrubro? Demais. Mas, na minha opinião, o futebol local não pode ficar refém de jogadores assim.

Além desta imposição no contrato, Hamilton já se negou a jogar pelo Náutico na última rodada da Série A de 2008, quando sentiu uma lesão que jamais apareceu em exames.

O Timbu não caiu graças à melhor atuação do goleiro Eduardo pelo clube, que recebeu a nota 10 do Diario no 0 x 0 com o Santos na Vila Belmiro.

Mas é fato consumado. Hamilton está de volta e deve reforçar bem o time de Gallo na Série B. De qualquer forma, é bom reforçar também a segurança na sua fazendo em Sergipe, que costuma ser invadida quando os zeros não aparecem na conta bancária.

Náutico, 2008; Sport, 2009; Náutico, 2010; Sport, 2011; Náutico, 2012; Sport, 2013; Náutico, 2014; Sport, 2015; Náutico, 2016; Sport, 2017…

Aos 37 anos, chega. Aí, Hamilton vai se dedicar em tempo integral à sua fazenda.

Eis o verdadeiro Rei de Pernambuco.

Por que três coroas então? Porque Pernambuco tem outros reis do mesmo tipo…

Clausura da Série B

Projeção do primeiro turno da Série B 2006/2009A Série B engatou a quinta marcha.

Em 10 dias, serão disputadas três rodadas, encerrando o primeiro turno da competição.

Ou seja, 19 jogos para cada um dos 20 times.

Então, chegou a hora dos velhos prognósticos matemáticos sobre as chances dos rivais centenários, focando o acesso (ainda).

Ao lado, o grático com todos os 16 clubes que conseguiram o acesso na era dos pontos corridos, implantado em 2006, com as campanhas no primeiro turno. Na legenda da arte:

P1: 1º turno; P2: 2º turno; PF: pontuação final.

No Náutico, o técnico Alexandre Gallo está certo.

Ele quer pelo menos 33 pontos. Trata-se de um número bem razoável nas edições anteriores.

A média histórica em 19 jogos do clube que acaba com a 4ª vaga no fim é de 29 pontos.

O Timbu tem uma oportunidade enorme de ir além disso. Tem dois jogos nos Aflitos e um fora, contra o lanterna Vila Nova.

O Sport, com 20 pontos, precisa de 100% de aproveitamento nesta reta final da primeira metade da Segundona. Para ficar no limite!

Caso contrário, o Leão vai ter que arrancar a la Usain Bolt no returno, como o América/RN, há quatros anos. Para subir, o Mecão, que era o 11º lugar, teve uma campanha com 11 vitórias, 3 empates e apenas 5 derrotas no returno.

Não é toda vez que isso acontece, apesar da esperança.

Algumas curiosidades das duas metades do Brasileiro:

  • Os líderes da Serie B no 1º turno em 2006 e 2007 sequer conseguiram o acesso.
  • Os quatro primeiros no 1º turno de 2009 foram os mesmos na pontuação final.
  • O pior desempenho de um time no returno, mesmo com acesso, foi de 29 pontos.

Aos pernambucanos, o lembrete: o número de erros possíveis da Série B está se esgotando… Perder ponto em casa é meio caminho andado para a Segundona de 2011.

Nos braços da Macaca

Série B-2010: Ponte Preta 2 x 0 Náutico. Foto: Ponte Preta/divulgaçãoEm Campinas, a segunda derrota seguida do Náutico.

No sábado, um revés diante do frágil Icasa (segundo o técnico Gallo). Nesta terça, o adversário era bem mais forte.

A Ponte Preta já era a melhor equipe da competição no reinício pós-Copa do Mundo.

De cinco vitórias seguidas, a Macaca chegou a seis, fato que não alcançava há 31 anos em campeonatos brasileiros!

Tentando manter a sua aura ofensiva, mesmo fora de casa, o Náutico foi liquidado logo no primeiro tempo, por 2 x 0. Macaca afoita.

O Timbu lutou no segundo, mas o longo jejum dos atacantes alvirrubros atrapalhou.

Na sexta-feira, a volta ao estádio dos Aflitos. Contra o Brasiliense.

O Náutico, que chegou a liderar a Segundona, passará mais uma rodada fora do G4. Dentro de 72 horas, a chance de retomar a campanha na Série B.

Frágil?

Icasa 3 x 1 Náutico.

“O adversário era tecnicamente muito frágil. Tínhamos condições de vencer e não vencemos. Perdemos em duas falhas individuais.”

IcasaDe fato, o técnico Alexandre Gallo foi contundente no comentário sobre a derrota do Náutico neste sábado, em Juazeiro do Norte, no Cariri cearense.

O time deixa o G4 da Série B do Brasileiro. Caiu para o 5º lugar na competição.

Com 27 pontos até o momento, o próprio comandante timbu já fez os cálculos: 33 pontos até o fim do primeiro turno da Segundona.

Portanto, faltam seis pontos em quatro jogos. O Alvirrubro segue nos trilhos.

Só não me parece muito prudente chamar o time do Icasa de frágil, Gallo.

O time estava na 2ª divisão do seu estado? Fato. Mas já subiu, ganhando a Segundona de 2010.

Mesmo sem tanto cartaz, o Icasa vem “mandando” no futebol pernambucano. Nos últimos três anos, enfrentou os grandes do Recife em quatro oportunidades.

2008 – Santa Cruz 0 x 1 Icasa (Série C)
2008 – Icasa 1 x 0 Santa Cruz (Série C)
2010 – Sport 1 x 2 Icasa (Série B)
2010 – Icasa 3 x 1 Náutico (Série B)

O Icasa pode até ser frágil… Mas não estamos longe disso. Infelizmente.

Veja a reportagem sobre o revés alvirrubro neste sábado AQUI.

Feliz aniversário, Lusa

Série B-2010: Náutico 1 x 0 Portuguesa. Foto: Edvaldo Rodrigues/Diario de Pernambuco

A Associação Portuguesa de Desportos comemorou 90 anos de fundação neste sábado. O clube do Canindé é um dos mais tradicionais de São Paulo.

A Lusa já foi o segundo time de muitos torcedores paulistas. Apesar dos poucos títulos ao longo dos anos (foram apenas 3 Estaduais e 2 Torneios Rio-SP), a Lusa sempre armou times “chatos”, com campanhas regulares no Brasileiro. Até entrar numa sequência de rebaixamentos, inclusive no Paulistão.

Atualmente, a Portuguesa perambula na Série B. A pequena torcida rubro-verde esperava comemorar a data, e o lugar no G4 da Série B, no estádio dos Aflitos.

Mas a casa timbu não foi a casa dos festejos dos visitantes… Não mesmo! O Náutico, como costuma acontecer, pressionou o adversário em casa. Chegou a ver o experiente atacante Dodô assustas, mas seguiu tentando.

E veio o presente. Aos 32 do segundo tempo, eis que Francismar mandou um chute de fora da área e o goleiro Weverton fez questão de abrir a caixa. Timbu 1 x 0. Opa…

O presente acabou sendo para o Náutico, que voltou ao G4 da Série B no bolo dos 27 pontos após 14 rodadas. E o Timbu foi de “penetra” no aniversário.

O bonde

Bonde

Foi um duro golpe para os alvirrubros.

A vitória foi algo bem possível no jogo contra o Guaratinguetá na noite desta terça, mesmo atuando no interior paulista. O adversário teve as suas chances, ok. Mas o Timbu encaixou pelo menos dois bons contragolpes. Mas não definiu…

No fim, o pior cenário possível para o Náutico.

O jogo caminhava para um empate sem gols até os 46 minutos de jogo.

Um pontinho seria suficiente para manter o clube no G-4, a zona de acesso à elite do futevol brasileiro em 2011.

Mas Vágner Carioca marcou de cabeça. Para o Guaratinguetá, 1 x 0.

Nos últimos três jogos, o Alvirrubro somou apenas um ponto.

Com essa queda no desempenho da equipe, que havia vencido as quatro partidas antes dessa sequência, o Náutico saiu do G-4. Acabou sendo ultrapassado por Portuguesa e São Caetano.

A situação não é preocupante. O time de Rosa e Silva segue vivo na briga por uma vaga na Segundona. Porém, não é bom perder o famoso bonde…